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Plano de governo pra quê?

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Conselho editorial


Prefeito Marcus Viana tem se dedicado, nos finais de semana, à composição de um plano de governo para um eventual segundo mandato. Aos sábados, as redações recebem um resumo do que foi o encontro entre o prefeito petista e representantes dos 13 partidos que (ainda) integram a Frente Popular.

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Pelo relato feito nos releases dá pra ter uma noção do que é abordado nesses encontros: um resumo dos feitos heroicos do atual prefeito e a disposição de ampliar o heroísmo num desejado segundo mandato.


Não se tem notícia de que os candidatos do PT nos municípios do interior se esmerem na elaboração de documentos a serem apresentados aos eleitores durante a campanha. E isso tem uma explicação comezinha, já que decorrente de uma questão óbvia. Mas antes, algumas considerações necessárias.


O esforço de elaborar metas a serem cumpridas no exercício de um mandato foi uma estratégia usada pelo PT do Acre para se distinguir das demais forças políticas. E de tão usada contra os adversários, acabou por entronizar-se na mente do eleitorado como condição sine qua non ao sucesso de um governo.


Aos partidos de oposição que enfrentam nas urnas as forças petistas restam duas opções: seguir as regras estabelecidas pelos companheiros na hora de se apresentarem ao eleitor – o que significa dedicar tempo à elaboração de um plano de trabalho –, ou desnudar a farsa de que o PT sempre se planejou antes de governar.


No Acre, a tal florestania apresentada por Jorge Viana não passou de uma cascata que encantou os ambientalistas e estrangulou os moradores da zona rural. Comprovada sua ineficiência em alavancar a economia e resolver as graves questões sociais, foi deixada de lado no segundo mandato. Binho Marques foi apenas um entreato entre a “dinastia” dos Viana. E com Sebastião no comando, o Acre assistiu ao mito da industrialização como consequência das bases erguidas pelos antecessores. Pura empulhação.


O próprio Lula chegou a admitir, logo depois de eleito em 2002, que não tinha projeto pra governar o país. O único plano consistente era a manutenção do poder. Deu no que conhecemos.


Voltemos às prefeituras do interior do Acre, onde o PT não faz esforço algum para se apresentar ao eleitor munido de um projeto de governo. Simplesmente porque não há necessidade. A população é menor, menos suscetível ao marketing por conhecer os problemas do município e sabedora também das qualidades e defeitos dos postulantes ao cargo.


Na capital, ao contrário, o jogo se dá em conluio com a mídia, propagadora do discurso oficial. Cobra-se da oposição um plano sob o qual governar, mas relega-se ao esquecimento a necessária cobrança quanto às promessas feitas pelos eleitos. A exceção fica por conta do site G1, que acompanha o cumprimento do que foi prometido pelos governadores, registrando, em um ano de mandato do governador Sebastião Viana, a efetivação de apenas dois de seus 25 compromissos de palanque. Prova de que projeto de governo é mera carta de intenções, que os governantes tendem a jogar na lata do lixo tão logo envergam a faixa.


Falta aos candidatos de oposição coragem pra dizer ao eleitor que as atribuições do prefeito são restritas ao cumprimento do dever de manter funcionando o serviço público municipal. Pra asfaltar ruas, trocar lâmpadas nas vias públicas, manter em funcionamento creches, escolas, postos de saúde etc. basta saber administrar.


Plano de governo pra tocar prefeitura não passa de perfumaria. O que precisamos é de governantes infensos à sujeira.

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