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O STF e o SPT

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A semana foi histórica! Milhões de pessoas, sim, eu disse milhões, pararam para assistir, atentas, ao julgamento, referente à possibilidade ou não de o STF admitir os “tais” EMBARGOS INFRIGENTES dos PETISTAS & CIA, condenados no crime que ficou conhecido como “mensalão”.


Caso forem aceitos, um novo julgamento deverá ocorrer e, quem sabe, pela nova composição do Tribunal, com novos personagens nomeados pelo Presidente da República… de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal (CF) um novo resultado pode acontecer.

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Resumindo, quem achava que essa longa história fosse acabar se enganou. Tem mais pena nessa ave e, se os embargos forem aceitos, até mesmo a prescrição de alguns desses crimes pode ocorrer, reforçando duas crenças consecutivas muito fortes no Brasil:


           1)   A esperança não é a última que morre. O último a morrer é um processo penal;


           2)    Que quem tem dinheiro, condições financeiras, tem defesa eterna.


Paralelo ao que ocorre no STF, é interessante notar e refletir sobre a postura de muitos parlamentares que trabalham a negativa renitente de que não houve crime algum de seus companheiros.


Para eles, o que existe é uma conspiração elitista contra personagens que, revolucionariamente, como nunca antes da história desse país, estavam mudando a nação.


Essa tentativa de desacreditar todo o longo trabalho realizado pelos órgãos competentes parece configurar como a única chance de defesa, pois para essas pessoas, admitir o escândalo seria coisa igual a uma foice visitando o pescoço.


Nesse jogo dos sete erros, podemos entender que, se temos um órgão que analisa juridicamente o caso, o STF, parece haver na sociedade política uma entidade ideológica que busca a marcha reversa do que está acontecendo: o SPT.


Os ministros dessa ideia são criativos, convictos e verbalmente talentosos para refutar as provas existentes que serviram para denunciar seus companheiros. Querem se aproveitar da máxima que diz que temos memória curta, e o que aconteceu ontem já pode ser um passado questionável.


Então não estranhe se aparecer alguém com a cara mais sorridente aqui pelo Acre dizendo que o mensalão nunca existiu. É uma forma singular de retórica, algo como afastar da espécie peixe a sardinha pelo simples fato de estar na lata.


Não estranhe se alguém condenado a 6 anos e 11 meses de prisão em regime semiaberto por corrupção ativa e formação de quadrilha, ou alguém que deva cumprir 9 anos e 4 meses de prisão em regime fechado por peculato, lavagem de dinheiro e corrupção passiva, estiverem ocupando cargos da importância de uma Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmera federal (CCJ). É uma forma de nos fazer refletir sobre os limites de nossa tolerância e o de nossas gargantas, para engolir um sapo desse tamanho.

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 Não estranhe se o SPT fizer coisas fora do comum para proteger seus amigos e tentar confundir a opinião pública com seus guisados de chavões, sucos de demagogia e batida de oportunismo midiático. O alvo é a pizza! É isso que querem. Querem que acabe nisso.


Joaquim Barbosa foi muito feliz ao dizer a uma revista francesa que:


É a primeira vez que tantas personalidades tão poderosas são chamadas para depor. Imagine: há ex-líderes políticos, empresários, até o ex-presidente de um banco. No Brasil, existe essa tradição arraigada de longa data segundo a qual um rico não comparece perante um juiz. Nesse sentido, esse processo provocará uma conscientização. Ele marcará a ruptura de um modelo de corrupção neste país. É por isso que precisamos ter o julgamento mais claro e mais justo possível. Acrescento que o Supremo Tribunal não tem o hábito de fazer esse tipo de julgamento. É só o terceiro em toda sua história. Ademais, os meios políticos pensavam que o dossiê ia morrer de velhice na gaveta.


A semana que vem guarda fortes emoções. Falta ainda um voto a ser dado. O STF é soberano em suas decisões e, para o bem e fortalecimento do próprio estado democrático e de direito, deve ser respeitado.


Mas deixo-me dizer que se os embargos forem aceitos, se essa técnica advocatícia de “vencer pelo cansaço a justiça” lograr êxito, os membros do SPT comemorarão muito. Sentir-se-ão vitoriosos e ufanos, e eu, junto com uma boa parte da população brasileira, um grande FDP.


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