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Artigo de Opinião: a ditadura da felicidade nas redes sociais

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Parece-me que há uma obrigatoriedade da felicidade, uma espécie de ditadura da felicidade via excesso de positivismo, coisa de uma geração de ressentidos.


Achamos que devemos ser felizes o tempo todo. As pessoas sentem uma obrigação formal de mostrar felicidade como se fosse simples, uma mágica, bastando apertar “botões” do tipo “amanheceu, sorria”, ou através de emoticons de “carinhas alegres”.

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Picos de alegria são naturalmente confundidos com um estado pleno de felicidade e ocorrem sempre que o destino nos premia, seja com o nascimento de um filho ou a cura de uma doença, por exemplo. Dinheiro e conforto material engrossam essa embriaguez com a alegria. Já a tristeza é tão natural quanto o ciclo do viver. E a felicidade parece pertencer a um estado muito acima do limite humano, envolve coisas da alma, do espírito, é transcendente, excede qualquer limite ordinário.


Zygmunt Bauman, filósofo e sociólogo polonês, disse que não há uma linha reta para a felicidade ou uma forma apenas para ser feliz. Bauman acredita que há dois fatores relativamente independentes que dão forma à vida humana: o destino, que é o apelido para as coisas sobre as quais não temos influência, é o que acontece conosco, não foi causado por nós; e o caráter, algo muito individual, que você pode trabalhá-lo, mudá-lo. Boa parte dele está sob seu controle.


Sócrates, lembra o polonês, considerava que a felicidade dele estava no fato de ele próprio, por sua própria vontade ter criado a forma de vida que ele escolheu.


Para cada ser humano há um mundo perfeito, feito especialmente para ele ou para ela. Ou seja, felicidade é algo subjetivo, não segue um padrão linear.


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