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Um debate mais amplo

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Desde a última quinta até domingo estive nos municípios do Vale do Purus e Tarauacá acompanhando a oposição em sua “caravana da mudança”. Visitei estas cidades em 2007, e agora, passados sete anos, percebi que elas continuam paradas no tempo, a evolução não chegou por lá. Ocorreram algumas mudanças, é inegável, mas nada capaz de alterar a realidade social e econômica de Sena Madureira, Feijó, Tarauacá e Manoel Urbano.


Em alguns aspectos elas até pioraram, sobretudo no quesito infraestrutura. Todas estão com o mesmo aspecto de abandono, as ruas com crateras e o esgoto passando na frente das casas. Um cenário da incompetência das prefeituras e do governo, que desde 2011 tomou para si a responsabilidade do saneamento básico.

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“Ruas do Povo” mostra-se um fracasso. Os prefeitos estão sem dinheiro, pois precisam manter uma máquina comprometida com o pagamento da folha. Não fossem as prefeituras nestas cidades para garantir empregos a situação seria caótica. A vulnerabilidade social nestes municípios está a olho nu.


Jovens e adultos passam o dia nas praças com a cara para cima sem muitas opções do que fazer. Em outras, crianças pedem esmolas ou vendem algum produto (como açaí e castanha) para assegurar uma renda em casa. Uma legião depende do Bolsa Família. Um quadro social propício para gerar as maiores mazelas possíveis, como a violência.


Tudo isso mostra que o debate eleitoral de 2014 não pode mais uma vez se resumir em quem é melhor, o vermelho ou o azul, o 45 ou o 13. A população não quer mais saber quem é menos ou mais corrupto.


Os candidatos ao Palácio Rio Branco devem apresentar propostas (e não promessas) para solucionar estes problemas. O Estado não pode continuar dependente da maléfica economia do contracheque. São necessárias políticas para o fortalecimento da iniciativa privada, para proporcionar a distribuição de renda.


Mas estes incentivos não devem ser nos moldes da atual gestão petista, em que o governo quer manter sua força nos empreendimentos, muitas das vezes travando avanços. O Estado deve ser o indutor do desenvolvimento, deixando o capital livre, não interferindo no setor com medo de perder influência eleitoral.


O Acre necessita de um “choque de capitalismo” para que sua população hoje na miséria possa ter alguma perspectiva de melhora na qualidade de vida. O modelo em vigor mostrou-se um fracasso, e todos os regimes socialistas só aprofundaram a miséria. O capitalismo não é a perfeição, tem suas mazelas, mas garante ao indivíduo a oportunidade de ascensão social e econômica.


O próximo governador deve ter isso em mente. Reduzir o tamanho do Estado, ter uma máquina eficiente e adotar políticas econômicas específicas para cada região do Acre, localizar suas potencialidades e explorá-las para que mais e mais acreanos conquistem sua autonomia.


Capital marxista
Do deputado Gladson Cameli (PP) em resposta aos seus adversários que o alcunham de “riquinho” e “playboy” e de usar da força econômica do clã Cameli para assegurar vitórias nas urnas: “A minha família hoje tem dinheiro porque trabalhou e trabalha muito, começou cortando seringa nos seringais, dormindo tarde e acordando cedo, ao contrário de meus adversários que enriqueceram da noite para o dia depois de entrar na política.”


Herdeiro
Mesmo com a imagem do tio Orleir Cameli demonizada pelos petistas por muitos anos, Gladson não se furta de recorrer ao legado do ex-governador como uma possível vantagem eleitoral. Esta estratégia é mais recorrente sobretudo nos municípios onde a família Cameli exerce influência, como nos Vales do Juruá, Purus e Tarauacá.


Pop-star
Assim é o prefeito de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales (PMDB). Nas “caravanas da mudança” ele é uma espécie de celebridade, onde o público fica cativo aos seus longos mas não cansativos discursos. Ele recorre a uma linguagem popular e hilária para prender a atenção da plateia. Até a penúltima caravana no Alto Acre quem encerrava os discursos era Márcio Bittar (PSDB), mas Sales foi o escolhido para “fechar com chave de ouro”.


Nas cidades
Uma interessante proposta citada pelo governadorável Bittar é a de, numa eventual gestão tucana a partir de 2015, criar um governo municipalista. A intenção é aproximar governo das prefeituras para amenizar a carência de infraestrutura mais básica nas cidades, sem fazer distinção de prefeito aliado ou adversário. Se assim agir de fato quem tende só a ganhar são os moradores das cidades tão abandonadas como Sena, Feijó, Brasileia e Tarauacá.


Antecipou
Os aliados do senador Sérgio Petecão (PSD) brincavam com o vice-presidente do PSD, Alércio Dias. “Ele veio para representar o Petecão mas acabou foi logo lançando o Márcio Bittar ao governo”, disse um deles em tom de bom-humor. Os aliados de Petecão reconhecem que no fim do processo o tucano será o escolhido para disputar o governo. “É até bom consolidar o nome dele [Bittar] nestas viagens para não perdermos mais tempo”, diz um auxiliar do senador.


Bom público
O desafio do “blocão” da oposição é lotar as dependências do grande espaço da casa de shows Maison Borges. O local comporta até 3.000 pessoas. Para não ficar nada feio na foto, cada um dos partidos ficou responsável por levar sua caravana, e de preferência dos 22 municípios para a aclamação da candidatura majoritária com Márcio Bittar (PSDB, Antônia Sales (PMDB) e Gladson Cameli (PP).

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Reservas
Para não criar chororô na composição das suplências de Gladson Cameli, está definido que os preferidos a fazer as indicações são o PSD de Sérgio Petecão (primeira suplência) e o PSC de Antônia Lúcia, com a segunda. A preferência por Lúcia se dá por sua força com mandato na Câmara e a audiência de suas rádios voltadas para o público evangélico.


Para se comunicar com Fábio Pontes use o e-mail: fabiospontes@gmail.com


 


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