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Deputados afastados por envolvimento com quadrilha voltam ao cargo em RO

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Afastados oficialmente por quebra de decoro parlamentar por decisão da própria Assembleia Legislativa até o dia 12 de setembro, os deputados Ana da 8 (PT do B) e Adriano Boiadeiro (PRP) fazem campanhas gigantescas em Porto Velho com dezenas de veículos plotados, cabos eleitorais trabalhando nos bairros e centenas de “santões” colados em residências. Ana da 8 ainda sai em caminhada pelas ruas e estradas vicinais, pedindo voto, dizendo que é “ficha limpa” porque teve seu registro deferido pelo Tribunal Regional Eleitoral, mas nada comenta sobre seu afastamento de 6 meses a partir do dia 12 de março deste ano por envolvimento com uma suposta organização criminosa que atuava no Poder Legislativo. Boiadeiro praticamente não é visto em Porto Velho, mas tem fortes cabos eleitorais principalmente no Bairro Areal, onde residem os parentes de Alberto Siqueira, o Beto Baba.


Boiadeiro e Ana da 8 também tiveram todos os seus assessores exonerados do gabinete. Na época, a Comissão Processante da Assembleia apurou que Ana da 8 teria negociado o mandato com Beto Baba, um dos supostos líderes da quadrilha desbaratada com a Operação Apocalipse. A principal testemunha do processo, o ex-coordenador de campanha Isaias Santana, foi enfático afirmando que “Beto Baba” entrou na campanha e “com o dinheiro, tudo ficou mais fácil e chegou mais gente”. Ele relatou que o “Beto Baba” entrou com R$ 150 mil para material gráfico, “mas, a campanha foi aumentando e esse valor passou de R$ 450 mil. Também foram alugados 12 carros, todos plotados. Campanha pobre não aluga tantos veículos”. Ainda de acordo com ele, uma irmã da deputada era responsável pelos recebimentos e “todo material gráfico foi custeado por Beto Baba”, afirmou. Isaías Santana também confirmou que ele presenciou a assinatura do suposto termo de compromisso, em que “Ana da 8” negocia parte do mandato. Ele garante que assinou o documento, juntamente com “Ana da 8”, “Beto Baba” e Luciana Dermani, irmã da parlamentar. “Fui ao cartório e assinamos. Só tem um documento original e quem está com ele é o “Beto Baba”.

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Boiadeiro saiu do cargo ameaçando deputados e o presidente da Casa


Outro com dezenas de veículos adesivados com sua fotografia empunhando um berrante, Adriano Boiadeiro também foi afastado por colegas no dia 12 de março deste ano, acusado de integrar a suposta quadrilha comandada por Beto Baba e Fernando Braga Serrão, o Fernando da Gata. Ele até chorou na sessão tentando convencer seus pares, mas o esforço foi em vão. Ele está fora do mandato até o próximo dia 12 de setembro. Na saída, ele foi até a sala do presidente da Assembleia, deputado Hermínio Coelho, fazer ameaças aos colegas, dizendo que nada tinha a ver com a operação e que tudo não passava de armação. Na verdade, Boiadeiro fez pose para fotografia ao lado de Beto Baba quando assumiu o mandato. E hoje o maior cabo eleitoral é o próprio Beto Baba que também plotou seu veículo e dos parentes com o adesivo do candidato.


Na época, segundo as investigações da Polícia, a campanha eleitoral de “Boiadeiro” foi financiada pela Organização Criminosa, “mais especificamente pelo líder Fernando da Gata e a contrapartida, supostamente, teria sido a nomeação de pessoas da Organização Criminosa em seu gabinete como meio de pagamento do referido financiamento. O referido deputado teria estreitado vínculos com a OrCrim, nomeando para seu gabinete o próprio líder da Organização, “Beto Baba”, que passou a coordenar suas atividades políticas e financeiras, além de ter alugado o apartamento de propriedade da esposa do assessor”.


Jean de Oliveira e Cláudio Carvalho


Enquanto Ana da 8 e Adriano Boiadeiro estão fora do mandato até o dia 12 de setembro e , mesmo assim, estão com a campanha na rua, os deputados Jean Oliveira (PSDB) e Cláudio Carvalho (PT) receberam penas mais brandas. Jean foi censurado publicamente, o que na prática não representou absolutamente punição alguma. Já Cláudio Carvalho ficou afastado do mandato por 2 meses. Cláudio, candidato a reeleição, diz que tudo não passou de armação, mas até parentes dos principais envolvidos estavam nomeados em seu gabinete, morando inclusive fora do Estado.


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