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A casa caiu

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Conselho editorial


A prisão de dois ex-servidores comissionados da Secretaria de Habitação e Interesse Social (Sehab), esta semana, se deu em concomitância à declaração de técnicos do PMDB de que o Bolsa Família está apinhado de malandros.

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Em ambos os casos, gente que possui casa própria, carro de luxo na garagem e rendimento bem acima da média no país. E se fazem traficâncias com os programas sociais, é unicamente como forma de aumentar o próprio rendimento.


Os servidores que transformaram em mercado persa a pasta comandada pelo secretário Jamyl Asfury também levavam vida boa, com direito a babás e amantes, e a investimentos em negócios pessoais. Bem como as cerca de 60 famílias que pagaram pelas casas que receberam de forma indevida.


Tanto num caso como no outro, o que se vê é a apropriação de recursos públicos para fins pessoais. Em ambos os episódios há pessoas que se utilizam de postos privilegiados na administração pública para auferir dividendos ilícitos. E entre todos os envolvidos impera a lei que manda tirar vantagem em tudo.


Daniel Gomes, o homem de confiança de Jamyl Asfury, era duas vezes beneficiado pelo poder público: primeiro por receber salário acima de R$ 9 mil; e segundo por ter acesso a meios que lhe facultavam o recebimento de propina pelas unidades habitacionais originalmente destinadas a pessoas de baixa renda.


Cabe ressaltar que as denúncias que mancham a Sehab e marcam a trajetória do Bolsa Família não podem ser vistas como desabonadores dos programas em si. Tanto a distribuição de renda como a construção de casas populares é imprescindível à camada populacional que depende do Estado para ter o que comer e um teto sob o qual morar.


Corrigir as distorções e punir os envolvidos nos desvios é, porém, uma condição precípua à maior eficiência dessas ações. Enquanto projetos como o Minha Casa Minha Vida e Bolsa Família servirem a fins inescrupulosos, menos pessoas necessitadas receberão os benefícios, e a conta continuará salgada para o grosso da população brasileira.


Resta o questionamento sobre a manutenção do secretário Jamyl Asfury na pasta. Ainda que não se comprove sua participação nos esquema fraudulento, há que se perguntar se está isento de responsabilidade pelo que fizeram dois dos seus subordinados diretos – ambos remanescentes do período em que ele cumpriu mandato de deputado estadual.


Por ora, podemos supor que o menor erro de Jamyl foi não ter visto o que se passava sob o próprio nariz. O que já deveria ser motivo suficiente pra que desocupasse a cadeira.


 


 

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