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O risco calculado da primeira dama no Sambódromo

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Num ano eleitoral o Acre vive um momento delicado. Inundação em Rio Branco, isolamento causado pela cheia do rio Madeira, crise na segurança pública e por aí vai. O governador Tião Viana (PT), na minha opinião, com coerência, decretou Estado de Emergência e cancelou o carnaval na Capital. Aliás, deveria ter feito isso todos os anos. Se o Governo faz a “festa” em Rio Branco por que não faz em Acrelândia, no Quinari, em Rodrigues Alves ou qualquer outro município? Não é papel do Governo promover carnaval, mas das prefeituras e da iniciativa privada. Mas num quadro social delicado como esse aparece a imagem da primeira dama acreana, em rede nacional, sambando no Sambódromo no Rio de Janeiro. Claro que os marqueteiros do Governo da FPA sabiam que isso poderia causar críticas nas redes sociais. E foi o quê aconteceu. Grande parte dos internautas não perdoaram e “soltaram os bichos” pra cima do acontecimento.


O contra ataque
Após uma manhã de terça de carnaval de intenso tiroteio nas redes sociais as hostes governistas partiram para a defesa. A maioria de internautas com cargos comissionados postou textos chamando os “agressores” de preconceituosos.

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Tropa de elite
Mas os textos não ficaram só nisso. Os cargos comissionados declararam que essas manifestações contra a presença da primeira dama na Vila Isabel vinham de uma oposição sem proposta e que o atual Governo do PT ainda vai permanecer longo tempo no poder, doa a quem doer.


Politização
O que vi no Face foi um desfile de afirmações políticas relacionadas ao fato da primeira dama desfilar no carnaval do Rio de Janeiro. Mas então, quem politizou o fato? A oposição ou os defensores da FPA? Na realidade foi uma manifestação clara do clima pré-eleitoral que já contagia o Acre.


Realidade
O momento não era o mais adequado para a participação de uma figura pública acreana num desfile de escolas de samba. Se tivesse sido em outro momento acredito que até pegaria bem. Porque como dizia Joãozinho Trinta, “pobre gosta de luxo”. A primeira dama seria ovacionada.


Recado
No entanto, o fato deixou um recado à população. A FPA considera “impossível” perder as eleições. Estão seguros da vitória. E não vão se importar com opiniões vindas de uma “oposição sem proposta” e já derrotada. É assim que banda toca.


Prudência
Não existirá até o dia 5 de outubro nenhum vitorioso e nenhum derrotado. Haverá uma longa campanha pela frente. Tudo pode acontecer. A FPA realmente é favorita. Mas um acontecimento inesperado pode mudar o rumo daquilo que parece uma fatura ganha.


Recordar é viver
Acompanhei a eleição de Goiás, em 2002, de perto, porque estava fazendo campanha em Brasília. O ex-governador Iris Resende (PMDB) estava disparado na frente das pesquisas. Marcondes Perillo (PSDB) era o quarto colocado e, em segundo era um candidato do PT que crescia com a “onda vermelha” do Lula(PT).


Surpresa
Em setembro de 2002, as coisas mudaram. Perillo passou para terceiro às vésperas da eleição. Quando abriram as urnas o Tucano estava no segundo turno, mas ainda muito atrás de Resende. Depois de 45 dias, Perillo virou de novo e se elegeu governador de Goiás.


É melhor esperar as urnas
Esses dias um comerciante de Cruzeiro do Sul me disse: “O povo está silencioso”. É verdade. O PT tem contra si 16 anos de poder e um desgaste natural. E as forças de oposição ainda não se apresentaram claramente.


Voto contra
O que tenho visto é um tipo de “voto sem face”. Ou seja, o voto contra. Portanto, está longe de qualquer coligação, seja de situação ou de oposição, estar com a vitória garantida. Tem gente que nem está preocupada se o candidato da oposição vai ser fulano ou ciclano. Vai apenas votar contra.


A hora de cuidar da vida
O carnaval passou. Os problemas continuam. Quem quiser ter chances eleitorais que caia na estrada para construir a sua historia. Isso vale para qualquer cargo em disputa. O povo do Acre é politizado. Vejo que a cada dia a “compra” de votos tornara-se mais dispendiosa e menos eficaz. É preciso fazer um debate saudável com a sociedade. Tocar nos pontos que afligem a população e, apresentar soluções. Não importa se a vitória será da FPA ou da oposição. O importante é que o Estado seja passado a limpo. E que quem vencer saia da eleição comprometido com as urgentes mudanças necessárias.

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