Menu

Anibal Diniz diz que “oposição tem que saber perder”

Receba notícias do Acre gratuitamente no WhatsApp do ac24horas.​

O processo eleitoral acabou e é hora de todas as forças políticas mostrarem responsabilidade com a democracia, participando do debate de ideias, mas contribuindo para unir o País. O chamamento é do senador Aníbal Diniz (PT-AC), que nesta sexta-feira (7) fez uma análise do pronunciamento do candidato derrotado à presidência da República, Aécio Neves (PSDB-MG), ao retomar suas atividades como senador, na última quarta-feira (5). “É hora de unir o Brasil. Para isso, precisamos da responsabilidade do PSDB, porque esses atos de vandalismo de sair por aí gritando impeachment e pedindo a volta da ditadura militar não são atos condizentes com a maturidade da nossa democracia”, cobrou Aníbal.


O senador acreano lembrou que o tucano reivindicou, em seu discurso de retorno ao senado, a condição de “líder das oposições e dos 51 milhões de eleitores” que votaram nele. “Então, cabe a ele pedir calma [aos mais exaltados que falam em golpe militar], porque o processo democrático continua”. Isso não significa, destacou Aníbal, que as posições políticas derrotadas na eleição devam se calar. Pelo contrário. “Vamos ter muitos enfrentamentos de ideias? Vamos continuar o bom debate”.

Publicidade

Saber ganhar e saber perder


Aníbal lembrou que quem ganhou a Presidência da República— e consequentemente, terá a responsabilidade de conduzir o Brasil pelos próximos quatro anos — foi a presidenta Dilma Rousseff. Ele citou um trecho do discurso de Aécio Neves onde o tucano afirmava que teria “perdido a eleição ganhando” e sugeria que Dilma teria “ganhado perdendo”. Para Aníbal, mais importante que o jogo de palavras de “perder ganhando” é saber ganhar e saber perder. “O senador Aécio Neves perdeu. A Presidenta Dilma ganhou. Essa foi a decisão do povo brasileiro. Vamos respeitar essa decisão e vamos seguir em frente”.


Sobre a autoproclamada ascendência do tucano sobre os 51 milhões de eleitores que o apoiaram no segundo turno presidencial, Aníbal pondera que esta liderança ainda terá quatro anos para se traduzir em repetição do voto. “O senador Aécio teve 30% dos votos no primeiro turno, contra 42% da presidenta Dilma. As circunstâncias eleitorais do segundo turno, com Marina fora da disputa, podem não se repetir em 2018”. O senador acredita que Aécio Neves pode se credenciar muito com os brasileiros se aprender com o ex-presidente Lula, que foi derrotado três vezes antes de se tornar presidente da República.


“Lula teve a paciência de visitar o Brasil, de conhecer a realidade do País, de se constituir como liderança nacional. Foi assim que ele chegou à Presidência e fez um mandato histórico”. Essa “travessia do deserto”, destaca o senador, é um caminho que pode ser trilhado por qualquer cidadão brasileiro. “O senador Aécio Neves pode fazer isso. Mas ele vai ter que se constituir como liderança capaz de fazer isso”.


Ataques e agressões


anibal_03Aníbal Diniz foi enfático em refutar as acusações de Aécio Neves à campanha do PT e à militância petista. Em seu pronunciamento da quarta-feira, o tucano havia reclamado de “agressões” que teria sofrido durante o processo eleitoral e que teria sido vítima de “mentiras”. “Se houve agressividade nessa campanha, foi de ambos os lados, no mínimo”, rebateu Aníbal. “Eu, na condição de militante histórico do Partido dos Trabalhadores, devo dizer que o senador Aécio Neves se excedeu ao dizer que a agressividade foi apenas do lado do PT”.


O senador acriano citou uma série de agressões promovidas por eleitores e apoiadores de Aécio. “Manifestações que apontavam o povo nordestino como sub-raça, porque lá a presidenta Dilma teve a maioria dos votos. Afirmações do próprio senador Aécio dizendo que o PT promove corrupção, deixando passar essa ideia rasa das redes sociais de que petista é ladrão”. Ele também destacou a publicação antecipada da revista Veja, na sexta-feira anterior à eleição, com o objetivo de acusar Lula e Dilma de saberem dos acontecidos da Petrobras. “E essa agressividade? Fica na conta de quem? Fica na conta de quem patrocinou esse tipo de agressividade”, reabateu.


Para Aníbal, Aécio “não pode vir para cá posar de santo, passando a ideia de que só a militância do PT age com agressividade”. E lembrou a virulência dos ataques à presidenta Dilma, desde antes da campanha eleitoral. “Eu faço ideia das dores que a presidenta Dilma sentiu ao ver tantas agressões nas redes sociais contra ela, tanto preconceito contra a condição de mulher, tanto preconceito contra as suas condições pessoais. A presidente Dilma também foi extremamente agredida por palavras que não merecem ser repetidas em lugar nenhum”.


Reeleição


Outro ponto do discurso de Aécio Neves refutado por Aníbal foram as críticas do tucano ao instituto da reeleição. “Quem criou a reeleição no Brasil foi o PSDB durante o primeiro mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso. Foi correto? Não! Foi incorreto. Por quê? Porque foi um casuísmo político em benefício próprio”, rememorou o senador acriano. Para ele, FHC “criou a reeleição para se beneficiar dela, como se isso fosse concorrer eternamente a seu favor. Hoje, o PSDB questiona a reeleição, mas tem de assumir, tem de fazer mea-culpa e dizer: ‘Erramos ao ter instituído a reeleição no Brasil’”.

Publicidade

Neste ponto, Aníbal foi aparteado pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que lembrou o processo nebuloso que envolveu a aprovação da reeleição de Fernando Henrique Cardoso. Cristovam parabenizou Aníbal pela “discrição em tratar do tema”, já que, destacou o pedetista, “Fala-se muito de que houve até mensalão para conseguir aprovar a reeleição. Há muitas suspeitas, inclusive com a confissão de um parlamentar, que recebeu R$200 mil para votar a favor da proposta”. Cristovam Buarque manifestou-se contra o instituto da reeleição, pois entende que “o presidente reeleito, em geral, começa cansado. O único que se saiu bem em um segundo mandato foi o Lula. O único, na história do Brasil”.


INSCREVER-SE

Quero receber por e-mail as últimas notícias mais importantes do ac24horas.com.

* Campo requerido