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Golpe Baixo

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Por Luiz Calixto


A minha geração estava nos “cueiros” quando os militares deram um golpe de estado e depuseram João Goulart, o vice que assumiu a presidência com a renúncia de Jânio Quadros no sétimo mês do mandato.

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Nasci em março de 1963 e o golpe militar aconteceu no ano seguinte.


Mas banco de escola e livros existem exatamente para isso.


Com os Atos Institucionais numa mão e o cassetete na outra o “regime” fechou o Congresso Nacional, desceu a porrada em estudantes e trabalhadores, proibiu músicas, peças teatrais, extinguiu partidos e sindicatos, etc.


No Acre, o governador José Augusto foi deposto e, em pouco tempo, o então deputado estadual Wildy Viana, eleito pelo PTB de Jango e pai dos rebentos Jorge e Tião Viana, virou a casaca se filiando na ARENA para apoiar os golpistas.


Em 1985, com a eleição indireta de Tancredo Neves, que o PT e Wildy Viana não apoiaram, e com a aprovação da Constituição de 88, que o PT se recusou a assinar, o Brasil, felizmente, voltou à normalidade democrática.


Aos 53 anos estou acompanhando outro “golpe”, desta vez ao vivo e em cores.


Depois de enfiar o pé na jaca da corrupção e destruir todos os fundamentos de política econômica e fiscal, o PT está enfrentando no Congresso Nacional um desgastante processo de impeachment formulado por três renomados juristas, entre os quais Hélio Bicudo, um dos ilustres fundadores do PT.


Com a moral atolada na lama e sem argumentos para se safar das denúncias, a saída encontrada foi usar militantes alienados e artistas financiados para gritar nos quatros cantos do pais que o governo estaria sendo vítima de um “golpe”.


Segundo a choradeira dos companheiros a trama foi armada pela elite branca de olhos azuis inconformada com pobres viajando de avião, embora estes não expliquem os motivos pelos quais as companhias aéreas, em crise, estejam quebradas e reduzindo voos.


Eis o enredo do “golpe” que magoou os petistas : a Constituição, em vez de rasgada, está sendo respeitada, as regras do “golpe” foram aprovadas pelo Supremo Tribunal Federal, o Congresso funciona normalmente, Michel Temer, o vice “ golpista”, entregou pacificamente o cargo que recebera da presidente durante sua viagem em pleno curso do golpe, 367 deputados votaram pela admissibilidade do “golpe”, a liberdade de informação e pensamento viaja nas asas incensuráveis das redes sociais, milhões de pessoas gritam nas ruas “ Fora Dilma, Lula e PT” e os militares estão no quartel e ainda batem continência para Secretária de Produtos da Defesa, a ex-deputada comunista Perpétua Almeida

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Tudo isso dentro da mais perfeita normalidade, sem quaisquer incidentes ou violência.


A única coisa fora dos eixos é o golpe baixo dos petistas para confundir o povo.


 


 


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