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Vai tarde!

Conselho editorial


O afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara dos Deputados gerou dois tipos de reação no governo. Uma, pública, foi verbalizada pela presidente Dilma Rousseff, durante a inauguração da operação comercial da Usina de Belo Monte, em Vitória do Xingu, no Pará. Disse ela sobre Cunha: “Vai tarde”. A outra, em off, foi feita por seus assessores diretos, segundo os quais o afastamento é ruim para o atual governo, já que impede que o vice-presidente em ascensão, Michel Temer, sofra o desgaste de ter como aliado na Câmara um político com tamanho desgaste.


Em sua página no Facebook, o senador Jorge Viana (PT), depois de tirar o paletó e vestir a batina, afirmou que “o mal por si só se destrói”. E ele tem razão!


E quem esperava dos defensores do impeachment da presidente o mau humor da torcida pró-Cunha nas redes sociais, deu com os burros n’água.


Por trás das manifestações públicas dos petistas há velhos argumentos e uma nova malandragem. Esta última consiste em sustentar que tudo o que fez a Câmara em relação ao impeachment seria nulo a partir da comprovação de que o peemedebista carioca era um fora da lei travestido de presidente.


Esquecem talvez os companheiros que o impeachment foi aprovado por 367 votos. Fingem ignorar, também, que a presidente Dilma não tem mais condições de governar o Brasil. E deliram se pensam que o desgastado discurso do “golpe” pode surtir algum efeito às vésperas do afastamento da presidente, na votação do Senado.


Mais do que a habilidade e insistência de Eduardo Cunha, o que legitimou o impeachment foi o movimento das ruas, a pressão das redes sociais e a fadiga dos eleitores diante de tantas denúncias de corrupção – cujo desfile na passarela da Lava Jato foi um verdadeiro carnaval de horrores.


Cunha fora da presidência da Câmara não muda a realidade de Dilma Rousseff, não a afasta um centímetro do seu inexorável destino – e nem sequer dá ao PT o mais mínimo sabor de vingança. A despeito disso, ela tem razão: Cunha já vai tarde.


E os que, contra todas as probabilidades de sucesso, insistem na patranha da maquinação golpista, o fazem porque, como bem ensinou Goebbels, uma mentira repetida mil vezes se torna verdade – ainda que passe a ser verdadeira apenas para os próprios mentirosos.


 


 


 


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