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A oposição do Acre precisa de novas “caras”

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Nada melhor do que férias para gente pensar melhor e ver as coisas mais claramente. Nesses 20 dias que estive fora pude analisar com calma e distanciamento os mais recentes acontecimentos gerados pelas eleições. E cheguei a conclusão que têm “alguns” que se dizem democratas e salvadores da pátria, mas que estão mais interessados mesmo em defender interesses pessoais próprios. Isso de todos os lados ideológicos e partidários. Então vamos a algumas reflexões.


A principal delas é que a oposição no Estado precisa de novos “personagens”. Políticos que tenham compromisso com as mudanças sociais necessárias fora dos tempos das eleições. Não adianta chegar aqui só na hora do pleito com um “discurso aprumado” e achar que o povo vai acreditar. Fica difícil.

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De quem são os votos?
Tenho visto o deputado federal Márcio Bittar (PSDB) depois da sua quarta derrota consecutiva a cargos majoritários dando “pitacos” sobre tudo. Ainda que seja um direito seu acho estranho. Uma coisa é certa Bittar não pode e nem deve ser a liderança de oposição no Estado. O suposto capital político de quase 200 mil votos não é real. A maioria desses votos foram dados contra o atual Governo da FPA e não para ele.


Escolha errada
Aliás, acho que se a oposição tivesse escolhido melhor o seu candidato ganharia a eleição. Tese que alguns membros “estrelados” da FPA concordam. Havia um sentimento de mudança muito forte que não foi “realizado” com as candidaturas de Bittar e Bocalom(DEM). A hora deles já tinha passado e a “insistência” por falta de opções resultou em mais uma vitória da FPA.


Cada um que cuide do seu terreiro
Não estou aqui pra defender ninguém mesmo porque o atual Governo já tem um verdadeiro “exército” para fazer esse papel. Muito menos estou atrás de “emprego público”. Mas li recentemente críticas de Bittar ao governador Tião Viana (PT) depois da sua longa entrevista concedida ao AC24horas. Numa delas Bittar acusava Viana de usar o Acre como um “brinquedo”. Só um idiota ou um fanático pode levar a sério a acusação. Que a gestão de Tião Viana tem muitos problemas é fato. Mas se a gente analisar friamente o papel de um e do outro em relação ao Acre ficaremos em dúvida de quem usa o Acre como “brinquedo”.


Analisando o contexto
Podem gostar ou não de Viana, mas ele fez um dos melhores mandatos da história do Estado no Senado. Chegou a ter grande projeção nacional. Largou quatro anos da “tranquilidade” parlamentar para ser governador. Acertou e errou nas mesmas proporções e teve vitórias eleitorais apertadas em 2010 e 2014. Mas sempre foi um político presente. Isso é inegável.


O outro lado da moeda
Já Bittar foi o deputado federal mais votado em 2010. Não soube usar esse capital. Deixou muitas dúvidas no eleitorado. Algumas perguntas que o tucano deveria responder. Onde estão as suas emendas parlamentares? Quantas acreanos trabalharam nesse período no seu gabinete? E aquele caso do motorista que “supostamente” financiou um carro para seu uso pessoal? Por que isso até hoje não foi esclarecido? Terminado seu mandato de federal Bittar vai morar onde? Será que vai esperar chegar 2018 para estar presente de novo? Não adianta querer um papel que não é seu. Melhor ter a humildade para deixar novas “caras” surgirem.


Precipitação
Ainda sobre aquela entrevista do governador Tião Viana houve uma “incoerência”. Lançar o nome do prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre (PT) à sua sucessão. Mesmo porque Marcus terá que enfrentar a reeleição em 2016. E do jeito que as coisas estão no Acre qualquer eleição é muito difícil. Mesmo com a boa avaliação da gestão de Marcus a disputa para a prefeitura da Capital será intensa. Uma eleição não depende apenas do desempenho do candidato. O quadro político nacional e regional podem influenciar o resultado. E nesse caso ainda estão rolando os dados. O desempenho de Tião Viana e da presidente Dilma Rousseff (PT) nos próximos dois anos poderão influenciar o resultado na Capital.


O destino cada um é quem faz
Outra questão é o papel que o PC do B terá na próxima gestão do Acre depois de duas derrotas seguidas ao Senado. A representação política do partido ficou bastante comprometida. Sem parlamentares no plano federal e apenas um deputado estadual o PC do B está no mesmo nível de outros pequenos partidos da FPA. Na realidade, na minha avaliação, o próprio PC do B deveria procurar novos caminhos políticos para se reconstruir. Isso seria saudável para o próprio processo democrático acreano.


Quem pode gritar na oposição
O senador eleito Gladson Cameli (PP), o prefeito de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales (PMDB), o deputado federal Major Rocha (PSDB) e a deputada estadual eleita Eliane Sinhsique (PMDB) são os que saíram bem do pleito. Na minha avaliação, os que têm representatividade popular. A eles cabe o papel de liderar a oposição no Estado. E se tiverem juízo devem promover a renovação dos quadros oposicionistas.


Experiência à serviço da democracia
Já o deputado federal Flaviano Melo (PMDB) deve usar a sua experiência para orientar os novos passos da oposição. O PMDB é partido chave em qualquer processo de mudança. Seja no plano estadual ou nacional. Flaviano tem que fazer valer as suas conexões com o partido a nível nacional.


Quem apita na FPA
O senador Jorge Viana (PT) sabe liderar. Poderá ser ministro segundo especulações. Mas acredito que deverá permanecer no Senado. Não vai deixar a bancada acreana com dois senadores de oposição que fazem política. O seu suplente Nilson Mourão (PT) não tem o mesmo jogo de cintura para “segurar a barra”. Se isso acontecer, Gladson e Petecão (PSD) vão deitar e rolar.


Contra a vontade
Por outro lado, o deputado federal reeleito Sibá Machado (PT) provou que não é fácil de ser vencido. A sua liderança em alguns setores da sociedade acreana é inegável. Apesar de tudo que enfrentou dentro do seu próprio partido saiu por cima. Vai poder falar “grosso” em alguns processos e novas dores de cabeças internas virão.


Quem pode surpreender
Não tenho dúvida de que o deputado federal eleito Raimundo Angelim (PT) deverá fazer uma bom mandato. Léo Brito (PT) vai depender. Se só jogar partidariamente e não coletivamente num Estado de prefeituras carentes pode criar obstáculos para o seu retorno em 2018. César Messias (PSB) e Alan Rick (PRB) são incógnitas. Experiência e conhecimento políticos não faltam a Messias e se quiser pode fazer a diferença. Já Alan Rick vem pela primeira vez. Mas é um sujeito equilibrado e democrático.


O jogo democrático nunca para
Resumindo, o importante é que as instituições políticas acreanas se fortaleçam e que as pontes diplomáticas sejam estendidas em benefício da população. Política não é “guerra” como tem sido tratada na realidade. O jogo democrático está sempre na ativa. Seja período eleitoral ou não. Que cada um aproveite bem a oportunidade de ter um mandato com a chancela do povo acreano. E que os próximos quatro anos sejam de muita paz e prosperidade no Estado. Da minha parte estou de volta para continuar o meu trabalho de cronista política.

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