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Produtores reclamam de atrasos no pagamento do PAA

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Jairo Carioca,
da redação de ac24horas
jscarioca@globo.com


Devo não nego e pago quando puder. Assim agiu o secretário de agricultura familiar e extensão agropecuária, Lourival Marques [foto à direita] ao saber da denúncia de produtores rurais das regiões do Riozinho do Rôla no município de Rio Branco; e dos municípios de Cruzeiro do Sul e Rodrigues Alves, no Juruá, no final da tarde de ontem, em seu gabinete. Quem vendeu safras em novembro de 2010 para o governo do Estado através do Programa de Produção e Aquisição de Alimentos [PAA] até hoje não recebeu um centavo pelo incentivo. Segundo dados do governo, mais de 300 produtores estão com pagamentos atrasados.

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Na região Novo Horizonte, 10 famílias vem sofrendo com o atraso do pagamento, algumas com problemas de doenças em casa. Para os produtores inseridos na Associação Verde é Vida, R$ 45 mil deixaram de ser repassados desde dezembro de 2011. Banana, melancia, feijão, milho e até galinha são negociados pelo Plano Safra, do governo federal. Em 2011, cerca de 1.115 toneladas foram compradas.


– Já recebemos mais R$ 3 milhões em 2012 e estamos nos esforçando para até 15 de fevereiro resolver todas as pendências financeiras relativas aos processos de 2011. Será feito o pagamento daqueles que estão com a documentação em dias – disse o secretário.


Lourival disse que fora esse problema orçamentário, o programa vem ajudando e muito tanto o produtor rural quanto as 112 associações beneficiadas com a aquisição dos produtos. Ele convidou novos colonos a participarem do programa. A exigência é exercer verdadeiramente a agricultura familiar.



Na prática, porém nem tudo é como se desenha. Além da burocracia, a falta de ramais para o escoamento dos produtos é outro obstáculo que vem contribuindo para o estancamento da produção no Acre. A previsão de compra para 2012, em torno de 1.200 toneladas, reflete perfeitamente as dificuldades do setor. E quem depende do rio para escoar a safra nesta época do ano, sofre com as enchentes que destroem toda a lavoura. Esses e outros problemas são apontados como fundamentais para o estancamento da produção agrícola no Acre.


Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas mostram que a ampliação de área de milho colhido entre 2007 e 2010, gestão do ex-governador Binho Marques foi de apenas 2.249 hectares. Em quatro anos, isso corresponde a 562 hectares a mais de área colhida por ano, números acanhados diante da assombrosa mídia feita pelo governo.


A área de produção de feijão baixou. Saiu de 14.410 hectares em 2007, para 12.283 em 2010. Segundo Lourival Marques, o governo está estimulando novamente a produção de feijão com a distribuição de sementes.


O amendoim em Senador Guiomard teve uma queda vertiginosa de área plantada. Dos 61 hectares cultivados em 2007, apenas 39 hectares foram plantados em 2010. A região perde para o Vale do Acre, que tem 91 hectares de área plantada em 2010 e para o Vale do Juruá, que plantou 93 hectares no ano passado. Mesmo assim, o aumento de área plantada e colhida é lento. Entre os quatro anos do ex-governo Binho, foi de apenas 28 hectares.


– O governo vai investir 50 milhões de reais de recursos do BIRD na compra de máquinas. Saímos de 5 mil hectares aradados para 10 mil em 2011. A tendência vai ser melhorar e muito esses dados. Para isso estamos trabalhando – garantiu Lourival Marques.


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