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Por que apenas os pobres são presos e permanecem presos?, questiona delegada Wânia Lilian

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A soltura dos pecuaristas Assuero Veronez e Adálio Cordeiro, presos na Operação Delivery, sob acusação de participar de uma rede de exploração sexual de menores, gerou uma série de protestos.


Depois da conselheira do TCE, Naluh Gouveia lamentar o episódio e disparar duras críticas ao Judiciário, e até contra o governador Sebastião Viana (PT), nesta quinta-feira (8), a delegada da Wânia Lilia Viana também comentou o assunto em sua página no Facebook. “Às vezes fico a pensar o que seria prova suficiente de autoria de um crime”.

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Wânia Lilia, que por muitos anos atuou na Delegacia da Mulher, faz uma série de questionamentos, entre eles “por que apenas os pobres são presos e permanecem presos?”. No post, a delegada compara o caso atual a um que ela investigou em 1996, quando o jornalista Mário Emílio Malachias foi preso, após ser flagrado no motel com três menores e material erótico.


“Eu e a delegada Maria Eliana fomos em busca de cada menina das fotos (em muitas fotos aparecia o investigado e a menor). Maioria crianças, sem seios ainda… nuas… fomos de casa em casa. Era mãe desmaiando quando soube o que aconteceu (tínhamos o maior cuidado em dar a notícia). A grande maioria das mães imaginava que a filha estava na sala de aula (acontecia nesse horário)”, conta.


Certeza da impunidade


Wânia Lilia cita o caso do jornalista pedófilo como um exemplo de que muitos dos que são denunciados por crimes sexuais contra menores tem certeza da impunidade. “Quando Mário Emilio estava preso na Delegacia onde eu trabalhava, ali do lado do IMAC, que chamavam DELEGACIA DO MENOR, logo amigos dele chegaram, todos querendo visitá-lo. E diziam para ele não se preocupar que logo sairia dali. Nem Mário nem os amigos acreditavam, imaginavam que o conduzido (Mário) iria mesmo ao Presídio”.


A delegada diz ainda que durante toda essa semana ouviu muitos questionamentos sobre a decisão que deu liberdade aos pecuaristas. “Uma das explicações, a que costumo utilizar, no meu pensar é: quem tem dinheiro, influência, pode pagar uma banca de bons advogados para cuidar exclusivamente do caso ora apresentado”.


Ainda nas redes sociais, a autoridade policial lembra que essa realidade é bem diferente do que acontece na Defensoria Pública, onde a demanda é infinitamente maior do que o número de defensores para atender que não tem condições financeiras. “Essa é uma das explicações, repito, as demais deixo a critério de cada um pensar”. Esta é uma das explicações, repito, as demais deixo a critério de cada um pensar. Por outro lado, na Defensoria Pública estão profissionais competentes, que podem realizar excelente trabalho de defesa também, mas que tem muitooos casos para CUIDAR… Assim, fica prejudicada, de certa forma, a exclusividade, a dedicação que gostariam de ter no caso que lhes é apresentado. Esta é uma das explicações, repito, as demais deixo a critério de cada um pensar, analisar.


 


 


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