Menu

Pesquisar
Close this search box.

Bancada do PT foge da Aleac para não receber servidores do Pró-Saúde em dia de paralisação

Receba notícias do Acre gratuitamente no WhatsApp do ac24horas.​

Os servidores do Pró-Saúde, apoiados pelo Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado do Acre (Sintesac), fizeram nesta terça-feira (27) uma paralisação nas atividades em busca da reposição salarial defasada nos últimos sete anos. Eles fecharam várias ruas do centro da cidade e foram até a Assembleia Legislativa do Estado Acre (Aleac), onde foram recebidos em plenário pelos deputados, exceto os petistas, que se ausentaram.


Sem aumento salarial ou mesmo reposição desde 2011, os servidores ainda tentaram manter o diálogo com os representantes do governo em uma reunião ocorrida na noite de segunda feira (26), mas sem sucesso algum. O Pró-Saúde tem cerca de dois mil servidores em todas as áreas de saúde do Estado, de condutores de ambulância do Samu até as áreas de combate ao câncer – químio e radiologia, passando por hospitais e postos de saúde.

Anúncios


Por conta disso, na parte da manhã desta terça-feira o movimento de paralisação se iniciou na ponte Juscelino Kubitschek, a ponte metálica. Durante cerca de uma hora o trânsito ficou interrompido no local. Em seguida, os cerca de 200 grevistas saíram em passeata na direção da sede do governo, conhecida como “Casa Rosada”, interrompendo o trânsito enquanto se deslocavam.


Pressão na sede do governo

Na sede governamental os servidores interromperam a Avenida Brasil e durante quase uma hora discursaram defronte o escritório do governador. A falta de qualquer diálogo por parte do governo e as ameaças de demissão enviadas aos manifestantes somente serviu para fortalecer o movimento.


Pouco depois das 11h00 o grupo se deslocou pelo centro da cidade até a Aleac, onde a sessão foi suspensa e os grevistas recebidos no plenário pelos deputados que quiseram ficar. A oposição e alguns partidos da base do governo ficaram, mas todos os deputados petistas fugiram do debate.


Servidores relatam o drama do Pró-Saúde

Já no plenário da Aleac, Adailton Cruz, presidente do Sintesac, denunciou a complicada situação por que passam os servidores do Pró-Saúde, pois muitos deles sequer recebem o salário mínimo e necessitam de complementação salarial para isso.


“Além disso, possuem uma carga horária maior e ainda estão todos estes anos vendo seus salários diminuírem, sem que o governo faça qualquer coisa para repor as perdas”, destacou Adailton.


A diretora do Sintesac, Alesta Amâncio cobrou uma resposta, pois desde 2011 estão buscando uma saída. “Para sairmos do movimento precisamos de uma resposta clara, pois a nossa luta é para termos condições de trabalho”.


José Augusto Ayache, presidente do Sindicato dos Condutores de Ambulâncias (Sindconam), relatou aos deputados aso ameaças feitas pelos representantes do governo, Monteiro e Irailton, os quais ameaçaram acabar com o Pro-Saúde a greve acontecesse.


“A Sesacre teve reajuste, mas nós não. E não existe nada no Ministério Público do Trabalho que impeça os aumentos para nós. Afinal, todos somos concursados, mas não temos os mesmos direitos. E, no ano passado, em uma reunião com o governo, eles disseram que em 20 dias haveria uma proposta, mas mentiram para os servidores”, comentou Ayache.


Por sua vez, a presidente do Sindicato dos Farmacêuticos, Isabela Sobrinho, se disse indignada com o tratamento dado pelo governo aos profissionais: “Eu tenho colegas que desempenham a mesma função e recebem bem menos que a gente”.


Isabela destacou a necessidade de serem repostas as vagas abertas e salientou o fato do governo pagar o Pró-Saúde com recursos públicos mas não os trata os trabalhadores como servidores públicos: “São estas coisas que as pessoas se revoltam. Precisamos de aumento salarial, concursos e o apoio como servidores públicos. Se fizessem isso, haveria dinheiro para as reposições salariais”.


Petistas correm, mas os outros hipotecam apoio

Se, por um lado os deputados petistas e aqueles mais ligados ao governo de Sebastião Viana (PT) saíam rapidamente da Aleac à medida em que os servidores ocupavam o plenário, o mesmo não se deu em relação aos demais parlamentares de oposição e aqueles identificados com as causas populares.


Eliane Sinhasique (PMDB) afirmou que o governo precisa pagar o mesmo valor para cargos iguais e se colocou à disposição, sugerindo ser encaminhada uma carta da Aleac para convocar a todos, estado e movimento, para negociar. “Se tem dinheiro para museu, tem que ter para pagar os servidores da saúde. O que precisa é vontade política”, destacou.


O deputado progressista Gehlen Diniz afirmou: “O governo quando criou o Pró-Saúde sabia o que estava fazendo e agora não pode jogar a culpa nos servidores. Mas garanto que se o governo mandar o reajuste deles vamos votar a favor e rapidamente. Mas cabe ao governo enviar a lei para cá’.

Anúncios


O deputado Nélson Sales (PV) destacou ter o governo usado o Pró-Saúde como mão-de-obra barata e instrumento político, mas agora chegou a hora de pagar a conta: “Eles usaram os servidores politicamente e nunca acreditaram em que os servidores fossem peitar a eles [governo]. O governo não tem como demitir e parar as unidades de saúde e mesmo as ambulâncias do Samu, onde atuam estes servidores”.


Jairo Carvalho (PSD) disse estarem os servidores fazendo o papel certo: “A base do governo tem derrubado tudo para investigar a saúde. Antes o PT tocava fogo e lavava escadas, mas agora pressionam o servidor para não dar aumento”.


Partidos da base apoiam movimento

Um dos membros da base do governo, o deputado Jesus Sérgio (PDT) foi taxativo: “Me envergonho por ser da base e ter de ver o governo tratar a saúde dessa forma. Quem precisa do serviço de vocês é a população doente”.


O comunista Jenilson Leite ressaltou que o movimento levado a cabo pelos servidores do Pró-Saúde é um direito e faz parte da luta sindical: “Estamos à disposição para intermediar a negociação. A proposta do governo era para maio para o Pro-Saúde. Agora temos de reunirmos os trabalhadores e o governo para viabilizarmos o reajuste dos servidores. Somos da base do governo, mas antes disso, somos servidores da saúde”.


O presidente em exercício da Aleac, deputado Raimundinho da Saúde, disse: “Temos acompanhado a luta do Sintesac, mas não temos como conceder o aumento, mas apenas podemos dar o nosso apoio.


“Sugiro colocar na pauta de discussões da casa a regularização do Pro Saúde. E vamos colocar na pauta de convocação do secretário de saúde a questão do Pró-Saúde, salários e regularização. Além disso, vamos fazer a ponte entre o governo e o comando de greve”, destacou Raimundinho.


Ao final do encontro ficou acertado que os deputados da Comissão de Saúde vão ser reunir com os representantes do governo e haverá uma reunião como o comando de greve às 19h00 na Aleac para repassar o avanço nas negociações. De qualquer forma, o movimento grevista manteve a paralisação para a quarta-feira.


INSCREVER-SE

Quero receber por e-mail as últimas notícias mais importantes do ac24horas.com.

* Campo requerido