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Acreano está doente financeiramente, diz levantamento

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O Acre está doente financeiramente. É o que informa um ranking da saúde financeira dos Estados brasileiros, divulgado na edição eletrônica da revista Exame, da Editora Abril. O levantamento foi realizado pelo aplicativo de controle financeiro GuiaBolso. O Distrito Federal é a unidade da federação com maior índice de saúde financeira.


O app avaliou as contas de 16.606 usuários em abril deste ano para chegar ao resultado do ranking.

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A pontuação no índice foi obtida a partir da análise de três critérios: fluxo de caixa, que mede a diferença entre as entradas e saídas mensais das contas correntes dos usuários, sendo que quanto mais dinheiro sobrar maior a pontuação; cheque especial, cuja pontuação é maior quanto menos utilizada for a linha de crédito; e investimentos, que avalia a quantidade de aplicações financeiras realizadas.


Para cada uma das variáveis o usuário recebe uma nota e o resultado final, que varia entre zero e 700, é obtido a partir da somatória entre os três critérios. Na tabela, o Acre aparece na penúltima colocação com baixa pontuação: apenas 284 pontos. À frente apenas do Amazonas.


Estados Saúde Financeira Geral Fluxo de Caixa Investimento Cheque Especial
DF 464 (febril) 135 96 232
PE 453 (febril) 144 92 217
RJ 453 (febril) 146 83 225
AL 451 (febril) 133 90 227
PR 451 (febril) 142 82 227
SC 448 (febril) 134 90 225
BA 448 (febril) 131 84 233
MG 444 (febril) 139 80 226
PI 441 (febril) 153 74 214
CE 441 (febril) 139 74 227
PA 435 (febril) 132 79 225
SP 431 (febril) 140 67 226
RS 428 (febril) 133 73 223
PB 428 (febril) 146 63 220
MS 415 (febril) 140 86 193
MT 412 (febril) 140 59 220
MA 411 (febril) 112 71 227
GO 405 (doente) 132 59 216
RN 404 (doente) 123 88 193
ES 398 (doente) 122 48 227
RO 394 (doente) 130 83 180
TO 340 (doente) 101 47 193
RR 331 (doente) 123 46 162
SE 305 (doente) 97 58 150
AC 284 (doente) 72 69 144
AM 229 (doente) 69 40 131

Resultados


De acordo com o levantamento, a pontuação média do brasileiro foi de 405 pontos, o que corresponde a 58% da nota máxima, de 700 pontos. Seguindo as faixas de classificação do GuiaBolso, com esta pontuação é possível dizer que população brasileira é considerada “doente” em termos de saúde financeira.


A maioria dos estados foi classificada como febril, boa parte aparece na faixa doente e nenhum estado chegou a entrar na categoria saudável ou saúde exemplar. Por outro lado, nenhum estado ficou na classe UTI.


Uma das conclusões mais importantes da pesquisa foi que 48% dos brasileiros gastam mais do que recebem. Isso explica por que a capacidade de investimento é baixíssima e por que a utilização do cheque especial é alta.


“A saúde financeira do brasileiro está muito ruim. Ainda que alguns estados estejam um pouco melhores, nenhum está bom. Além disso, existe certa coerência entre a pontuação e a renda da população, mas não é uma relação direta. Estados do Sul e do Sudeste, por exemplo, que possuem maior renda obtiveram pontuação mais baixa do que outros menos ricos”, afirma Thiago Alvarez, sócio do GuiaBolso.


Em sua opinião, as notas refletem que alguns estados, mesmo com menor renda são mais disciplinados financeiramente, o que explica o fato de muitos estados estarem à frente de São Paulo, que tem o maior Produto Interno Bruto (PIB) dentre as 27 unidades federativas do país.


Ao comentar a pontuação obtida pelo Distrito Federal, por exemplo, que teve a maior nota do ranking, Alvarez afirma que a alta renda da população teve, sim, influência sobre o bom resultado, mas ressalta que os usuários da unidade federativa se destacaram mais pela realização de investimentos e baixa utilização do cheque especial do que pela sobra de dinheiro no orçamento, que seria um fator mais diretamente ligado à renda.


“A inflação afetou todos os usuários da base ao longo do ano – algumas categorias de contas residenciais, por exemplo, aumentaram 44%-, mas enquanto alguns estados reagem a isso aumentando o uso do cheque especial, como São Paulo, outros parecem ter menos acesso a esse tipo de crédito, o que influenciou no resultado final”, avalia o sócio do GuiaBolso.

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Apesar de algumas regiões possuírem uma população com renda maior que outras e também um número maior de usuários que usam o aplicativo, o departamento de pesquisas do aplicativo ponderou os dados de forma a evitar distorções.


Assim, conforme explica o GuiaBolso, para o cálculo do índice foram selecionados usuários de todas as classes sociais (de A a E) em cada estado do país, sendo que o número de usuários de cada estado e de cada classe foi ponderado de forma a representar a realidade brasileira. Dessa forma, mesmo que no app existam mais usuários das classes A e B, ou de um estado específico, os números representam a realidade brasileira.


Thiago Alvarez destaca que todos os estados tiveram notas muito baixas no critério investimentos, o que mostra que o hábito de fazer aplicações financeiras no Brasil ainda é pouco difundido. Nenhum deles chegou nem perto da metade da pontuação que é considerada saudável.


Ele também conta que em alguns estados, como em São Paulo, a pesquisa mostrou que muitos usuários estão resgatando seus investimentos, o que pressionou ainda mais a nota para baixo.


Alvarez ressaltou ainda que a pesquisa pode ser considerada mais realista do que outras realizadas sobre o tema porque os dados não são obtidos a partir de respostas espontâneas dos usuários, mas sim por meio da análise das movimentações de suas contas bancárias, já que os usuários cadastram suas contas e cartões no aplicativo e as transações são automaticamente registradas pelo app.


Confira, na tabela a seguir, as faixas de classificação dos resultados:


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