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Reforma da sede da Prefeitura de Rio Branco sai pelo preço da construção de um prédio de oito pavimentos

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Ray Melo,
da redação de ac24horas
raymelo@ac24horas.com


O prefeito Raimundo Angelim (PT) vai deixar muita saudade. Principalmente, para um pequeno grupo de empresários da área de construção civil, que durante oito anos, teve as portas da prefeitura da capital escancaradas para suas facetas, já que desde os primeiros mandatos majoritários da Frente Popular, se tornaram os principais financiadores de campanhas do PT.

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O petista Angelim, nesta última campanha eleitoral, entre outras coisas, foi acusado de construir um simples abrigo de ônibus, por nada mais nada menos que R$ 16 mil. Em levantamentos feitos por ac24horas, um construtor chegou a informar que a “parada de ônibus como é mais conhecida aqui na região”, poderia ter sido construído por R$ 4 mil. Ou seja: com o que ele gastou em apenas uma, daria fará fazer quatro.


Em seu último grande ato como gestor honesto e liderança da Frente Popular do Acre (FPA), [como fazem questão de pregar os líderes petistas], o prefeito Angelim, que é economista formado pela Ufac, se expõe e traz recordações do que disse o candidato derrotado Tião Bocalom (PSDB), sobre a Prefeitura de Rio Branco: “o PT gasta muito e gasta mal”.


O questionamento é feito em cima dos espantosos valores da simples reforma da sede da prefeitura da capital, no centro da cidade, que tem apenas três pavimentos. Na placa afixada na obra o valor seria de R$ 4,6 milhões, mas no desenrolar dos trabalhos recebeu um aditivo de R$ 1,2 milhão – se aproximando do valor que a Federação do Comércio do Acre (Fecomércio) investiu para construção de um moderno prédio de oito pavimentos.



Segundo informações prestadas pela Fecomércio em seu portal na internet, o Palácio do Comércio, localizado no terreno de sua antiga sede, na Avenida Ceará, está orçado em R$ 6 milhões. O prédio possuirá oito pavimentos, com 42 salas de 52 metros quadrados cada. A construção do Palácio do Comércio começou em agosto do ano passado, com previsão de inauguração para o mês de novembro.


Enquanto a reforma da sede da prefeitura da capital se arrasta desde agosto de 2011 e tem previsão de entrega em novembro deste ano. A disparidade dos valores das obras públicas para as obras privadas levantam o questionamento da utilidade das comissões de licitações que tem como principal objetivo, fazer prevalecer o menor preço oferecido pelas empresas construtoras ao poder público.


As obras de reforma e readequação da sede da prefeitura estão sendo executadas com recursos do BNDES/PMAT pela Empresa de Engenharia em Eletricidade e Comércio Ltda (Etenge), detentora de vários contratos com as administrações petistas do Acre. De acordo com materiais publicitários divulgados pela Fecomércio, o prédio onde funcionará o Palácio do Comércio esta sendo construído com recursos próprios da instituição.


O valor da reforma da prefeitura até o momento é de R$ 5.934.585,41 – destoando do valor gasto pela Fecomércio na construção de um moderno prédio, desde as suas fundações, que de acordo com a própria instituição estaria avaliado em R$ 6 milhões. A diferença de preço das obras é de pouco mais de R$ 65 mil.


As obras de reforma da prefeitura atingem também a área externa do prédio (jardim/estacionamento). De acordo com matérias divulgadas pela assessoria da Prefeitura de Rio Branco, a reforma seria de 1.978,11 metros quadrados, além da demolição de 337,27 m2 – totalizando uma intervenção em 3.369,94 m2 interna e externa.


Segundo informações de pessoas que atuaram na execução do projeto do Palácio do Comércio da Fecomércio, a obra terá mais de cinco mil metros de construção. O prédio será dotado de cantina, estacionamento dentro das normas estabelecidas pela prefeitura e um moderno auditório modular, que pode ocupar até um pavimento inteiro.

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A reportagem tentou por várias vezes falar com Ana Cláudia Ramos da Cunha Secretário Municipal de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas, mas na sede da Sedop, a telefonista não sabia sequer o nome da secretária. Nas tentativas seguintes, a informação seria que a gestora estaria em reunião.


Em contato com o secretário de comunicação do prefeito Raimundo Angelim, Oly Duarte, ele informou que tentaria falar com Ana Cláudia. Ao retornarmos a ligação, Duarte disse que a “matéria já estaria pronta e falaria de superfaturamento da reforma da sede da Prefeitura de Rio Branco” e pré-julgou a honestidade de informação do site, ao afirmar que “tudo que a secretária de obras falasse não mudaria ou alteraria o teor na matéria”.


Para Oly Duarte, “não fará diferença o que eu fale, já que vocês estão ligando apenas para legitimar a reportagem, dizendo que ouviram o outro lado”, destacou sem informar maiores detalhes do que elevou os valores da reforma da sede da prefeitura, que terá valores equivalentes a construção de um novo prédio.


Resta saber se o “novo” método de administrar a cidade de Rio Branco, do engenheiro Marcus Alexandre (PT), que assume o comando da cidade em janeiro de 2013, vai continuar favorecendo o enriquecimento das empreiteiras, que nas administrações petistas estão tendo os valores doados às campanhas eleitorais, devolvidos em dobro nas obras públicas.


Este último ato de Angelim coloca em dúvida o seu jeito moderno e honesto de governar.


 


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