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Senador Jorge Viana manda recado aos companheiros do PT

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A senador Jorge Viana (PT) realizou uma entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (9), para falar de sua eleição para vice-presidência do Senado Federal. O evento foi organizado para o petista falar de suas expectativas em ocupar o cargo pela segunda vez consecutiva, mas ele não escapou de falar do escândalo da Petrobras, da instalação na nova CPI para investigar os acusados e da administração de seu irmão, o governador do Acre, Sebastião Viana (PT).

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Jorge Viana acredita que o cargo de vice-presidente tem um peso político importante para o Acre. “É mais um instrumento que pode ser usado para trazer benefícios para o Estado, uma oportunidade para fazer com que o mandato seja colocado a serviço do povo”, diz o senador ao analisar que o país estaria passando por uma situação difícil. Para Viana, neste momento, os embates políticos deveriam ficar em segundo plano, focando apenas no país.


“É inadequado há poucos mais de três meses, falar em impeachment da presidente. Crise é natural em governos, é normal. Na época que FHC chegou ao segundo mandato, a situação era pior. Precisamos virar a página da eleição, impeachment é levar a disputa eleitoral para um terceiro turno. É precipitado instalar uma CPI quando a PF, o MPF e a Justiça fazem investigam tudo em absoluto sigilo, os deputados não teriam acesso aos documentos”, diz Viana.


Segundo o senador petista, o MPF deverá apresentar um posicionamento nos próximos dias, sobre o envolvimento de políticos na Lava Jato. “A lista é suprapartidária, com políticos tanto da base de governo, quanto da oposição. Pode ser que quem acusa neste momento, sente no banco dos réus como Acusado”, declara Jorge Viana, que também abordou as mudanças nas concessões de benefícios sociais aos trabalhadores brasileiros.


JV_en_fev“A situação, do ponto de vista econômico, não é tão ruim. A presidente Dilma não quer mexer em direitos sociais, mas estão sendo cometidos abusos. É preciso punir quem frauda o seguro desemprego. Um exemplo flagrante de frauda é o Seguro Defeso, que é pago para pessoas que moram em cidades que não têm rio. Sou contra que se tire direitos sociais, mas houve uma falha do governo que gasta R$ 40 bilhões pagando benefícios, quando cresce a geração de emprego”.


O petista esclarece que não é contra nenhum tipo de investigação, mas questiona o que ele classifica como banalização das CPIs. “Volto a repetir que não sou contra a nova CPI, mas a questão da Petrobras, já está sendo investigada pelos órgãos competentes. Sou contra, se a CPI for usada para fazer espetáculo político. Digo sem medo de errar, alguns dos políticos que estão assinando para criação desta comissão, poderão sentar no banco dos réus”.


Jorge Viana acredita que a presidente Dilma Rousseff errou ou foi mal orientada ao ficar mais de 30 dias sem falar. “Tem que falar, ninguém vai discordar de combate às fraudes. O governo está errando em não se comunicar. Isso geram um clima de enfrentamento que é muito ruim para o país. Acredito que Lula e FHC devem dialogar, não fazer um enfrentamento que não tem fim, isso não é bom para o Brasil, nem para a classe política que fica desacreditada”.


O parlamentar comentou o resultado de uma pesquisa realizada pelo Datafolha, onde a popularidade das principais lideranças políticas e partidos caiu pela metade. “A pesquisa fere de morte os partidos. O PT perdeu a preferência pela metade. A presidente Dilma e o governador de São Paulo também tiveram resultados negativos. O desprestigio dos partidos é uma coisa muito séria”, destaca Viana, ao atribuir o descredito político aos atos de corrupção.


A reforma política seria uma das formas para minimizar a corrupção no país, acredita Jorge Viana. “Se diminuir a quantidade de dinheiro, fica mais fácil investigar. Bilhões de recursos públicos já estão sendo colocados nas eleições através do fundo partidário. Sou contra a participação de empresas nas eleições. Tem propina, gente enriquecendo, tem. Vou continuar lutando para que seja feita uma ampla reforma política para que a campanha seja na base da proposta”.


Viana informa que estaria atuando como um interlocutor em diversas questões. O senador também admite que o PT estaria cometendo erros no cenário político nacional. “O PT tem que reconhecer que tem problema, se não reconhecer não tem cura. Temos a obrigação de sermos mais explícitos do que os outros partidos no combate à corrupção. Precisamos nos reencontrar, afinal nós chegamos ao poder com esta bandeira de combate aos atos falhos na política”.


O senador acredita que o maior desafio da administração de Sebastião Viana à frente do governo do Acre é fazer as coisas acontecerem na economia privada. “Os estados que dependem mais do governo vão sofrer. Medidas austeras estão sendo adotadas pelo governador do Acre. A economia vai piorar no primeiro semestres, mas deve se recuperar até o final de 2015”. Jorge Viana prevê ainda que será um ano muito difícil para as 22 prefeituras do Estado.

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