Na noite da segunda, 22, os candidatos da FPA fizeram um comício em Senador Guiomard. Seria mais um entre tantos que a coligação vem realizando em todo o Acre se os militantes do PT não tivessem resolvido vaiar a fala do atual vice-governador e candidato a deputado federal César Messias (PSB). Durante o seu depoimento Messias pediu votos para a candidata a presidente do seu partido Marina Silva (PSB). E foi acossado por uma vaia estrondosa. Presente no palanque, segundo uma fonte, o candidato à reeleição ao Governo fez gestos com as mãos pedindo calma aos militantes petistas para que respeitassem a fala do “aliado”. Depois de alguns momentos os petistas se acalmaram, mas a militância socialista ficou revoltada com a atitude. Ficou uma clima de mal-estar já que o PSB juntamente com o PC do B foi um dos fundadores da FPA.
A revolta de uma militante
Na sua página do Facebook a militante Janaína Sanches Marszalek desabafou: “…o nosso candidato César Messias sempre foi leal ao governador Tião Viana e em suas falas defende o projeto da FPA…Para a nossa surpresa quando o César foi pedir votos para a Marina Silva ele foi vaiado pela militância do PT de uma forma desrespeitosa…Nas últimas três eleições estivemos ao lado do PT para a presidência. Mas agora nós temos o nosso projeto e isso é a democracia. A condição para o PSB ficar na FPA era a garantia de que poderíamos defender o nome da Marina, que é apoiado pelo César e todos os militantes socialistas e não aceitamos esse tipo de atuação desrespeitosa e deselegante da militância do PT,” escreveu a militante.
Reflexos da disputa acirrada no Acre
O que aconteceu no comício de Senador Guiomard é a reprodução local dos ânimos acirrados dos petistas nacionais com a candidatura de Marina. Na realidade, a principal acusação contra a acreana é o fato de ter feito a sua carreira política no PT e, depois, ter abandonado o “projeto”.
Calça justa
Para Tião Viana essa postura da militância não deveria interessar. Mesmo porque as pesquisas mostram que, provavelmente, Marina será a mais votada no Acre. Um embate dentro da FPA poderá ter consequências desastrosas.
Bairrismo
Um outro ponto delicado para o PT é o bairrismo evidente dos acreanos. Marina é da terra e está fazendo uma campanha de Davi contra Golias. Tem recebido ataques “fortes” do PT no plano nacional. Isso está vitimizando a ex-seringueira.
Votos da zona rural irão decidir
Aquilo que eu já imaginava me foi confirmado por um diretor de instituto de pesquisa. Com aproximadamente 30% do eleitorado acreanos a decisão se vai ter ou não segundo turno pode ser determinado pelos eleitores da zona rural.
“Esquecidos”
Os institutos de pesquisa não fazem sondagens na zona rural. Tradicionalmente a abstenção nessas áreas é muito grande. No entanto, se a maioria dos votos penderem para um candidato de oposição o segundo turno estará cristalizado.
Desapegado
Não existe nada contra a conduta política do deputado federal Henrique Afonso (PV). Foram três mandatos e nenhum escândalo. Henrique teria uma reeleição relativamente fácil para federal, mas optou em ser vice de Bocalom (DEM). Deve ter suas razões.
Desapegado 2 – a missão
O candidato ao Senado Gladson Cameli (PP), não precisa da política para viver. Filho de uma família de empresários bem sucedidos Gladson poderia ter uma vida tranquila administrando os bens da família. Faz política por paixão, isso é inegável.
O preço do sonho
No entanto, não é tão simples quanto se imagina entrar para a vida pública. Nos últimos meses Gladson tem sido atacado de todas as formas. Decididamente o grupo que comanda o Acre não digeriu a sua ousadia de querer ser senador.
Bons candidatos
A chapa do PSB para deputado estadual tem três bons nomes. Manoel Moraes (PSB), Marcelo Jucá (PSB) e doutor Julinho (PSB). Os socialistas acreditam que poderão eleger pelo menos dois. Uma previsão otimista.
Voo solo
O PP também preferiu sair com chapa própria para deputado estadual. O puxador de votos é Nicolau Júnior (PP). Pelo menosdois bons jornalista compõe o grupo progressista, Salomão Matos (PP) e Lenilda Cavalcanti (PP).
A vez de cada um
A FPA esteve no final da semana passada fazendo campanha no Juruá. Neste agora, que coincide com o aniversário de Cruzeiro do Sul, a oposição vai tentar marcar espaço na região. Vários comícios estão programados pela Aliança de oposição.
Papel digno
O candidato ao Governo Antônio Rocha (PSOL) está fazendo o seu nome. Sem muitos recursos o candidato do PSOL aproveita bem as chances de se apresentar nos debates. O partido poderá sonhar com algo mais em 2012.
Projeções futuras
Alguns militantes do grupo de Bocalom estão dizendo que se Roberto Duarte (PMN) não conseguir se eleger ao Senado já tem um destino certo. Eles querem que o jovem advogado dispute a prefeitura de Rio Branco, em 2016.
Insatisfeitos
Alguns candidatos a deputado federal e estadual não andam muito satisfeitos com o candidato ao Governo Márcio Bittar (PSDB). Alegam falta de ajuda efetiva nas suas campanhas. Querem mais apoio material.
A reta final da campanha promete
Só faltam 12 dias para a votação. Algumas tendências ainda não estão definidas. Entre elas, a principal, é se vai haver ou não o segundo turno para Governo. Está evidente o aceleramento da campanha da FPA para liquidar a fatura no dia 5 de outubro. Por outro lado, as duas principais coligações de oposição se empenham para surpreenderem e levar a decisão para mais adiante. Afora isso, também é notável o empenho dos candidatos a deputado federal para solidificarem os seus nomes na disputa. Como se costuma dizer por aqui: “não existe eleição fácil no Acre”. Fazer previsões nesse momento baseado em pesquisas que não têm credibilidade fica quase impossível. Melhor é esperar a voz das ruas e ramais e verdade que será escrita nas urnas.
