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Indústria de embutidos de peixe no Bujari fechou e provocou demissão em massa

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Jairo Carioca – reportagem especial

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A indústria de embutidos de peixe inaugurada em 2012 no município do Bujari fechou mais uma vez as portas. Cerca de 30 funcionários foram demitidos. O investimento do PróAcre foi de R$ 800 mil. Segundo o vereador Raimundinho (PCdoB) uma das principais polêmicas no caso, implica na inauguração do Complexo de Piscicultura Peixes da Amazônia S/A, construído em Rio Branco, para onde migrou a produção de mais de 200 cooperados que abasteciam à fábrica.


Inaugurada em abril de 2012, pelo governador Sebastião Viana, a primeira indústria de embutidos de peixe do Bujari foi apresentada como um dos exemplos de apostas bem sucedidas do governo do Acre. Mas, não demorou muito para ver que o planejamento não saiu do papel.


Praticamente três meses após a sua barulhenta inauguração, o investimento teve as portas fechadas pela primeira vez. Na época, o secretário de produção do estado, Lourival Marques (atual deputado estadual pelo PT) negou o fechamento e disse que ocorreu apenas uma redução na produção por problemas administrativos.


Em ato contínuo, o governo admitiu o fechamento da indústria alegando a necessidade de uma série de adequações, entre elas, no sistema de energia que tinha uma pequena potência para a capacidade do maquinário. Ou seja, um erro no projeto de implantação da fábrica.


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Esse parece ter sido o apogeu do negócio. A cooperativa de peixe (Coopeixe) contratou 16 funcionários, assinou contrato com o estado para abastecimento da merenda escolar e chegou a produzir 1,2 mil quilos de pescado com carne mecanicamente separada por dia.


Ai veio àquilo que todos menos esperavam, principalmente com o marketing desenvolvido pelo governo do Acre para o setor. O desestímulo da cadeia produtiva. Além de graves problemas financeiros, com dívidas trabalhistas, empréstimos em nome de cooperados e problemas de logística, os produtores não receberam cerca de R$ 338 mil pelo pagamento dos produtos entregues em novembro de ano passado.


Um documento que a reportagem teve acesso, assinado pelo secretário de Estado da Sedens, Sebastião Lima, aponta, entre a promoção de retomada de crescimento do negócio, apenas o pagamento de contratos atrasados. Três reuniões foram feitas com a cooperativa, mas não existe nenhuma previsão para que a indústria volte a funcionar.


A TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA


A notícia de fechamento da indústria de embutidos no Bujari, chega no momento em que o governador do Acre, Sebastião Viana, lidera uma comissão de empresários e secretários de estado, em Israel, com o objetivo de promover a transferência para o Acre de técnicas que fazem daquele país um dos líderes mundiais em produtividade e cultivo em condições extremas. A tilápia criada em Israel, por exemplo, engorda mais rápido e tem mais filé que a criada no Brasil.


Economia prejudicada – Enquanto a transferência de tecnologia não chega às estratégias para reabertura da indústria caminham a passos de tartaruga e o empreendimento corre sérios riscos de falência total. O comércio do município sente a falta de circulação de dinheiro.

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Segundo a reportagem apurou, a presidente da cooperativa, identificada como Lais, renunciou ao cargo. O vice (não identificado) estuda proposta da Central de Cooperativas de Piscicultores para entregar a administração do estabelecimento. A diretoria de comércio, serviço e integração regional do governo já manifestou parecer contrário a essa proposta pela impossibilidade legal do repasse a outras cooperativas.


Será que a indústria consta no portfólio do governo Sebastião Viana durante encontros de negócios em Israel? Para quem foi apresentada como exemplos de apostas bem sucedidas do governo do Acre, a indústria de embutidos está mais para um “abacaxi” e dos grandes. Segundo a Sedens, nem prestação de contas foi providenciada pela ex-presidente. Os alvarás de funcionamento e licenças ambientais também estão vencidos.


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