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Crise no setor de combustível já causa desemprego no estado do Acre

Petrobras Distribuidora é acusada de praticar uma política diferenciada de preços para revendedores de bandeiras diferentes. Empresa emitiu nota garantindo a regularização do abastecimento neste final de semana, mas filas e correria se repetiram durante todo o sábado

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O desabastecimento que assombra o setor de revendedores de combustível no Acre conta com um ingrediente que afeta diretamente a economia: o desemprego. Sem o produto há 30 dias, alguns proprietários dos postos de combustíveis com a bandeira Shell, em Rio Branco, demitiram dezenas de funcionários. Os que tentam resistir à crise deram férias coletivas. A Petrobras é acusada de praticar politica diferenciada de preços.


“O motivo é a politica diferenciada de distribuição de combustível praticada pela Petrobras”, revela Delano Lima e Silva, proprietário de um dos postos com bandeira Shell, localizado no Segundo Distrito da capital.

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Gestora da distribuição no Acre, Delano afirma que para os postos com bandeira diferente da BR, a Petrobras pratica preços diferenciados que teriam de ser repassados ao consumidor, com aumento que eles consideraram abusivo.


“Recebemos fiscalizações do Procon, do Ministério Público e da ANP, não tem como praticar os preços repassados pela Petrobrás para os postos Shell, seria abusivo”, acrescentou Delano.


Este cenário, segundo o empresário, vem contribuindo para a diminuição da oferta de combustível e a extensão da crise que atinge o consumidor acreano. Os seis postos localizados em locais estratégicos em Rio Branco, vendem 1 milhão de litros/mês.


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Sem acordo com a Petrobras e sem logística de transportes através de balsa – por onde tem têm chegado a maior quantidade de combustível – os empresários fizeram um apelo ao governador Sebastião Viana.


“Ele foi sensível à causa, o sindicato também está nos apoiando, mas até agora nada”, lamentou Delano.


O empresário afirma que para a Petrobras está sendo subsidiado o frete e mesmo assim não houve acordo. Enquanto a solução não chega, alguns já demitiram funcionários. Delano não arriscou falar de prejuízos, mas afirmou que se a crise continuar, a tendência é que mais demissões aconteçam em todo o Estado.


“No meu posto eu fui obrigado a dar férias coletivas. Tenho funcionários esforçados, não quis demitir, mas a situação é muito difícil. Sofremos fiscalizações do Procon, da ANP e do Ministério Público”, acrescentou.


INDICES – O fantasma do desemprego volta a atingir o estado do Acre no momento em que o governo comemorava o aumento de 0,37% no número de carteira assinada entre janeiro e fevereiro. O setor de serviços foi o responsável, neste período, pelo maior número de empregos (+135).


PROMESSA CONTINUA – A Petrobras emitiu nota à imprensa garantindo a regularização do abastecimento no final de semana. A nota informa a chegada de mais uma balsa-tanque na cidade de Porto Acre. “A Companhia colocou em operação um esquema especial que permite a transferência do produto (gasolina e diesel) para os caminhões-tanque durante todo o dia e também no final de semana, garantindo, assim, a reposição dos combustíveis nos postos Petrobras”, diz o comunicado à imprensa.

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Segundo a estatal de comunicação do governo, o transbordo de combustíveis das balsas para caminhões permaneceu durante o final de semana e a transferência foi de cerca de 400 mil litros para os postos de Rio Branco. Mesmo assim, as filas se repetiram durante todo o sábado. Os Postos de bandeira Shell continuam sem combustíveis.


 


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