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No Acre, PF conduz dois suspeitos para prestarem depoimento; Em RO; Cunhado do governador operava esquema de desvio de verba

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O  delegado  titular de Delegacia de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal em Rondônia, Arcelino Vieira Damasceno, disse em entrevista coletiva que a investigação que culminou com a operação Platéias,  foi um desdobramento da Operação Termópilas, realizada em 2001, que levou para cadeia o então presidente da Assembléia Legislativa do estado, Valter Araújo, e o secretário estadual de saúde á época, José Batista, acusados de liderar um esquema de desvio de verbas na Secretaria de Saúde do estado.


Segundo o delegado, uma delação premiada de um dos presos nesta operação, revelou que existia um outro esquema de desvio de recursos públicos por meio de licitações de obras públicas.

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“Apuramos que os desvios acontecem em várias secretarias do governo do estado. Os desvios  superam duzentos e noventa milhões de reais e os depoimentos e a colheita de provas estão sendo feitas para que a gente possa apresentar a responsabilidade criminal de cada”, disse o delegado.


Dos quatro mandados de prisão temporária expedidos pela justiça, três foram cumpridos. Estão presos o lobista  Francisco de Assis Oliveira, cunhado do governador, o auditor fiscal Wagner Luis de Souza e  o delegado da Policia Civil Alexandre Áraba Martins de Oliveira.


A PF ainda procura  pelo ex-secretário de finanças de Rondônia, Gilvan Ramos de Oliveira.


Segundo o superintendente da PF, Carlos Manoel Gaya, o governador Confúcio Moura foi abordado em sua casa, em um condomínio de luxo em Porto Velho e concordou em acompanhar os agentes. Ele chegou na sede da PF por volta das 9 hs, no carro oficial, escoltado também por seguranças oficiais.


Confúcio iria cumprir agenda no interior do estado, mas cancelou todos os compromissos de sua agenda para prestar os esclarecimentos á polícia.


De acordo com o procurador da república em Rondônia, Heverton Aguiar, as empresas eram indicadas para vencer as licitações, mas para assumir os contratos tinham que repassar valores para um fundo de financiamento de campanhas eleitorais. A PF não informou se o dinheiro desse fundo foi usado nas eleições de outubro passado ,  que resultou na reeleição de Moura.


OPERAÇÃO NO ACRE


Na Capital do Acre, Rio Branco, a Polícia Federal fez a condução coercitiva de dois envolvidos nas investigações. De acordo com o órgão, os nomes das pessoas não serão divulgados para evitar que a investigação seja prejudicada.


NO RESTANTE DO PAÍS


A operação é a maior da PF nos últimos anos em número de mandados. Aproximadamente 300 policiais federais dão cumprimento a 193 mandados judiciais: 163 pessoas conduzidas coercitivamente, 26 buscas e 4 prisões temporárias. Os mandados foram cumpridos nos estados de Rondônia, Acre, Amazonas, Bahia, Goiás, Pará, Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe, além do Distrito Federal. Uma das conduções coercitivas ocorre na Espanha.


Iniciada em 2012, a investigação apurou que empresas interessadas em participar de processos licitatórios do Governo de Rondônia precisavam doar financeiramente formal ou informalmente para campanhas eleitorais. A licitação era direcionada para ser vencida pelas empresas que faziam parte do esquema criminoso. Em alguns casos, havia dispensa de concorrência pública.


Também foram verificados pagamentos indevidos a agentes públicos. Foi criado um “fundo de propina” que chegava a movimentar cerca de R$ 2 milhões por mês.


Foram encontradas irregularidades em contratos das oito secretarias estaduais: Saúde, Justiça, Educação, Desenvolvimento Ambiental, Agricultura, Desenvolvimento Ambiental, Assistência Social, Obras e Serviços Públicos, além da Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia (CAERD). Os contratos sob suspeita superam R$ 290 milhões.

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Entre os contratos investigados, consta o da construção de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), fornecimento de alimentação a hospitais e presídios, compra de medicamentos, aluguel de viaturas, serviço de vigilância armada em escolas e hospitais, contratação de empresa de publicidade, entre outros.


Os investigados poderão responder, na medida de suas participações, pelos crimes de organização criminosa, fraudes à licitações, concussão e corrupção ativa e passiva.


De acordo com a PF, a operação batizada de Platéias refere-se à famosa Batalha de Platéias, ocorrida na província de mesmo nome localizada no sul da Grécia. Foi o último combate das Guerras Médicas travada entre as cidades-Estado gregas e os persas.


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