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O petróleo é nosso e não somente deles

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*Marcio Bittar


Lembro-me que meu pai dizia: “o verdadeiro homem não pode fugir de suas responsabilidades”. Levo esse aprendizado para a política.  Assumo todas as minhas responsabilidades, com cabeça erguida e coragem suficiente para apontar as inverdades e as incoerências que impedem o pleno desenvolvimento das pessoas e do Estado do Acre. Aprendi, ao longo da vida, a admirar homens e mulheres que assumem seus erros e se esforçam por corrigi-los. Não admiro dirigentes que jogam a culpa de problemas que eles mesmos causaram nas costas dos outros.

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O Acre não tem dono, o seu subsolo é do povo e não de governos que passam e sempre passarão. Governos não devem ter bandeiras, ainda mais depois de quase duas décadas de poder. Devem ter responsabilidades e ações concretas de resolução de problemas.


Como Deputado Federal mais votado do Estado, sinto-me na obrigação de alertar às autoridades e ao cidadão acreano que em seu subsolo tem petróleo e gás com bastante possibilidade de viabilidade econômica e de mercado. Que mal há nesse alerta? Que mal há em um deputado federal contribuir com o Estado na aceleração dessas descobertas? Só mesmo alguém que se acha o dono do Estado, acostumado com o poder e acomodado com o cargo, pode ousar em censurar um representante do povo em sua luta pelo desenvolvimento. 


A política do Acre precisa mudar. As manifestações ocorridas demonstram cabalmente esse desejo do cidadão, o desejo por mudanças.  Não me furtarei em defender o desenvolvimento do Estado, mesmo que poderosos queiram me calar. Acredito profundamente que é possível desenvolver o Acre, ajudar no florescimento do progresso e restaurar as bases concretas de um novo horizonte de geração de riquezas, empregos e renda. Para tanto, é importante apontar os erros e com calma e paciência corrigi-los para melhorar as condições gerais do Estado.


Não é possível desenvolver o Acre com uma economia que gira em torno de órgãos públicos. No Estado, o governo é um verdadeiro tutor da economia, um verdadeiro padrasto, um coronel a moda antiga com roupagem moderna. Pouca coisa foi feita ao longo de décadas para que forças produtivas do Estado se desenvolvessem de forma autônoma e altiva, com valorização das pessoas, da técnica e da tecnologia. 


O quadro de hoje é o da falta de indústrias e da dependência na importação de matéria prima. Há muito por se fazer. Até o mercado de consumo é restrito e concentrado em Rio Branco. É necessário desenvolver o interior do Estado, criar mercados, consolidar centros de produção e circulação de mercadorias, levar técnica, preparo e tecnologia aos eixos produtivos e cuidar seriamente da infraestrutura de transporte das pessoas e das mercadorias.


A função do governo do estado não é de tutela da economia. Pelo contrário, seu dever é de incentivar a autonomia e a geração de riquezas pela sociedade, apontando rumos, caminhos, e atuando para amenizar gargalos. O desenvolvimento da economia do Estado está no rumo incorreto, é preciso mudar para poder efetivamente consolidar autonomia e desenvolvimento com o aproveitamento dos talentos e da energia do Acre.


A descoberta de gás e petróleo no solo acriano, também, não pode ser a panaceia que tudo resolverá. Não pode ser mais uma bandeira eleitoreira do governo de plantão. É preciso preparar o Estado para o aproveitamento das riquezas descobertas, é preciso qualificar as pessoas para que possam usufruir de benefícios gerados com a possível produção e comercialização do gás e do petróleo. Não se pode perder tempo com demagogias e bandeiras eleitorais. É minha responsabilidade dizer essas verdades, sem medo.  


Há um ativismo exagerado e pernicioso do governo do Estado que acaba por tolher a iniciativa privada. Tudo no Acre, hoje, requer iniciativa estatal, tudo passa pelo poder do Estado, por sua burocracia pesada e complexa, e pela vontade aleatória de seus governantes e sua política tributária. Não pode haver verdadeiro desenvolvimento e crescimento com um governo do Estado centralizador e autoritário, que dita rumos incorretos para a economia.


Portanto, vou continuar assumindo minhas responsabilidades, apesar do esperneio fora de hora do mandatário temporário do poder. Não me furto as minhas responsabilidades e não me calarei sobre o que está errado, sobre o que impede o desenvolvimento. O Acre precisa de doses fortes de democracia, progresso, liberdade e solidariedade. São valores pelos quais luto e lutarei sempre; são os valores que me movem a defender o cidadão e essa terra de oportunidades que é o Estado do Acre. O petróleo é nosso e não somente deles.  


*Marcio Bittar, Deputado Federal (PSDB-AC) e primeiro-secretário da Câmara dos Deputados.


 


 


 


 


 


 


 


 


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