Menu

Pesquisar
Close this search box.

Quando os “Heróis” Tornam-se Vilões, por Fabio Bolzoni

Receba notícias do Acre gratuitamente no WhatsApp do ac24horas.​

Em 1964 surge o grande vilão do processo democrático: A Ditadura Militar. Uma coisa interessante é que o vilão não se torna vilão por ser “MILITAR”, mas, contudo, por ser ditador (Ditadura). Como sabemos, é natural da humanidade ter pavor de qualquer processo que venha ferir sua liberdade, por mais ilusória que seja essa liberdade.


Frente ao maior retrocesso político, trazido por tal sistema, que fora visto por todos os brasileiros como o legítimo “Vilão Nacional”. Surgiu, nesse cenário, a doce figura de dois entes políticos concebidos como “heróis” do processo “democrático”: O antigo MDB, que evoluiu para o PMDB e o PT. Houve uma espécie de aliança maldita entre a ditadura e a criação mascarada de um partido de oposição: MDB. O Partido fora concebido pela necessidade de preservar a imagem brasileira internacionalmente, a implantação de uma ditadura declarada não seria bem vista num país da periferia do mundo capitalista.

Anúncios


Nesta perspectiva, podemos entender que a criação do MDB, como figura de oposição ao sistema ditatorial, nada mais foi que uma espécie de garantia da fachada democrática do próprio vilão. O Partido fora criado para suavizar a aura de ditadura, uma espécie de purificação do sistema, para a opinião democrática internacional.


Iniciado com a política de abertura dos anos 70, outro herói é concebido na luta contra o vilão da “Ditadura Militar”: O PT. Esse herói, que parecia traduzir uma importante transformação no sistema político e social da nação, trouxe em seu escudo uma expressão de novidade nesse processo tão corrompido da política brasileira.


A abertura política fora o primeiro tiro contra o grande vilão. Mas, havia uma bactéria ainda maior na estrutura física do monstro. Em 1977, o MDB causou a maior crise política da administração Geisel, quando o partido conseguiu impedir a aprovação de um projeto de reforma no Judiciário. Depois disso, o vilão parecia enfraquecido com os golpes internos de sua criatura e, em novembro de 1979, uma reforma partidária havia posto fim ao bipartidarismo. E, um último golpe, fora dado no monstro, que caiu em 1985, com uma arma encabeçada pelo Partido dos Trabalhadores: “O Movimento de Diretas Já”.


Hoje, com a morte do antigo vilão e, sem ter um objetivo fim para o povo brasileiro, os “heróis do passado”, PMDB e PT, travam uma guerra política sem fundamento. Se personificando, assim, nos reais vilões da política brasileira. Os discursos de um futuro promissor, aclamados no movimento de “Diretas Já”, foram deixados para trás pela soberba e a falsa visão, trazida pela irresponsabilidade do mal uso do poder político.


Inúteis sempre serão quaisquer providências de superfície, quando os verdadeiros males são de profundidade e envolvem o próprio sistema humano. E, se é que há um herói legítimo nessa simbiose de questões. Podemos afirmar, sem dúvida, que o herói verdadeiro é o povo brasileiro. Povo esse que mesmo mal representado carrega em si a verdadeira mudança.


O poder da mudança está ancorado com uma visão mais crítica do fazer político. O povo não deve temer seus representantes, mas sim, o contrário. E a representação não pode cessar depois do processo eleitoral. Deve ser, de fato, constante!


*Fabio Bolzoni é formado em História pela Universidade Federal do Acre e Graduando em Ciências Sociais com Habilitação em Ciência Política.


INSCREVER-SE

Quero receber por e-mail as últimas notícias mais importantes do ac24horas.com.

* Campo requerido