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Máquina de moer gente

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Conselho editorial do ac24horas


Em três décadas e meia de existência, o Partido dos Trabalhadores se especializou em aniquilar reputações. Entre as vítimas da máquina de difamação petista podemos contabilizar o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa e a ex-ministra Marina Silva. Os companheiros não perdoam Barbosa por ter colocado os mensaleiros na cadeia. E deploram a “sabotagem” de Marina, que prega a cassação do mandato da presidente Dilma ao mesmo tempo em que pede novas eleições.

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Uma vez no poder, essa engrenagem passou a triturar a biografia e os méritos do antecessor Fernando Henrique Cardoso, enquanto o comissariado petista se encarregava de reescrever a história. Ao passo que criticavam a “herança maldita” deixada por FHC, os novos mandatários tratavam de renomear a Bolsa Escola (que virou Bolsa Família) e o Luz no Campo (rebatizado de Luz para Todos). Tudo isso sob os benefícios da estabilização da economia decorrentes do Plano Real.


No Acre, aliás, as vítimas já foram muitas. Entre elas o ex-deputado federal constituinte Osmir Lima, acusado pela militância petista de ter levado à falência o extinto Banacre.


De Lênin, os companheiros herdaram a máxima, ensinada ao camarada Stálin, “xingue-os do que você é, acuse-os do que você faz”; de Goebbels, ministro da propaganda de Hitler, a lição de que uma mentira repetida mil vezes vira verdade.


O moedor de reputações do PT agora reserva espaço para o deputado federal Alan Rick, do PRB. Mesmo a bancada do partido, composta por 22 membros na Câmara, tendo entregado 100% dos votos a favor do impeachment, os companheiros do Acre não estão dispostos a relevar a “traição”.


Antes de proferir o voto no domingo, 17, Alan já era tratado como “golpista” pelo presidente do PT do Acre, Ermício Sena. Nada respondeu, e esse silêncio está longe de revelar superioridade. Ao contrário, o deputado dá sinais de fraqueza em agir como se a afronta fosse dirigida a outro que não ele. Levanta suspeita no eleitorado sobre as verdadeiras razões pelas quais permanece na FPA mesmo quando acintosamente escorraçado. E se humilha ao ter de engolir os desaforos de outra meia dúzia de companheiros que o visitam nas redes sociais sempre com a faca nos dentes.


Ermício insiste na tese da traição e admite que, por ele, Alan Rick seria convidado a deixar a Frente Popular, como o foi no ano passado o deputado estadual Eber Machado, do PSDC. E se agora impera o desprezo à figura do aliado de ontem, é porque o troco deverá ser dado no devido tempo.


Se com Marina Silva, companheira de longa data e de muitas estradas, o partido escala um parlamentar menor para a função de detrator, o que se pode esperar, em 2018, de uma sigla ressentida com o voto a favor da admissibilidade do impeachment de Dilma Rousseff?


O clima de hostilidade contra Alan Rick tende a piorar com o passar do tempo, até porque o destino da presidente parece selado pelo Senado da República.


Não pense o deputado do PRB que a mágoa dos companheiros será dividida entre os 267 membros da Câmara Federal – ou na melhor das hipóteses, entre os quatro parlamentares do Acre que votaram contra a presidente. Alan Rick será o alvo preferencial dos que depositavam nele a expectativa de que o Acre – junto com Ceará, Bahia e Amapá – seria o quarto estado a desiquilibrar a balança da proporcionalidade em favor do governo.


Alan pode ter salvado a própria reputação ao votar a favor do impeachment – mas corre o risco de ter a carreira política interrompida ao permanecer numa aliança capitaneada por gente ressentida e disposta a lhe minar as chances de reeleição no futuro próximo.

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