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PV: um partido quase orgânico –e transgênico

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Nestas intensas semanas de negociações dentro do Conselho Político da oposição para decidir quem será o vice de Márcio Bittar (PSDB), das 10 legendas o PV mostrou-se uma das mais orgânicas. Enquanto na maioria delas a liderança gira em torno de um homem só –de preferência com mandato – onde toda e qualquer decisão precisa passar por suas vontades, no PV foi notado uma certa hegemonia do diretório na tomada de decisões.


Mesmo sendo o seu principal líder, Henrique Afonso parecia não ter as rédeas. As conduções verdes foram capitaneadas pela presidente Shirley Torres, que não teve medo de encarar peemedebistas nem tucanos. Como ela recorda, para quem tinha duros embates com Francisco Nepomuceno, El Carioca, na FPA, não havia porque o medo de sentar em pé de igualdade na mesa do “conselhão”.

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Ungida pela Executiva, Shirley tirou o PV do bloco de Bittar e Gladson Cameli (PP) para recoloca-lo na aliança de Tião Bocalom DEM). Enquanto isso, Henrique Afonso acompanhava de camarote (gospel) os arranjos feitos pela parceira de partido, pronto para seguir a orientação tomada pelo conjunto.


Tais atitudes são raras hoje na política brasileira, em que a vontade de um prevalece sobre a de todos. Bom seria se os demais partidos funcionassem do mesmo jeito, talvez nossa democracia não estivesse esta bagunça institucionalizada, com o cidadão tendo mais vontade de participar da vida partidária.


Mas este amadurecimento é perceptível em outras legendas –em menor grau, é verdade. Estes intensos movimentos do PV, contudo, acabam por desgastá-lo. Um vai e vem, pra lá pra cá, faz o leitor perder a confiança no partido. Em política, posição é tudo. Para quem integra o “conselhão” Shirley Torres e os demais verdes agiram de forma precipitada.


Basearam-se em notinhas de jornal, deixando a ansiedade prevalecer. O PV tem pressa em se definir. Por ser novato na oposição teme ser preterido e ficar de fora da majoritária, o que não seria compensador após o bombardeio sofrido ao deixar a base de Tião Viana (PT).


Os acordos dentro do grupo de Bittar e Cameli são claros e estão à vista de qualquer analista. Todos os arranjos estão sendo feitos para, em seu devido tempo, Henrique ser oficializado numa posição privilegiada, mas sem deixar ninguém melindroso.


Os verdes precisam amadurecer em outro aspecto fundamental da política: a pressa é a inimiga da perfeição.


Onde o vento faz a curva
Na reunião do PMDB de quinta ficou definido que o vice na chapa do “conselhão”, em sendo Márcio Bittar (PSDB) o escolhido, sairá do Vale do Juruá. E este nome, necessariamente, passará pelo crivo da principal liderança da região, o prefeito de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales (PMDB).


Indicações
Vagner Sales já declarou não ter pretensões de ser candidato a vice, nem tampouco sua mulher, a deputada Antônia Sales (PMDB), com uma reeleição certa para a Aleac. Gladson Cameli (PP) é candidato ao Senado. Como opção do Juruá só ficará Henrique Afonso (PV), que ainda agregará o voto dos evangélicos.


Deixa comigo
Ao voltar a sacramentar sua candidatura ao governo Vagner Sales toma para si a responsabilidade de posicionar o PMDB dentro desta confusão toda. Qualquer decisão que ele vier a tomar será aceita e compreendida pelos demais peemedebistas. Sua candidatura ao governo é um alento aos mais radicais, porém o jogo está jogado e definido.


Tudo é possível
A unidade da oposição não é utópica, avalia Gladson Cameli. Para ele, o palanque no Acre só será completamente definido quando toda a conjuntura da disputa nacional também estiver completa. A composição nos palanques dos Estados está em franca negociação, com o Acre não ficando imune ao o que vier a ser acordado entre os principais presidenciáveis.

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Amor à política
E neste cenário estará PSDB e Democratas. Ver os dois partidos em palanques separados soará estranho na política acreana. Desde 1994, no plano nacional, tucanos e demos estão aliados. Alguns avaliam que o diretório em Brasília do DEM não terá disposição em bancar a campanha sola de Tião Bocalom (DEM), ainda mais disputando diretamente com o PSDB. Todos estes fatores influenciam na construção da unidade.


É a vida
Muito mais pragmática do que programática a composição da chapa ao Senado da Frente Popular. Ter um pastor evangélico como primeiro suplente de Perpétua Almeida, do PCdoB, soa até estranho. Os comunistas são defensores de bandeiras como casamento gay, descriminalização do aborto e da maconha, enquanto os religiosos posicionam-se radicalmente contrários. Mas como na política tudo vale, deixa para lá… 


Sobrevivência
A escolha de um evangélico como suplente é a estratégia encontrada pelo governo para diminuir a rejeição do segmento tanto ao PCdoB como ao petismo. A primeira suplência era a condicionante de lideranças evangélicas para apoiar Perpétua. Representando quase a metade da população do Acre, os evangélicos serão fator de peso nesta disputa. 


Para se comunicar com Fábio Pontes use o e-mail: fabiospontes@gmail.com


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