Menu

Pesquisar
Close this search box.

Secretário de Segurança diz que ‘só Deus’ poderia evitar um ataque terrorista

Receba notícias do Acre gratuitamente no WhatsApp do ac24horas.​

O  secretário de  Segurança Pública do Amazonas, coronel Paulo Roberto Vital, disse ontem que, em caso  de um ataque terrorista durante os jogos da Copa do Mundo em Manaus, só Deus poderia evitar. Segundo ele, investimento e preparação nem sempre são garantias de que atentados não acontecerão. “Em caso de ataque terrorista, só Deus mesmo. A Rússia é um exemplo, investiu bilhões de dólares nas Olimpíadas de Inverno e, mesmo assim, sofreu ataques”, afirmou.


A declaração foi dada em resposta à afirmação do diretor-presidente do Counter Terrorism Experts Internacional (Cetta), Geremias de Jesus Júnior, de que  o atraso, a falta de planejamento em segurança para grandes eventos e erros de projeto fazem de  Manaus uma das subsedes da Copa  mais vulneráveis a ataques terroristas.

Anúncios


O especialista esteve na capital semana passada, ministrando a palestra sobre ‘Operações de Inteligência, Planejamento e Prevenção Antiterrorismo para Segurança de Grandes Eventos’.


Segundo Geremias, locais de grande concentração de pessoas como a Arena da Amazônia, shoppings, hotéis e até reservatórios de água são os  mais visados à prática de ataques com explosivos ou substâncias químicas e que demandam vigilância.


A um mês da abertura do mundial, Geremias chama a atenção para a vulnerabilidade da Arena da Amazônia que, segundo ele,  deve ser uma das preocupações do sistema de segurança pública, por colocar “em xeque a integridade dos torcedores em caso de ataque à bomba”.


“Em termos de quem pensa em se prevenir de um ataque terrorista, posicionar o estacionamento de um estádio embaixo de arquibancadas, como ocorre na Arena da Amazônia, jamais será adequado, com resultados desastrosos caso um artefato seja deflagrado”, disse.


Para o especialista, esta falha, associada a existência de passagens subterrâneas para a atividade de carga e descarga de mercadorias, assim como acessos laterais,  demandarão  vistorias rigorosas de veículos, para evitar que bombas sejam posicionadas no estádio.


Para o presidente da Comissão Estadual de Segurança Pública e Defesa Civil para Grandes Eventos no Estado do Amazonas (Coesge/AM), coronel Dan Câmara, a segurança não é concebida no local onde o evento acontece, mas na evitabilidade do acesso de terrorista às subsedes. “Todos que acessarem a Arena da Amazônia passarão por scanners. Foram  investidos quase R$ 4 milhões só em treinamento de pessoal. Acredito que para afirmar que estamos atrasados é preciso dizer a qual País estamos sendo comparados”, afirmou.


Segundo o secretário Vital, o plano de segurança do Amazonas já está pronto e homologado pelo governo do Estado, com todos os detalhes da atuação das forças de policiamento, controle, logística, mobilidade urbana, inteligência, comunicação social, segurança privada, socorro e emergência e polícia judiciária.


Fragilidade


Geremias afirma que não só o governo, mas também os hotéis, que são alvos fáceis devido a grande rotatividade de hóspedes, devem investir no treinamento de funcionários, mapear a entrada e saída de clientes e levantar as principais vulnerabilidades dos prédios,  para tentar se antecipar a ações criminosas.


“É abrir um leque de critérios de lugares prováveis de ataque e começar a suplantar isso através de uma estrutura de prevenção. Não existe uma segurança 100% em nenhum lugar do mundo, mas é possível criar sistemas que dificultam esse tipo de ação”, afirmou.


Para o especialista,  ainda mais perigoso que o atentado com explosivos, a liberação de substâncias químicas compõe o segundo tipo de ataque mais passível de ocorrência em Manaus. “Quando se fala de ataque com elemento químico em canais de ventilação, reservatórios de água devem ser vistoriados e monitorados porque algo colocado no ar ou na água e que propaga no ambiente demanda cuidado”.


Atrasos no cadastramento de estrangeiros, com antecedência de pelo menos dois anos;  treinamento contínuo da tropa, assim como de equipes de prevenção, de inteligência e de pós-acontecimento composta por Defesa Civil e Corpo de Bombeiros são algumas das falhas, apontadas por Geremias e  “deixam clara a falta de preparo da capital para receber delegações como Itália, Estados Unidos e Inglaterra, com histórico de  terrorismo”.


“O ideal era ter começado a pensar em tudo isso a partir do momento que se teve a resposta que o evento aconteceria no Brasil. Caso um atentado se concretize, a equipe destinada a entrar em ação está preparada? Tudo isso tem que ser pensado e o que eu observo é que em termos de tempo, nós estamos bem atrasados quanto a esse tipo de preparação”.

Anúncios


Fronteira


Porta de entrada de todos os tipos de artefatos utilizados por grupos extremistas, a fronteira do Amazonas, 6,8 mil quilômetros, segundo o especialista deve ser vista como um outro importante trunfo de terroristas caso uma ação esteja sendo programada para Manaus durante a Copa.


“Na fronteira, armas e explosivos podem passar tanto completos como peça por peça, ou seja, daqui a pouco eles teriam uma estrutura montada. E quando eu falo em terrorismo, estou me referindo a grupos como Al-Qaeda e Hezbollah até um lobo solitário que age isoladamente”, afirmou.


Com o Plano Tático Integrado de Segurança Pública para a Copa do Mundo apresentado ontem, o coronel Dan Câmara afirma que ameaças como aumento da criminalidade, atuação de movimentos sociais, greves do transporte público e fenômenos naturais estão entre as pontuadas pelo sistema de segurança, como passíveis de ocorrerem durante o mundial.


“Os planos são voltados para grandes eventos como Carnaval, Réveillon e a Copa. Em termos de segurança não tivemos nenhum incidente na Arena da Amazônia, sendo o Amazonas referência em termos de aplicação destes planejamentos”, informou.


INSCREVER-SE

Quero receber por e-mail as últimas notícias mais importantes do ac24horas.com.

* Campo requerido