Menu

Todo cuidado

Receba notícias do Acre gratuitamente no WhatsApp do ac24horas.​

O que as ruas estão esperando do impeachment?


O povo que lotou as nossas ruas, sem dúvidas, a elas retornarão, caso as nossas crises persistam, sobretudo, a de natureza econômica, pois é esta, seguramente, entre todas elas, a que mais lhes incomoda, afinal de contas, o povo que enche as ruas vem ser aquele que, se encontrando desempregado, independente das manifestações, já viviam no meio das ruas buscando encontrar postos de trabalho.

Publicidade

“Impeachment-já” ou “não vai ter golpe”, expressões de ordem insistentemente utilizadas pelos exércitos que estão se movendo a favor e contra o afastamento da presidente Dilma Rousseff, tão abundantemente utilizadas e fortemente incentivadas pelos nossos agentes políticos, apenas se prestam para potencializar o acirramento dos ânimos da nossa população.


Se como tática as referidas expressões atingiram seus objetivos, e as multidões que lotaram as nossas ruas evidenciaram que sim, o mesmo não pode dizer do ponto de vista estratégico, até porque, somente após o seu desfecho, independentemente de sua aprovação ou reprovação, será possível que possamos avaliar a eficiência ou a ineficiência do instituto do impeachment como um instrumento a serviço para superar as nossas crises.


Em tempo: nos países mais evoluídos do mundo, politicamente, o referido instrumento sequer existe. Neles, basta que seus governantes se revelem incapazes, política e administrativa, para serem afastados do poder, e sem demora. Melhor ainda: sem traumas. No nosso caso, lamentavelmente, esta excrescência que atende pelo nome de impeachment, está morto e sepultado.


Mais preocupante que o impeachment da presidente Dilma Rousseff será suas conseqüências, afinal de contas, consoante os nossos mais experimentados analistas, teremos que passar por um longo período de duríssimos ajustes fiscais, caso contrário, a nossa crise econômica só irá se agravar. De mais a mais, custa-me crer que os nossos congressistas venham emprestar, por amor a pátria, apoio a aprovação de medidas absolutamente antipopulares que virão, até porque, tem sido justamente a escassez do referido amor que nos conduziram tanto as crises passadas, quanto às presentes.


Nem daqueles que são contra ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, tampouco daqueles que são a favor, nenhuma atenção tem sido dada ao ajuste fiscal que pretendem fazer. Melhor dizendo: estão se comportando como se estivessem em plena campanha eleitoral. Não é disto que deveriam está tratando.


Falar em cortar as despesas do governo sem esclarecer o que farão com a nossa previdência social e com a gama de benefícios sociais financiados pelo Estado brasileiro, entre outras despesas que nos levaram ao gravíssimo desequilíbrio de nossas contas públicas, irá produzir futuras crises.


Sobre o impeachment em curso, as ruas precisam tomar ciência como farão os cortes das nossas despesas. Bem entendido: a priori e não a posteriori. Do contrário, serão tratados como caloteiros.


Narciso Mendes de Assis é engenheiro civil, empresário da construção civil de das comunicações e já ocupou mandatos de deputado estadual e federal. Hoje se dedica as suas empresas de comunicação. Atualmente dirige o jornal O Rio Branco, o mais antigo do Acre.

INSCREVER-SE

Quero receber por e-mail as últimas notícias mais importantes do ac24horas.com.

* Campo requerido