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A nova (e velha) política de Marina Silva

 Quem ouve os bonitos discursos de Marina Silva (PSB) pregando a necessidade da nova política no Brasil, o fim do velho jogo do poder pelo poder, a construção de alianças partidárias a partir de diretrizes programáticas e todo um ABC do politicamente correto, pode até ficar encantado. Mas, ao olharmos as práticas de Marina Silva em sua terra natal veremos que a teoria é só para ficar nos livros e atas de discussão. 
 
A passagem relâmpago de Marina neste fim de semana pelo Acre retrata bem isso. Candidata a vice-presidente na chapa de Eduardo Campos (PSB-PE), a ex-senadora terá o desconforto de ter no Estado sua legenda apoiando os petistas, enquanto no plano nacional há um duelo duro entre PT e PSB, com os militantes de Dilma Rousseff chamando o pernambucano de “playboy”. 
 
Nada que isso impeça de os “socialistas” do Acre fazerem campanha para Dilma de dia, e para Eduardo na calada da noite. Marina Silva nunca cortou seu cordão umbilical com o petismo acreano. Declarou apoio em 2010 a Tião Viana (PT) e pediu voto para Marcus Alexandre (PT) em 2012. Os “marinistas” dentro do PT local estão bem acomodados em funções importantes da Saúde e Educação. 
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O marido, Fabio Vaz, é um dos condutores da política de desenvolvimento do governo Tião. Por essas e outras, Marina não poderia deixar de respeitar “a trajetória do PSB” no Acre. E a Rede? Uma certeza é possível: não apoiará nenhuma das candidaturas da oposição. A legenda é presidida pelo Doutor Julinho, marido de Márcia Regina, petista e chefe da Casa Civil. 
 
Algum prognóstico? Marina combate a política do poder pelo poder, mas no Acre ajuda o grupo político que há muito tempo perdeu o discurso programático e usa de todos os meios (ilegais e imorais) para se manter no poder pelo poder. O petismo acreano aliou-se com o que há de mais retrógrado da política, e que tanto combateu nos anos 1990.
 
Exemplo disso Marina tinha ao seu lado sábado, o vice-governador César Messias. A ex-senadora que por tanto tempo combatia a política de Messias e do primo governador Orleir Cameli (1995-1998) agora segurava sua mão no alto para decretar a manutenção do PSB no colo do PT, e o fortalecimento de seus companheiros para a conquista do quinto mandato consecutivo no Acre, completando 20 anos de “poder pelo poder”, enquanto nossa democracia fica comprometida. 
 
Abrigos populares 
A briga pela suplência do Senado na Frente Popular vai ganhando capítulos novos. Segundo informações, além do PSDC pleitear a primeira suplência com o nome de Antônio Klemer, quem também está de olho na vaga é o próprio vice-governador César Messias.  Cotado para deputado federal, Messias também avalia a primeira suplência como uma boa acomodação diante da disputa acirrada pela Câmara. 
  
Queda de braço 
Esta vaga passará diretamente pela mesa de Tião Viana. Com tantos partidos a aspirando, será preciso bastante jogo político para as acomodações corretas sem deixar ninguém melindroso. Ao olhar frio, o PSB teria muito mais forças que o PSDC nesta empreitada, pois os “socialistas” terão a candidatura presidencial de Eduardo Campos, e um considerável espaço na propaganda eleitoral. 
 
Jogo jogado 
Algumas fontes analisam que a pré-candidatura a vice de Nazareth Araújo é apenas uma jogada política de Tião Viana para tirar Anibal Diniz (PT) de cena na corrida pelo Senado. Mais algumas semanas, analisam, Araújo sai de cena –com um muito obrigado ao chefe – e o governador apresenta quem de fato será o parceiro (a) na disputa pela reeleição. 
 
Irmãos e política 
Informações dão conta de que Jorge Viana (PT) não ficou nada satisfeito com o gesto do irmão, Tião, de “atropelar” o acordo na última reunião da FPA, quando estabeleceram 20 de fevereiro como data para anúncio da chapa majoritária. Foi só Jorge dar as costas rumo a Brasília para Tião acionar o rolo compressor. Consta que a relação entre os irmãos voltou a ficar tensionada. 
 
Às farpas 
A questão é que Jorge e Tião não estão nos melhores dos seus dias. Tião teme ser ofuscado pela imagem popular e carismática do ex-governador, por isso afugenta ele e seu grupo do governo. Se Jorge Viana ficou para a história como o governo da “reconstrução”, Tião também quer uma marca; até o momento, porém, ele tem encontrado dificuldades para isso. 
 
O fiel da balança 
Esta poderia ser a melhor definição para Jorge Viana. Político habilidoso, ele tem sido o responsável por evitar o quebra-quebra da Frente Popular e, principalmente, do PT. Não fossem as articulações de Jorge a situação para o governo do irmão estaria bem pior. Não se sabe até quando o senador suportará assumir este desgaste; mais algum tempo fará como Pilatos: lavará as mãos. 
 
Óleo e água 
Alguns membros do PSDB defendem uma possível reaproximação entre Márcio Bittar (PSDB) e Tião Bocalom (DEM). Para qualquer cético esta é uma possibilidade zero. Há muitos ressentimentos entre tucano e democrata. Para eles, o nome de Bocalom seria essencial para Bittar atrair o voto da periferia, onde o ex-parceiro de partido tem fácil entrada.  “Em política tudo é possível”, diz um tucano sobre a aliança inusitada. 
 
Invasão vermelha 
Bem votado na periferia da capital em 2010, Bocalom perdeu território para o PT em 2012. Uma das explicações foram os investimentos pesados do governo em áreas como a Baixada da Sobral. Aliadas ao peso da máquina, estas ações renderam a Marcus Alexandre importantes vantagens em redutos onde se concentram o eleitorado de Bocalom em Rio Branco. 
 
Recuada tucana 
Dirigentes de partidos de oposição criticam tanto Gladson Cameli (PP) quanto Márcio Bittar (PSDB) pelo desempenho fraco em conquista de espaços nas periferias da capital. Não será uma tarefa fácil para ambos com a presença de políticas do governo nestas áreas por meio do Ruas do Povo, e outras ações. Mas em algumas situações os efeitos destes “investimentos” passaram a ser um ótimo cabo eleitoral oposicionista. 
 
Voto e proposta 
Os oposicionistas do G10 vão sair em caravana até o Vale do Juruá a partir da próxima quinta. O objetivo é apresentar os candidatos majoritários ao segundo mais importante colégio eleitoral do Estado, além de recepcionarem Henrique Afonso (PV) na terra até onde 2013 era aliado do governo, e adversário de Vagner Sales (PMDB). 
  
Voto e proposta 2 
De carona, os oposicionistas afirmam que vão mais ouvir do que falar. Os “desabafos” das comunidades dos municípios do Juruá servirão para a construção do plano de governo. Criticada pelo amadorismo de fazer campanhas “nas coxas”, eles agora enfim parecem ter encontrado juízo que o eleitor é exigente na hora de votar para governador.  

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