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Fernando Melo: experiência para construir a cultura da paz

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Um homem de hábitos simples, cordial, mas que não abre mão de suas idéias e convicções. Um profissional competente, com uma carreira sólida e íntegra no serviço público, da qual se orgulha. Assim é Fernando Melo, que encara um desafio diferente: enfrentar nas urnas seus antigos companheiros de PT e Frente Popular, por onde foi eleito deputado federal, exerceu cargos públicos, mas rompeu depois de desavenças irreconciliáveis.


Mesmo diante de provocações, Fernando Melo mantém a tranquilidade e analisa a saída do PT com distanciamento e calma, listando outros dissidentes, sem amargura. E encara os novos desafios com fé em Deus e a certeza de que terá uma longa e difícil caminhada, que ele pretende vencer com competência e apoio da população.

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Fernando Melo lista sua experiência no combate à violência, acreditando que a Educação é a chave para a cultura de paz. Espera contar com a ajuda das Igrejas em sua luta contra as drogas e na mobilização da população, confiando em seu maior ídolo, Jesus.


Não seria bom desprezar esse tricolor aguerrido, que conta que a melhor viagem que já fez foi à bacia do riozinho do Rola e que a viagem ideal seria para o Haiti. Como se vê, ele está pronto para o desafio e para o confronto nas urnas.


Confira a entrevista exclusiva que ele deu à A TRIBUNA


O senhor tem muita experiência na área de Segurança Pública, setor visto com muita preocupação pela população de Rio Branco. O que, como prefeito, o senhor poderia fazer a respeito da questão da violência?


É verdade, me dediquei muito a esse tema da violência.  Em três momentos da minha vida profissional lidei com o tema. No DETRAN, na questão da violência do trânsito foi a minha experiência mais marcante. Depois, veio o desafio da violência mais geral como Secretário de Segurança e depois na Câmara Federal, na comissão especial de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, onde fui membro titular por quatro anos. Minha experiência, portanto, é de executivo e de legislador. Sinto-me preparado para debater esse tema, que está sempre na “crista da onda” da sociedade.  Aprendi que a violência é ignorância e ignorância se combate com educação. Principalmente, com uma educação voltada para controlar as nossas emoções.  O combate à violência nas suas formas tradicionais é de competência dos governos estadual e federal, com a repressão e uma legislação sempre atual. Ao município, resta entrar com todo o seu aparato implantando uma cultura de paz a partir das famílias, das escolas e das igrejas.


O tráfico de drogas está tomando conta de vários locais da cidade. Isso aumenta também o drama dos dependentes, especialmente do crack. O que o senhor pensa em fazer para ajudar esses dependentes a se livrar do vício?


Vou me aliar às igrejas e quintuplicar as ações de recuperação dos drogados. Os cristãos (evangélicos e católicos), por atuarem com gosto nessa área, adquiriram uma experiência formidável no setor.  Só que estão subutilizados e eu vou firmar parcerias com as entidades religiosas que estiverem interessadas em fortalecer a atuação na área. Outra ação que iremos fazer é copiar e adaptar a experiência que a prefeitura do Rio de Janeiro está fazendo, que é de fazer internação compulsória de dependentes químicos. Temos famílias que não sabem mais o que fazer com seus filhos e aí precisamos da mão forte do estado ajudando essas famílias.


O senhor teve um longo período de militância no PT e depois saiu do partido em um rompimento que não pode ser chamado de pacífico. Que análise o senhor faz do tempo em que esteve no PT, de sua experiência política e das razões que o levaram a deixar o partido?


Fui um teimoso dentro do PT. Preguei a democracia “num deserto”, como João Batista pregou sozinho no deserto.  Em 2005, o então colega de parlamento Ronald Polanco, numa conversa sobre o futuro político, dizia que eu tinha um teto dentro do PT, que era o de deputado federal. Ele dizia: Fernando, você não é pau mandado, por isso tens teto. Só cresce no PT quem for pau mandado, me diziam também vários amigos. Como sou democrata, enfrentei. Exerci dois mandatos em nome do partido, porém com independência e sem atrelamento, apesar de sempre ter seguido à risca as orientações dos meus líderes na Assembléia Legislativa do Acre e na Câmara Federal. Lutei internamente defendendo a democracia e, com isso, o clima foi azedando, azedando, até culminar com a minha derrota e a minha despedida.


Mantenho amizades fraternas dentro do PT, principalmente com aqueles que ainda acreditam que pelas vias democráticas possa voltar o partido para as linhas de sua origem. Quem não era pau mandado caiu, ou para cima ou para baixo. Naluh, não era pau mandado, Polanco idem, Marina também e assim vai. Valeu a experiência e tenho gratidão pelas oportunidades que foram recompensadas com minha dedicação e transparência. Tenho orgulho de dizer que tenho minhas mãos limpas. Fui ordenador de despesas, movimentei milhões de reais e não tenho um processo sequer de improbidade administrativa. Este é o meu troféu.

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O governo praticamente definiu seu candidato para a eleição na capital. A oposição se divide entre a sua candidatura e a do PSDB. Como o senhor avalia essa divisão? Ela é prejudicial ou pode ajudar a quebrar a hegemonia da Frente Popular?


A estratégia de mais de uma candidatura das oposições é democrática. Oportuniza aos partidos apresentarem suas lideranças e ao mesmo tempo fornece aos eleitores um cardápio variado de opções. O princípio que constituiu as possibilidades de eleições em dois turnos é o fortalecimento da democracia. Cabe aos partidos exercê-lo na sua plenitude. Precisamos votar, pois, votando, aprendemos a melhor conviver com a democracia. Nossa estratégia segue os princípios democráticos e vai ajudar o povo a dar o grito engasgado de “Chega”!


Quais seriam suas prioridades para o trabalho na prefeitura de Rio Branco?


Primeiro, seguir o nosso plano de trabalho que vai ser definido pelo meu partido após ouvir toda sociedade. Nosso projeto deve priorizar avanços na educação, saúde, urbanização e bem estar social. Depois, vamos buscar parcerias com as instâncias de poder com maiores orçamentos e também com as organizações, como as igrejas, que já possuem uma estrutura física capaz de multiplicar por muito os braços da prefeitura em favor da sociedade.


O senhor acredita que é possível administrar a capital em oposição ao palácio Rio Branco? Qual seria o seu relacionamento com o governo do estado na prefeitura?


Relacionamento de estadista, respeitoso e responsável, por ser sem hierarquia. A disputa dever ser positiva de quem faz mais, disputa de dedicação, criatividade. Na hora de trabalhar para o povo, todos devem dar as mãos. O governo federal deve ser o grande parceiro imediato. Nosso partido é o maior do Brasil, dirigimos muitos ministérios e vamos encontrar no orçamento da União o nosso grande aliado.


O governo federal anunciou uma restrição nos investimentos e repasses de verba, em função da crise internacional. Caso esse quadro persista no próximo ano, como conseguir recursos para a capital?


Esses cortes sempre acontecem. Ocorre que o orçamento da união sempre é “superfaturado” e o executivo é obrigado a fazer os seus devidos acertos, ou seja, adequando suas despesas à receita. O governo opera isso através dos contingenciamentos. É claro que estamos passando por uma crise, porém o Brasil vai bem, obrigado. Hoje somos a sexta economia do mundo. Com a entrada da exploração do pré-sal os estados e municípios receberão um incremento de receitas de “graça” que redundarão num aumento espontâneo de receita na casa de 25% do orçamento. Isso vai proporcionar solução financeira dos investimentos necessários na nossa cidade. O pré-sal é uma realidade.


O PMDB apóia o governo Dilma, mas aqui no Acre é oposição ao PT. Isso não atrapalha a governabilidade de uma eventual administração do PMDB na capital?


Temos facilidade e habilidade de relacionamento. Sei entrar e sair de qualquer ambiente democrático. As autoridades foram constituídas por Deus. Não me preocupo com a falta de governabilidade. Somos de “construir pontes e não muros”.  Acredito na política e nos políticos. Sou democrata e vou continuar conversando com todos, desde que seja em favor do povo. Assim sou , assim penso e assim vou agir.



Perfil
Fernando Melo – PMDB


Nome completo
Fernando Melo da Costa
Naturalidade/Data do Nascimento
Cruzeiro do Sul – Acre – 20/08/1958


Formação profissional
Economista e Advogado


Cargos que ocupou ou experiência profissional
Funcionário do Banco do Brasil; assessor parlamentar do ex-deputado Sérgio Taboada; Secretário de Administração da Prefeitura de Rio Branco; Diretor Geral do DETRAN; Secretário Estadual de Justiça e Segurança Pública; Deputado Estadual; Deputado Federal e advogado militante.


Casado? Nome da esposa (companheira), nome e idade dos filhos.


Sou casado com Kelly Souza e tenho os seguintes filhos: Suzana; Stéfano, Luiz Fernando; Ana Luiza; Marcos Fernando; Luiz Felipe e Fernanda.


Time de futebol – no Acre e fora
No Acre Independência e fora Fluminense.


Pratica esporte? Qual? Com que periodicidade?
Caminhada – 180 minutos por semana


Hobby predileto ou o que faz nos momentos de folga.
Leituras e navegar na internet


Tipo de música predileto
Popular brasileira e jazz americano.


Cantor ou cantora predileto
Luiz Melodia e Jackson do Pandeiro


Música que marcou sua vida
A Rita, de Chico Buarque de Holanda.


Ídolo (ou pessoa que tenha influenciado ou mesmo se espelha)
Jesus


Lugar predileto em Rio Branco
Restaurante A Princesinha


O que a cidade tem de mais bonito?
Seu povo e sua hospitalidade


O que tem de maior problema?
Falta de emprego


Bairro onde mora. Qual o problema do seu bairro?
Jardim Europa. Saneamento e calçamento de ruas.


Religião. É devoto?
Sou cristão e devoto da verdade e da justiça.


O que vê na TV? Programa predileto
Noticiário. Programas de entrevistas locais.


Um livro
Bíblia Sagrada.


Filme que marcou sua vida ou predileto
A trilogia “O Poderoso Chefão”.


Mania
Justiça


O que mudaria em si mesmo?
Ser mais caseiro.


Qual a sua maior qualidade?
Voluntarismo


Qual o maior defeito?
Não sei. Cabe aos meus críticos dizerem. Aceito democraticamente todas as opiniões.


Comida predileta
Panelada.


Comida que não come de jeito nenhum
Nada.


Sonho de consumo ainda não realizado
Não seria um sonho de consumo, ao pé da letra e sim um ideal que persigo: ser prefeito de Rio Branco.


Viagem que o marcou
Bacia do Riozinho do Rola, em 2009.


Lugar que queria conhecer
Haiti


Defina em uma frase por que quer ser prefeito de Rio Branco
Fazer da nossa cidade um lugar agradável de viver para todos.


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