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Opinião: A origem da violência é a falta de governo

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A Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO-Brasil) acaba de divulgar uma prévia do Mapa da Violência 2014, sobre o índice de violência que atinge os jovens brasileiros, correspondente à década de 2002/2012. . Os dados são alarmantes, demonstrando a falta de uma política consistente de combate à violência, tanto na esfera estadual quanto na federal.


Segundo o estudo realizado pela FLACSO Brasil, o Acre é o estado que apresentou o terceiro maior aumento na taxa de homicídios, com um salto de 22,4% no período entre 2011 e 2012, muito superior ao aumento do índice nacional, que foi de 7%. Isso significa que m 2012, 209 jovens acreanos foram vítimas de homicídios, contra 168 durante 2011 e 151 em 2002.

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Não é preciso ser expert ou debruçar-se sobre números para constatar. Basta experimentar a sensação de insegurança que vivem os acreanos no seu dia a dia. Além de aumentar, o crime está se alastrando, comprovam os pesquisadores.


Tenho defendido, em debates internos, que o aumento da violência está intimamente ligado à falta de liderança dos governantes. Essa era uma visão empírica que eu alimentava, sem qualquer comprovação científica, mas, há poucos dias, a pesquisadora Amy Nivette, da Universidade de Oxford, divulgou uma pesquisa comprovando a minha impressão. Segundo a pesquisadora, a falta de confiança no Estado leva à violência, ou seja, uma maior legitimidade política significa menor índice de homicídios, e isso é comprovado em uma análise feita em 65 países, na qual o Brasil se encontra na metade mais baixa da lista.


Ora, vamos enfrentar a substância dos fatos. Só é possível combater a criminalidade com um governo que inspire confiança na população e que tenha políticas públicas sérias, uma situação bem diferente da que vivemos hoje no Acre. Diante da escalada de violência que vivemos, temos um governo que investe cada vez menos em segurança.


No período entre 2010 e 2013, o governo estadual diminuiu os gastos com a Polícia Civil. Enquanto gastou, em 2010, R$ 19.966 milhões, em 2013 esse número baixou para R$ 10.726 milhões. Ou seja, enquanto os gastos com segurança diminuíram, a violência aumentou na mesma proporção. Na realidade, nos últimos anos a atitude mais relevante do governo do Acre, para o enfrentamento da violência, foi a distribuição de apitos à população.


É hora de mudar isso. O governo deve assumir a responsabilidade de capitanear todas as forças no combate intransigente à violência. A coordenação de uma ação maciça contra o crime deve começar com recursos direcionados para os agentes de segurança pública, com o aumento de efetivo e o melhor aparelhamento da nossa força policial. Vamos dar um basta a esta guerra, que está dizimando nossos jovens.


Violência não pode ser combatida com omissões, falta de recursos, ou ao som de uma sinfonia de apitos, violência é combatida com um governo forte, que inspire confiança na população e que tenha uma política clara de combate ao crime e de respeito às leis e aos cidadãos.


*Marcio Bittar é deputado federal, primeiro secretário da Câmara dos Deputados e presidente da Executiva Estadual do PSDB/AC


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