Devastação, esse é o cenário encontrado no bairro Triângulo, em Porto Velho, após o recuo do nível do rio Madeira que ficou mais de dois meses acima dos 18 metros.
Considerado um dos mais tradicionais bairros de Porto Velho e berço da cultura popular da capital rondoniense, atualmente dezenas de residências e estabelecimentos comerciais, e até veículos estão soterradas pela areia arrastada com a força dos banzeiros durante o período mais crítico da cheia.
A altura dos barrancos de areia no local chega há mais de três metros, postes da rede elétrica foram quase encobertos. O rio ao lado mais parece um lago, um cenário inverso do que era encontrado na mesma região há poucos mais de seis anos atrás.
Patrimônio Histórico
As tradicionais casas do bairro Triângulo localizadas ao entorno do trilho da Estrada de Ferro Madeira Mamoré já não existem mais, o rio está ao lado dos trilhos, e todas as casas ao entorno ficaram em baixo da areia deixado no pós-cheia.
Não foi observado nenhum trabalho de conservação ou reparos nas áreas pertencentes ao sítio histórico da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, área tombada de IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e de responsabilidade do Governo Federal.
Grande partes de peças que compõe o centenário trilho da Madeira Mamoré está se perdendo. Não existe qualquer trabalho dos órgãos competentes para resguardar a integridade física do que é parte integrante do acervo do Patrimônio Histórico Nacional.
Pela profundidade e características típicas de um lago, alguns moradores aproveitam o novo barranco para pescar.
“Em mais de quarenta anos que vivo nesse Triângulo nunca vi uma coisa dessa, aliás nunca tinha visto uma coisa dessa na minha vida, parece mais que um furacão ou um tsunami passou por aqui”, disse Manoel Alves, morador do bairro Triângulo.
O trabalho de limpeza da prefeitura de Porto Velho ainda não chegou ao local que está ilhado por uma “montanha” de lama e lixo deixados em toda a região inundada.
