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Nem tudo é tão ruim como dizem: Usuário do SUS sai em defesa da saúde no Acre

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Depois dos embates entre a categoria dos médicos e a secretária estadual de saúde no Acre, Suely Melo, o usuário do Sistema Único de Saúde- SUS, Arlindo  Eleotério da Costa, de 55 anos, fez uma defesa apaixonada em prol da saúde no estado, afirmando que no passado, quem precisava de atendimento médico na rede pública era praticamente banido dos hospitais, ou morria na fila sem sequer ter sido consultado por um médico.


Exibindo com orgulho a carteira do SUS sob a inscrição Nº 89800292812859, Arlindo relata que a saúde acriana ainda vive um momento de transição para melhor, e muito embora distante do modelo de primeiro mundo como apregoam alguns políticos da base de sustentação do governo, ele relata que conhece o drama da saúde em outros estados e que a saúde no Acre se aproxima de ser a melhor do país. Veja opinião:

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Reflexões de história da saúde


Temos assistido de forma rotineira alguns descalabros que ocorrem na saúde pública do Brasil, seja nos jornais escritos seja nos televisados, a falência quase que geral daquilo que se denomina “saúde pública”, e este colapso está ocorrendo tanto nos grandes centros como nos médios, regiões norte, sul e sudeste, logo os problemas não são localizados está estratificado em todas as regiões do Brasil.


Chega a ser estarrecedor quando vemos/lemos cenas de pessoas amontoadas nos corredores dos hospitais públicos, como carga ou até porque não dizer “lixo”, tais acontecimentos ora se dão em Brasília, ora em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rondônia, etc., são cenas deprimentes, e o pior de tudo, estas cenas se repetem ano após ano, podemos até afirmar a décadas, sem que se queira se quer tentar  uma solução, um planejamento a fim de que o problema seja amenizado.


Faço aqui esta introdução, para que sirva de parâmetro aos comentários a seguir:


Em nosso Estado, durante a década de 80, nós tínhamos quantos hospitais? Qual era nossa população? Quais serviços eram disponibilizados para os clientes da saúde à época? Qual era e quanto se investiu na saúde?


Na década de 90, vieram outros governos, onde os pacientes dividiam os seus leitos com ratos e outros animais, isto sem contar com o lixo amontoado dentro e aos arredores do Pronto socorro /Fundação Hospitalar.


Ocorre senhores, que não tínhamos saúde, tínhamos paliativos, agonia, podendo inclusive denominarmos de um verdadeiro “CAOS”.


Quando chegamos no início do 2000, houve a necessidade de readequação de todo o sistema de saúde do Estado, se não o “colapso” seria total. E aí senhores, entra todo um planejamento de curto, médio e longo prazo para que os processos de investimentos tenha os resultados desejados, ou seja, a reversão da situação caótica.


É claro que, ao longo do processo aparecerão problemas, mas que estes são resultados da mudança de concepção e procedimentos, e logicamente precisarão ser ajustados/resolvidos, sejam estes de ordem estrutural sejam da ordem legal.


Hoje senhores, temos leitos suficientes para atender categorias específicas, tipo: hospital do idoso, a própria fundação com uma nova estrutura, hospitais do vale do Juruá e Purus , pronto-atendimento do primeiro distrito , UPAS primeiro e segundo distrito para atendimentos de emergência/urgência, média , primários e baixa complexidade, programas de cirurgias das mais diversas especialidades(cuidando dos meus olhos) e dos mais diversos (SAE, tuberculose, DSTs,etc.).


Os investimentos estão sendo feitos de modo que a oferta dos serviços aos clientes esteja próxima à demanda ou quem sabe até superior, não se trabalha com bola de cristal, cartomantes ou adivinhações, é um trabalho técnico, planejado e organizado com o intuito de minimizar os efeitos do crescimento e envelhecimento populacional de nosso Estado.


O que se que dizer é que, a busca de um modelo perfeito é utópico, mas é este e é isto que nos levará a um protótipo adequado e aceitável, de forma a atender à população em suas necessidades vitais e básicas, no que diz respeito à saúde, e com certeza, esta busca incessante por este modelo nos levará à correção dos erros/falhas, fazendo com que o sistema de saúde venha a ter cada vez mais melhorias substanciais e quali-quantitativa.


Não tem como negarmos que não há investimentos, que não há infra estrutura física ou pessoal/salarial (contratação de médicos, enfermeiros, técnicos, administradores em fim, todo tipo de profissional necessário, etc.). Negar tais fatos seria de uma imbecilidade, uma idiotice, e isto é o que podemos denominar de “falta de senso-percepção” ou mesmo a falta de memória (ato evocativo).

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E aqui, fazemos o uso da Psicologia, pois a “imaginação” é um processo essencialmente criador, que dá lugar a produtos/coisas sem existência real, e esta quando se desenvolve sem o freio crítico da razão, dá-se o nome de “fantasia”, não podemos fantasiar quando o assunto é “SAÚDE”, seria um crime tanto moral quanto da ordem legal.


       O que temos que fazer senhores e senhoras, é usar a capacidade de julgamento ou de inteligência, e é isto que o Sr. Governador juntamente com a Dra. Suely vem fazendo, pois esta capacidade é uma resultante funcional de conjunto de disposições em virtude das quais é possível ao indivíduo resolver novos problemas que lhe são suscitados, utilizando para isso reações anteriores, mas ajustando-as e combinado-as segundo as particularidades na nova situação, podemos até dizer que é o aproveitamento da experiência pessoal na solução de novas situações.


Diante de todo problema cuja solução é desconhecida entra em função o julgamento ou a inteligência, manifestando-se em três fases sucessivas, delineamento/compreensão, hipótese e crítica (comprovação lógica).


Logo, da mesma sorte que existem diferenças relativas nas qualidades das distintas fases do processo mnêmico, estas também são observadas nos períodos de que se compõem toda operação intelectual, e assim podem ser encontradas na vida: “pessoas muito aptas a compreender, outras a inventar e outras preferentemente dotadas para a crítica destruidora”.


       A meu ver, os opositores a essa realidade estão mais para seres “fantasiosos” e dotados apenas da “crítica feroz e destruidora”, aparentemente sofrendo do que se denomina “CATATÍMIA” pois, neste estado vemos as coisas não como elas são, mas como queríamos que fossem, os críticos não só gostariam, mas vêem o “caos”, desejam que este esteja instalado, mas a realidade é outra, e isto incomoda.


Não podemos ser egocêntricos (armar escândalo, tomar atitudes até conseguir o desejado), nem tão pouco negativistas (reagir de modo oposto, invertendo totalmente o sinal da conduta desejável).


O que temos hoje, de um lado são sujeitos com a denominada “LOUCURA MORAL”, onde o indivíduo que tendo todas as funções psíquicas aparentemente normais e possuindo uma inteligência normal ou mesmo superior – se comporta de um modo contrário às normas morais, premeditadamente e sem necessidade, porque embora conheça por assim dizer o código da moral, falta-lhe senti-lo para acreditar nele.


Conforme dito pela secretária de saúde, necessita-se  buscar a resolutividade dos problemas apresentados pelo cidadão/paciente/cliente frente ao sistema de saúde, veja que se detecta um problema e em face desta descoberta busca-se a solução, ou seja, procura-se criar mecanismos, buscando-se assim elementos capazes de extirpar tal problemática, veja que não é negando a existência de problemas que iremos achar a resposta para tal, será procurando conhecer a sistemática, a origem, suas raízes que encontraremos as respostas e soluções.


Temos de dar o FEEDBACK ao todo, pois se dermos prioridade às partes sobre o todo nos impedimos de pensar em termos de finalidade, posto que pensar segundo a finalidade significa ao contrário, é dar prioridade ao todo sobre as partes, pois a soma das partes é o todo.


Sendo assim, a visão tem que ser sistêmica, ou seja, não se pode ter a saúde (é primordial/essencial) como única dentro do sistema, veja como exemplo o corpo humano, temos órgãos vitais, interdependentes, mas se um falhar acarretará problemas ou até a falência de outros), há a necessidade de entendermos que muitos problemas não são originados na saúde, mas vem de fora dela, vejamos: se há acidente de trânsito, se não temos saneamento/água tratada, problemas ambientais, se não houver segurança pública, etc., o resultado disso com certeza será conseqüências  de uma demanda maior na área de saúde.


É por isto que a visão não pode ser reducionista, o administrador tem por obrigação de ter uma visão sistêmica de todo o complexo que o cerca, neste caso o “GOVERNO”, tanto a visão da superestrutura quanto estrutural (leis, normas e órgãos, etc.)


Tudo isso pode parecer abstrato, pois se trata de daquilo que se denomina metafísica. Mas justamente a metafísica é a vida cotidiana. Todo nosso meio concreto se funda no pressuposto da representação, e tomamos a ligação do saber com o poder. O saber engendrado pela ciência moderna produz um poder sob a forma de conjunto de instrumentos e de máquinas que povoam nosso horizonte familiar e constituem o décor de nossa existência, estamos cercados de aparelhos dos quais conhecemos (de modo geral) o seu modo de utilização, mas dos quais conhecemos muito pouco ou quase nada dos seus princípios de funcionamento.


E aqui faço uso das palavras do Dr. Adib Jatene, onde em entrevista concedida ao programa canal livre dez/2010 da rede bandeirantes, nos diz:


“O avanço tecnológico em sua essência não é para quem pode pagar por ele, mas para quem dele necessita”;


“Existem países em que a assistência é pública, tais como Alemanha, Canadá, Inglaterra (onde o gasto com saúde pública chega a ser oito vezes ao do gasto privado), nos outros chega a ser duas três e até quatro vezes. No Brasil a rede privada chega a gastar R$-2.000 per capita enquanto o gasto público é de R$-700, há, portanto uma inversão.


Cita ainda “os médicos trabalham na rede pública, rede privada, consultórios, chegando a trabalhar 12, 14 até 16 horas por dia, é um absurdo, uma vez que o médico que trabalha muito não é ruim pra ele é péssimo para o paciente.”


Quanto à questão da profissão ele diz: “Não há desemprego na classe médica, o que há são subempregos, o principal e mais empregos secundários.”


Já em relação à formação é dito “as faculdades não tem condições de dar a estrutura necessária aos cursos de medicina, uma vez que não se pode conceber uma faculdade de medicina sem o complexo hospitalar, isso é um escândalo em qualquer parte do mundo, é impossível do nada se conseguir infra-estrutura hospitalar, corpo docente, ambulatórios, pronto-socorros para atender às necessidades de um volume tão grande de cursos de medicina, afirma ainda que setenta por cento das redes de ensino são privadas e não tem infra estrutura necessária para o seu funcionamento.”


“o modelo de residência médica está falido, pois sem hospitais escolas não há como formar um bom profissional.”


Finaliza dizendo e afirmando que “o maior dos problemas é a grande concentração de médicos nas capitais ou grandes centros, como exemplo ele citou Vitória-ES, ode se tem 01 médico para 127/hab. e mais ou menos 78 para cada 10.000/hab., em Recife esta relação é de 48 médicos para cada 10.000/hab., já no interior de Pernambuco esta relação cai para 7 médicos para cada 10.000/hab., justifica sua resposta dizendo que a concentração de médicos nos grandes centros está vinculada diretamente com a formação, o indivíduo não se sente seguro para ir e enfrentar uma população, e não se sente responsável, porque lhe faltou o teórico-prático no hospital escola, o médico assistencial é diferente do médico professor— os governantes têm que realmente transformar a saúde em prioridade, sair do discurso e que sem recursos não há como fazer investimentos, sugere ainda, que se imagine o seguinte: se com a carga tributária do Brasil a saúde está na UTI, imaginemos se diminuirmos a tributação seja através de isenções, subvenções, anistias, etc.), teremos a morte da saúde”.


Todas essas ponderações feitas pelo Dr. Adib Jatene respondem à grande maioria da problemática da saúde do Brasil, em especial problemas pontuais existentes em nosso Estado, onde muitas das vezes nos perguntamos por que não há médicos em nosso interior  bem como no interior do Brasil?


Temos a esperança de que com  o Projeto de Lei de autoria do então Senador Tião Viana que a presidenta Dilma acabou de sancionar, o qual obriga à União, os Estados, DF e Municípios a aplicarem o mínimo de suas receitas vinculadas em e na saúde, no caso dos Estados o percentual é de 12 por cento, os municípios 15 por cento e com isso o setor saúde venha realmente melhorar, uma vez que teremos um maior aporte financeiro vinculado especificamente para à saúde.


Portanto, temos que aplaudir a atual gestão da saúde em nosso Estado, pois se percebe que as ações estão bem planejadas e orientadas, todas com o intuito de elevar os serviços da saúde a uma categoria de excelência, pois entre os Estados brasileiros o Acre não está dentre àqueles em que o sistema está sufocado, estrangulado porque não dizer quase que inexistente.


Aqueles que hoje tecem críticas, deveriam oferecer propostas/sugestões, seja através de projetos de lei, seja através de aporte de recursos, uma vez que a saúde da população não pode ser reduzida a “coisa”, ela é e está assegurada na Constituição da República como um dos “Princípios Fundamentais”, é através dela que mantemos o bem maior, que é a VIDA, e esta tem que ter toda a dignidade que o ser humano tem direito (art. 1º, II,III, art. 3º, IV, art.6°, caput e art. 196, caput, todos da Constituição Federal/88).


Ser ou sentir responsável significa que nos encontramos numa situação de responder por algo. Na verdade, só teremos que responder por algo diante de alguém. O termo responsabilidade comporta o termo resposta. Porém, devemos responder por quê? E diante de quê?


Por outro, porém, em outro sentido, ele só existe à maneira do dever, ainda não é o que pode ser aquilo que é chamado a ser, não sendo plenamente o que é.


O que é típico dessa tensão, é que o ser futuro não constitui relativamente ao ser presente. O ser futuro já se encontra presente no ser atual a título de uma exigência de ser futuro, a realização do ser futuro é advento desse momento em que a espera será satisfeita, em que ele tiver respondido o apelo. Em suma, o sentimento da responsabilidade é aquilo pelo qual devemos responder fazer e marchar para nosso ser futuro. A responsabilidade de cada ser humano para consigo mesmo constitui ao mesmo tempo uma responsabilidade que ele tem para com todos os homens e com toda ordem criada.


É com este compromisso que a Dra. Suely conduz seus atos e atitudes frente àquela pasta, com o desejo de instituir um novo modelo de saúde para nossa coletividade e que este seja capaz de atender às gerações presentes e o mais importante, garantir um futuro bem melhor para todo complexo que compõem o sistema de saúde . A busca pela concretização deste sonho não é fácil, pois há a necessidade primeiro de se acabar com certos vícios existentes em determinadas categorias de profissionais, todos têm que ter ciência de suas obrigações e compromissos sejam eles da esfera ética ou moral, não só o Estado como também uma sociedade não podem ficar reféns de determinadas categorias, essas terão que compreender que cabe ao Estado a proteção aos direitos individuais combinando estes com a necessidade de satisfação dos interesses coletivos, a isto senhores(as) damos o nome de supremacia do interesse público sobre o particular, reconheço que existem problemas, muitos inclusive da ordem gerencial de unidades e administrativa nos hospitais e unidades que fazem parte do sistema, agora, temos que entender também,  que cabe a cada um que exerça  cargo/ função pública dar a sua contribuição e estímulos para que os serviços públicos ganhem não só em melhorias mais também em qualidade . Tenho a certeza de que o caminho a ser seguido é este, parabéns Dra.


Escrito por Arlindo Eleotério da Costa Filho, autônomo e usuário do  SUS no Acre


Fragmentos de pensamentos de Platão, Sócrates, Kant e teorias da Psicologia e Filosofia doDireito e declarações do Dr. Adib Jatene

 


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