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Luto: adeus, Seu Osmar!

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A voz do ‘Galvão Bueno’ da minha infância e de outras centenas de crianças, jovens e adultos do bairro da Estação Experimental e adjacência, calou-se na noite desta quinta-feira (3). Falo do falecimento do Seu Osmar, figura folclórica do bairro da Estação Experimental, que nas décadas de 1970 e 1980 narrava jogos, por puro prazer, numa cabine improvisada num pé de uma seringueira, localizada à beira do campinho do Maracutaia.


Lembro-me que Seu Osmar, um dos primeiros moradores do bairro da Estação, era apaixonado por futebol. A paixão era tanta que ajudou a idealizar um dos maiores palco do futebol amador de Rio Branco: o campinho do Maracutaia, localizado na antiga Funbesa. Lá, Seu Osmar era carpinteiro, pintor, dirigente e narrador esportivo. O papel social desenvolvido por ele, naquela época, onde o bairro da Estação Experimental era considerado um dos mais violentos da então pacata Rio Branco, colaborou para desviar centenas de jovens da marginalidade.

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Naquela época, fui atleta do São Paulo, equipe comandada pelo Sr. Osmar, onde ainda atuavam os filhos do personagem (Osmar): Pelé, Francisco e Tuquinha. Eram finais de semanas bem animados. Na véspera dos torneios, quase não dormia de tanta ansiedade.


O incentivo a prática do esporte dado pelo Seu Osmar e outras figuras como do professor Nino, Seu Dário, Cosmo e tantos outros, não apenas ajudavam a frear a escala da violência do bairro, mas também ajudaram a revelar craques para o nosso futebol, como foi o caso do meia César Limão, que vestiu as camisas de Juventus, Independência e Rio Branco, assim como do Rei Artur, craque que despontou do Maracutaia para o mundo, passando Juventus, Rio Branco, Independência, transferindo-se para o Clube do Remo até brilhar no Porto (Portugal).


Homem trabalhador, honesto e um padeiro de mão cheia, chegou a ganhar na loteria esportiva na década 1970.


Se o Maracutaia, leia-se também bairro da Estação Experimental, perde um ser humano que ajudou a construir um mundo mais justo e alegre, usando o futebol como ferramenta, o Pai Celestial acaba de ganhar um narrador esportivo, cartola e padeiro de mão cheia.


Nota da redação: Ao tomar conhecimento do falecimento de Seu Osmar, o jornalista Roberto Vaz lamentou tamanha perda e lembrou do tempo em que sonhava ser locutor de radio e recebeu do amigo toda a atenção e incentivo. “Meus pêsames à família por tamanha perda”.


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