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Kinpara e Guida são reeleitos com mais de 85% dos votos e têm gestão aprovada pela comunidade acadêmica

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Com o final da apuração dos votos e divulgação do resultado oficial das eleições para a Reitoria, na última segunda-feira, 25, o reitor da Universidade Federal do Acre (Ufac), Minoru Kinpara, emitiu nota de agradecimento por ter sido reeleito, junto com a vice-reitora, Guida Aquino. Segundo ele, a eleição — marcada pela participação histórica de alunos, professores e técnico-administrativos — teve como maior resultado a avaliação positiva da gestão “Inova”.


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A votação para essa eleição contou com a participação de mais de 3 mil alunos, 613 técnico-administrativos e 663 professores. Kinpara recebeu 85,96% e Guida recebeu 84,17% dos votos válidos. A eleição teve um grande comparecimento de todos os segmentos e a larga diferença do candidato reeleito para o segundo colocado foi sem precedentes em mais de 50 anos de história da instituição.


Na Ufac, o voto não é obrigatório, o que, para Kinpara, torna essa votação expressiva e com motivo de honra. “Desconheço um nível tão alto de participação como foi a que aconteceu nessa eleição”, disse. “Houve uma participação significativa dos técnico-administrativos e professores, considerando uma gestão que passa por um processo de reeleição. Conseguir vencer com uma margem tão grande de aprovação nos honra muito.”


A chapa de Kinpara e Guida, “Inova Mais”, fez uma campanha propositiva, com bom uso das redes sociais, convidando os eleitores, apresentando dados e vídeos com depoimentos de alunos e servidores. “Acredito que nossa atitude, sem agredir candidatos adversários ou usar discurso populista, vazio ou mentiroso, agradou a maioria da comunidade universitária”, avaliou o reitor. “A Ufac vive um novo momento e não há espaço para esse tipo de campanha, com agressões, mentiras e baixaria.”


Kinpara é conhecido por fazer uma gestão com apoio de vários parlamentares da bancada acriana, tanto da situação, quanto da oposição. Raimundo Angelim (PT), Sibá Machado (PT), Jorge Viana (PT), Sérgio Petecão (PSD) e Gladson Cameli (PP) são alguns deles. Segundo o reitor, esta é uma forma de driblar a crise e os cortes no orçamento da universidade. Além dos parlamentares, também buscou apoio nos ministérios. Conseguiu recursos para uma pista de atletismo no Ministério do Esporte, no valor de R$ 12 milhões. E, junto ao Ministério da Saúde, garantiu verba para a construção do Hospital Universitário, no valor de R$ 253 milhões.


Minoru com Jorge Viana durante Inauguração do Laboratório de Manejo Florestal

Minoru com Jorge Viana durante Inauguração do Laboratório de Manejo Florestal

As parcerias são fruto da boa articulação política em Brasília. O reitor acredita que a elaboração do Planejamento Estratégico da universidade, articulado com a sociedade, faz toda a diferença. “É fundamental, pois investimos o que podemos, com organização e planejamento. Sabemos, claramente, o que queremos para a universidade para os próximos 20 anos. Vamos continuar trabalhando com mais garra e mais determinação para conseguir recursos para defender nossa instituição em tempos de crise.”


Gestão aprovada


Mais que uma vitória, a reeleição de Kinpara e Guida foi uma avaliação da gestão “Inova”, nome dado à equipe liderada pelo reitor, a qual, quando concorreu pela primeira vez, era uma incógnita e obteve, naquele momento, os votos dos que tinham o desejo de mudança.


Para o reitor, a comunidade universitária aprova sua maneira de trabalhar e conduzir a Ufac. “E aprovam nossa maneira de dialogar com nossos estudantes, com nossos professores, com nossos técnico-administrativos”, lembrou. “Respeitamos nossos estudantes e os tratamos como fundamentais no processo de ensino e aprendizagem, como sujeitos desse processo. Também valorizamos e procuramos melhorar as condições de trabalho dos nossos professores e técnico-administrativos.”


Expansão da Ufac

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Com Kinpara e Guida, a Ufac cresceu e modernizou-se, tanto em infraestrutura, quanto em material humano. E expandiu suas atividades no interior do Estado do Acre.


Todas as salas de aula do campus de Rio Branco e do campus Floresta, em Cruzeiro do Sul, foram climatizadas, com instalação de quadro de vidro, datashow e tela de projeção. A climatização das salas de aula, tão importante para nossa região, devido ao forte calor, foi uma das ações mais lembradas pelos apoiadores da gestão “Inova”, durante o pleito. Alunos e professores, tanto de Rio Branco quanto de Cruzeiro do Sul, destacaram a importância, afirmando que, as salas com ar-condicionado possibilitam o desenvolvimento de um trabalho com maior qualidade. Os núcleos da Ufac de Sena Madureira, Xapuri, Tarauacá, Feijó e Brasileia também passaram pelo processo de modernização.


“Hoje, temos um ambiente com qualidade de trabalho incrível. Isso facilita muito, pois não tem mais aquele calor insuportável, o sol entrando pela janela, batendo no quadro e impedindo o aluno de ver aquilo que nós queremos mostrar”, disse o professor do campus Floresta, Reginaldo Machado.


Após a vitória, Kinpara reafirmou que as obras importantes, mesmo com atrasos, serão entregues — obras como o Centro de Excelência em Energia, o Restaurante Universitário (RU) e o Centro de Convenções. E lembrou que, durante os três anos e cinco meses de gestão, a Ufac cresceu, aproximadamente, 40% em sua estrutura física.


“Não é fácil construir no Acre. Existem atrasos, sim, nas obras. Mas acredito que o gestor tem que ir, através de diálogo, até os últimos recursos, para que não seja preciso entrar na Justiça contra a empresa que está executando a obra”, disse o reitor. “É preferível ter um atraso de alguns meses do que, se entrar na Justiça, atrasar de 10 a 20 anos. O gestor, então, deve evitar a radicalização. O caminho é o diálogo, sempre.”


Ele ainda reafirmou compromisso com projetos futuros, já em fase de licitação. É o caso do Hospital Universitário, projeto considerado de grande importância pela comunidade acadêmica e por todo o setor de saúde do Acre. A unidade terá capacidade para 300 leitos e oito unidades de terapia intensiva (UTIs).


Interiorização


Por meio de projeto do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor), a Ufac atende, hoje, mais de 1.300 alunos. Eles estão distribuídos em 38 turmas, em 12 municípios do Acre.


Os alunos são dos municípios de Brasileia, Capixaba, Cruzeiro do Sul, Feijó, Jordão, Porto Walter, Rio Branco, Santa Rosa, Sena Madureira, Plácido de Castro, Senador Guiomard e Tarauacá. A modalidade oferecida é de licenciatura e a maioria das turmas é de Pedagogia; os demais cursos são de Letras, Geografia, Biologia e História.


Kinpara ressaltou, em nota, que irá investir para que a Ufac seja mais presente no interior do Acre. “Para chegar a regiões estratégicas. Assim, oportunizaremos ensino para aquelas pessoas que têm o desejo de fazer um curso de ensino superior.”


Ensino


A pós-graduação também cresceu durante a administração de Kinpara e Guida. Até 2012, a Ufac contava com seis cursos de mestrado e nenhum doutorado, o que chegou a colocar em risco seu status de universidade. Caso não houvesse doutorado, a Ufac voltaria a ser centro universitário. Atualmente, a Ufac conta com 18 programas de pós-graduação, sendo 14 cursos de mestrado e quatro de doutorado. E manteve, assim, o seu status de universidade, de acordo com a resolução n.º 3, de 14 de outubro de 2010, do Conselho Nacional de Educação.


Minoru em cerimônia de posse de mais um professor

Minoru em cerimônia de posse de mais um professor

A gestão aliou o crescimento físico da Ufac com o aumento de servidores. Foram contratados mais de 440 novos servidores, entre técnico-administrativos e docentes, para gerar condições para o desenvolvimento das atividades acadêmicas e administrativas.


Mais de 56% dos cursos de graduação obtiveram conceitos quatro e cinco perante o Ministério da Educação (a nota máxima da avaliação é cinco), sendo qualificados com os conceitos “muito bom” e “excelente”. Em cerca de três anos à frente da gestão, Kinpara e Guida conseguiram aplicar mais de R$ 60 milhões em ensino, pesquisa e extensão, média de R$ 20 milhões por ano. Uma parte significativa desse valor vai para o auxílio estudantil, que tem como finalidade a permanência do aluno na instituição.


Enquanto algumas universidades estão reduzindo ou até mesmo parando o fornecimento de refeição aos estudantes, na Ufac, estudantes e servidores podem usufruir de uma alimentação balanceada, três vezes ao dia — café da manhã, almoço e jantar — a um preço baixíssimo. Alunos de graduação pagam apenas R$ 1; professores e técnico-administrativos, R$ 3 por almoço e jantar. “Você pode achar que é pouco. Mas não é. Comida é importante pra caramba”, disse o aluno Benjamin Barros, ao declarar apoio à chapa “Inova Mais”.


Durante o processo de campanha, a chapa “Inova Mais” recebeu algumas críticas, principalmente sobre bolsas e auxílios. O reitor acredita que, com o crescimento da Ufac, novos problemas e novas demandas vão surgindo. “Temos a certeza que não fizemos tudo o que prometemos”, reiterou ele. “Muitas das críticas, pertinentes até, que foram feitas durante a campanha, serão usadas para nossas ações, no sentido de melhorar a universidade.”


Um aluno postou, em página pessoal no Facebook, uma planilha com dados de bolsas. Dados esses que não são oficiais nem corretos. Em 2012, a Ufac oferecia 336 bolsas e 862 auxílios. Na gestão de Kinpara e Guida, são 2.024 bolsas e 3.050 auxílios, somando mais de 5 mil benefícios.


Na gestão “Inova” foi criada a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Proaes), aprovada pelo Conselho Universitário (Consu), em novembro de 2012. Essa caçula nasceu com a função de acompanhar o estudante do início ao fim do ciclo acadêmico.


Minoru, Guida e pró-reitores em Inauguração do Centro Estudantil Universitário. Apoio ao estudante é marcante na gestão Inova

Minoru, Guida e pró-reitores em Inauguração do Centro Estudantil Universitário. Apoio ao estudante é marcante na gestão Inova

Após três anos de criação da Proaes, a Ufac assiste, hoje, a um salto na política de assistência estudantil. Os investimentos para concessão de bolsas e auxílios, por exemplo, passaram de R$ 2 milhões, em 2012, para mais de R$ 10 milhões, em 2015. Atualmente, a universidade mantém 12 programas de assistência estudantil, incluindo bolsas e auxílios, alcançando mais de 5 mil alunos.


“Após a criação da Proaes, conseguimos sair da concessão de 300 bolsas para mais de 2 mil, o que representa um investimento de quase R$ 1 milhão por mês”, informa Kinpara. “Essa é uma conquista não apenas da gestão, mas, especialmente, dos nossos estudantes, que têm a oportunidade de manter os estudos na instituição.”


Oposição reconhece resultado das urnas, mas garante manter bandeira de luta


Apesar do desapontamento pelo resultado, os professores Carlos Eduardo Garção e João Lima parabenizaram a chapa eleita, confirmaram a legitimidade do pleito e deixaram clara a permanente luta em defesa do ideal proposto pela chapa ao longo da campanha eleitoral.


“Reconhecemos a escolha que foi feita pela maioria e o modelo do processo que,  se não foi democrático por completo, em virtude de diferentes questões, inclusive pelo caráter apressado e antecipado de condução, é participativo, uma vez que garante o direito de escolha da comunidade acadêmica. Desejamos uma boa gestão ao Minoru, que ele possa atender aos anseios e necessidades da comunidade acadêmica”, destacou Garção.


“Agradecemos a todos os apoiadores e pessoas que se sentiram representadas pela nossa proposta de trabalho e nos deram voto de confiança. A partir de agora, retomamos nossas atividades normais na academia e garantimos a manutenção da nossa luta em defesa da universidade pública, por entender que essa é uma causa de todos e que não deve findar com o término do processo eleitoral”, completou.


Candidato a vice-reitor derrotado, João Lima não deixou de criticar a chapa eleita, frisando que a oposição foi feita com responsabilidade. “Fizemos uma campanha pé no chão. Gastamos pouco mais de R$ 3 mil e, mesmo sabedores do cenário contrário, não abandonamos o barco”, disse. “Sabíamos que havia uma desvantagem enorme, mas nunca nos importou a diferença em percentual. Na nossa avaliação, não saímos perdedores dessa disputa. Recebemos, sim, uma quantidade expressiva de votos de pessoas que pensam uma universidade diferente. Isso não pode ser desconsiderado”, avaliou o professor, que é severo na análise do quórum final de votação. Para ele, a taxa de abstenção de votos, principalmente entre discentes e docentes, deve ser entendida, também, como uma resposta.


Garção retoma, agora, suas funções como professor e diretor do Centro de Ciências Biológicas e da Natureza (CCBN). João Lima volta à atividade de docência em regime de dedicação exclusiva no Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH). Ambos ocupam, ainda, cadeiras no Conselho Universitário.


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