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Imigrantes haitianos entram no Brasil pela fronteira amazônica

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A cidade de Brasiléia, no Acre, é local de grande concentração de imigrantes ilegais que vem para o Brasil em busca de uma vida melhor


Por Rosana Pinheiro

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Desde 2011, de acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos do Acre, 2600 imigrantes haitianos cruzaram a fronteira brasileira. O  maior ponto de concentração é a cidade de Brasiléia, que faz fronteira com o Peru e atualmente abriga 45 pessoas que aguardam a regularização de seus documentos. Outras 95 permanecem na fronteira esperando autorização do governo brasileiro para adentrarem o território.


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Damião Borges, da Secretaria de Direitos Humanos do Acre, informou por telefone que o governo do estado oferece alimentação e estadia para os 45 haitianos que ainda aguardam regulamentação de documentos para que possam trabalhar. “A maioria deles segue para o sudeste do país assim que conseguem CPF, RG e carteira de trabalho. As empresas estão vindo até aqui procurar mão de obra”, ele afirma.


Segundo o general Mário Antônio Ramos Antunes, ex-chefe do Estado Maior do Comando Militar da Amazônia, isso ocorre não só porque as empresas demandam mas também pelo fato da mão de obra na Amazônia ser específica. “A inserção dessas pessoas no mercado local é difícil, pois a Amazônia demanda mão de obra com característica peculiares” ele aponta.


Porém mesmo para aqueles que conseguem emprego a perspectiva não é boa. A viagem até o Brasil, feita através de pacotes caros vendidos por agencias que prometem a travessia da fronteira sem transtornos, não funcionam como anunciado, fazendo com que os imigrantes gastem muito além do planejado. Alguns acabam dependendo de “coiotes” (traficantes de pessoas) para concluir o processo e chegam ao destino completamente sem dinheiro.


De acordo com o jornal O Globo, os pacotes de imigração ilegal são vendidos a preços que vão de US$ 1.000 a US$ 2.600, e o roteiro passa por República Dominicana, Panamá e Peru. A partir de Lima o percurso é feito de ônibus, passando por Puerto Maldonado, até Iñapari, que fica a 113km de Brasiléia, e é onde acaba o trabalho das supostas agências. A partir dai os haitianos precisam chegar e passar pela fronteira por conta própria.


A partir de 12 de janeiro de 2012, pela resolução n° 97/2012 do Conselho Nacional de Imigração (CNIg), o governo determinou que apenas 100 vistos seriam emitidos por mês para haitianos, que deveriam ser concedidos ainda no Haiti, na embaixada do Brasil. Como não são perseguidos por motivos de raça, político ou de religião em seu país, os haitianos que chegam aqui sem visto não podem ser considerados refugiados. A única opção é o visto humanitário. Desde 2011, 1600 já foram emitidos pelo governo brasileiro.


 


 


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