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E o pós Dilma?

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No curto prazo o “fora Dilma” desponta como solução
para as nossas crises. Também será para o longo prazo?


Impeachment, cassação da chapa Dilma/Temer, mudança de regime, do presidencialista para o parlamentarista, eleições gerais antecipadas e a renúncia do seu mandato, constituem o indigesto cardápio oferecido a presidente Dilma Rousseff. Decerto, nenhuma dessas opções é do seu agrado. Mas como a gravidade das nossas crises reclama por urgência, não há mais tempo a se perder. Do contrário, o pior ainda estará por vir. Portanto, enquanto nossos representantes políticos decidem o que farão, analisemos as opções acima referidas.   

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Sobre o impeachment: o tempo que demandaria para o seu processamento e as incertezas que o cerca, contrariam a urgência urgentíssima que as nossas crises requerem. Nada comparável ao impeachment do então do presidente Collor: 01 – naquele, o próprio Collor não fez uso da máquina pública na tentativa do evitá-lo. 02 – seu partido, apelidado de PRN, de tão inexpressivo, não poderia lhes dar o mínimo de sustentação política. 03 – à época, importantíssimo que se diga, o nosso Congresso Nacional era constituído, majoritariamente, por parlamentares recém saídos de uma Assembléia Nacional Constituinte, portanto, altamente prestigiados.  


Presentemente, as condições são outras, diria até, totalmente adversas. A ver: 01 – a presidente Dilma Rousseff não apenas tem resistido ao seu impeachment, como vem usando a máquina pública na tentativa de impedi-lo. 02 – ela tem o apoio de um partido político organicamente constituído e detentor da segunda maior bancada na Câmara dos Deputados. 03 – o prestígio popular dos nossos atuais congressistas é ainda pior que o da própria presidente Dilma Rousseff. Quer mais: o referido processo padece de um vício de origem, qual seja: será conduzido pelo bichado deputado federal Eduardo Cunha.  


Quanto à cassação da chapa Dilma Rousseff/Michel Temer, via TSE-Tribunal Superior Eleitoral, além do tempo e das incertezas que igualmente o cerca, não sugere que venha contribuir para a pacificação do nosso mundo político, até porque, embora seja a opção preferencial do PSDB, por inteiro, o PMDB a rejeita.  


Quanto à mudança do nosso regime, do presidencialismo para o parlamentarismo, a mais sábia e inteligente entre todas as opções até então sugerida, justamente por se tratar de um regime em que as crises políticas são prontamente debeladas, lamentavelmente, esta alternativa não mereceu a acolhida que se esperaria a um regime que, entre outras vantagens, não transige com governantes que se revelem incompetentes.


Sobre a convocação de eleições gerais, a sugestão veio da boa e rica lavra de um dos mais respeitados parlamentares do nosso país, no caso, o senador Cristovam Buarque. Disse ele, e muito acertadamente: com a estrutura partidária e os representantes políticos que estão aí, jamais as nossas crises serão superadas. Corretíssimo!


E a renúncia da presidente Dilma Rousseff? Se o nosso ambiente político não estivesse tão demasiadamente conflagrado seria, entre as mais diversas opções, a mais aconselhável. Ocorre que, em clima de guerra, não se consegue a renúncia de um governante eleito, a não ser que esteja em curso a arriscadíssima estratégia – “terra arrasada”.


Narciso Mendes de Assis é engenheiro civil, empresário da construção civil de das comunicações e já ocupou mandatos de deputado estadual e federal. Hoje se dedica as suas empresas de comunicação. Atualmente dirige o jornal O Rio Branco, o mais antigo do Acre.


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