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Ao trabalho, governador do Acre, Sebastião Viana

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Machado de Assis, em sua célebre obra “Quincas Borba”, criou a frase: “Ao vencedor às Batatas!”, ou seja, ao vencedor o direito/dever de alimentar, de cuidar do seu povo com as batatas que recebeu como prêmio.


Finda as eleições no Acre, os palanques da oposição foram desarmados. Eu, após o anúncio oficial do resultado das eleições, aceitei-o com a naturalidade que meu espírito democrático exige e voltei à minha rotina parlamentar em Brasília, honrando a população acreana.

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O governador Sebastião Viana, entretanto, tem insistindo em permanecer no palanque, vociferando ataques e bravatas contra tudo e contra todos, emitindo sinais de destempero e de desequilíbrio passíveis de análise por especialistas na mente humana.


A verdade é que o governador não parece ter assimilado a sua própria vitória. Pelo menos, não nos moldes em que ocorreu, quando, após 20 anos, voltamos a ter uma eleição para o governo disputada em segundo turno, com a vitória pela margem apertada de apenas 2,58%, resultado bem diferente da larga vantagem propalada pelos arautos comissionados do governo durante todo processo eleitoral.


A minha participação nessa eleição me enche de orgulho e alegria, pois conseguimos mostrar nossas propostas e levar nossas ideias e posições a todas as cidades do Estado. Nossa coligação trabalhou de forma séria e fomos crescendo sistematicamente nas pesquisas de opinião até culminar com nossa dianteira, apontada na última pesquisa apresentada pelo mais conceituado instituto de opinião do Acre. O resultado final, apesar de todos os fatos inusitados que cercaram a apuração, não teve o condão de nos desestabilizar, afinal, lutamos a boa luta, contra o poder financeiro, as ameaças e a campanha de medo, implantada diuturnamente pelo governador agora reeleito. É inegável que saímos maiores desse processo.


Agora, após a luta eleitoral, chegou a hora de o governador desarmar espíritos e começar a traçar suas metas para os próximos quatro anos, montar sua nova equipe de governo e dar as respostas e soluções que o sofrido povo acreano anseia. Afinal, os sérios problemas da segurança, da saúde, da infraestrutura, não se resolvem num passe de mágicas ou com a renovação do contrato com empresa de publicidade. O Acre necessita de trabalho, dedicação e, principalmente, de equilíbrio, coisas que, lamentavelmente, têm faltado ao governador nos últimos dias.


Mas, infelizmente, ele prefere propagar bravatas e acusações levianas. Em uma entrevista chegou ao cúmulo de colocar sob suspeição o poder judiciário do Acre ao afirmar ter sido avisado, com antecedência, por desembargadores, da existência da investigação que culminou na operação G-7, o que, se confirmado, configura uma grave falta contra o sigilo das investigações e deve ser punido com o rigor da lei.


Diante da gravidade da declaração e do silêncio obsequioso dos órgãos competentes do Acre, é que protocolei, juntamente com o Deputado Wherles Rocha, uma interpelação judicial junto ao STJ, para que o governador identifique os desembargadores que não respeitaram o sigilo das investigações ou retrate-se perante a sociedade acreana. E tomei tal atitude não como forma de retaliação pela derrota nas eleições, mas sim por ser cioso dos meus deveres com a população e as instituições do meu Estado.


Agora, como um infante mimado que não tem os seus caprichos atendidos, declara que sua baixa votação deve-se à compra de votos por parte da oposição. É uma acusação que seria risível, não fosse tão leviana, rasteira e demonstrativa do seu desrespeito, não com a oposição, mas com a população do Acre, a quem acusa de venal.


Volto a insistir que esse comportamento errático e virulento é caso para uma análise psicológica, pois o vencedor não se contenta com o seu prêmio, quer, isso sim, a destruição do adversário, a quem enxerga como inimigo. E, o mais grave, busca enxergar em outros, atributos e expedientes que são seus. Mas essa é a natureza espelho, que enxerga a si mesmo em qualquer um. O terrorismo psicológico, os ataques pessoais, as ameaças vazias, nada disso fez parte do arsenal da oposição, que procurou manter-se sempre dentro do debate ideológico e da exposição franca de propostas.


Basta de bravatas e factoides. É necessário preencher o vazio que tomou conta do governo. Esse é o momento de trabalho e de respeito a cada cidadão do Acre. Ao trabalho, governador!


*Marcio Bittar é deputado federal, presidente da executiva estadual do PSDB/AC e primeiro secretário da Câmara dos Deputados

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