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PP e PRB gravitam na corrupção da Odebrecht

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Os dois partidos estão mergulhados em uso de caixa dois e propinas. Um é velho conhecido do Mensalão, o outro levou dinheiro para aderir à chapa Dilma, traiu a ex-presidente e foi dos primeiros partidos a aderir a Michel Temer


Dois partidos anões, o PP e o PRB, que gravitam em torno das grandes legendas da política nacional nos últimos anos, aparecerem em meio às nebulosas transações da Odebrecht com a Petrobras. O Partido Progressista (PP), que no Acre é liderado pelo senador Gladson Cameli, está na gênese do escândalo de corrupção. O nome do senador chegou a aparecer em uma lista, mas até hoje nada se confirmou de ele ter recebido algum tipo de ajuda da empreiteira Odebrecht. O outro é o PRB, cujo astro na cena acreana é o deputado federal Alan Rick e nada consta contra a sua pessoa. Apesar da proximidade com o poder na época de Dilma, o nome de Alan tem passado longe do escândalo.

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No caso do PP, é preciso lembrar que o partido foi o primeiro alvejado pela Lava Jato. É que foi um afilhado da legenda, o engenheiro Paulo Roberto da Costa, ex-diretor da Petrobras, quem delatou todo o esquema. Foi o primeiro a cair nas garras da PF, assim que o doleiro Alberto Youssef abriu o bico e delatou só uma ponta do esquema na Petrobras.


Paulo Roberto havia sido indicado pelo PP para operar facilidades e levantar recursos, mesmo aquelas que são caracterizadas como propina, nas negociatas descobertas na estatal. Ao abrir a boca, Paulo Roberto deixou descobertos 31 correligionários. O PP figura entre as legendas investigadas desde o início da apuração da roubalheira na Petrobras, tocada a partir de março de 2015.


A outra legenda, cuja principal estrela é o ministro da Indústria e Comércio, pastor Marcos Pereira, também surge mergulhada em denúncias de uso de dinheiro sujo. De acordo com depoimento de um dos executivos da Odebrecht que abriu o esquema para os investigadores, Pereira teria levado R$ 7 milhões da construtora por meio de caixa dois.


A dinheirama foi paga à vista pela empreiteira e teria servido para comprar o apoio do PRB, então presidido por Pereira, à campanha de reeleição de Dilma Rousseff em 2014. O ministro nega qualquer envolvimento e diz que delação não é prova.


Curioso que, mesmo supostamente beneficiado pela Odebrecht, o pastor não hesitou em trair Dilma e embarcar na onda pró-impeachment da petista. Ao aderir na primeira hora a Michel Temer, o pastor Marcos Pereira, hoje licenciado da Igreja, virou ministro de Estado. É o oitavo a constar na lista de autoridades do governo a serem investigados pelo STF. Na lista de Fachin, nada menos que um terço dos ocupantes da esplanada no governo Temer está sob suspeita.


MENSALÃO


No caso do PP, a situação é bem mais complicada. O Partido Progressista, que já esteve mergulhado no escândalo do mensalão, tendo seus principais dirigentes condenados pelo Supremo Tribunal Federal, é reincidente. Mais uma vez, surge cobrando mesadas para parlamentares e dirigentes partidários. Uma vergonha para quem já teve seus líderes presos e condenados no escândalo do Mensalão.


A legenda está tão enfronhada no novo escândalo da Odebrecht que até agora figura como único partido a emergir do esquema sendo alvo central de uma ação por improbidade administrativa movida pela força-tarefa da Lava Jato. O Ministério Público Federal cobra do PP a devolução de valores que teriam desviados da Petrobras. No total, a legenda será obrigada a devolver R$ 2,3 bilhões em multas e ressarcimento aos cofres públicos.


Os procuradores da Lava Jato querem ainda a perda dos cargos e a suspensão de direitos políticos dos deputados federais Nelson Meurer (PP-PR), Mário Negromonte Júnior (PP-BA), Arthur Lira (PP-AL), José Otávio Germano (PP-RS), Luiz Fernando Faria (PP-MG) e Roberto Britto (PP-BA), além dos ex-deputados Pedro Corrêa (PP-PE), Pedro Henry (PP-MT), João Pizzolatti (PP-SC) e Mário Negromonte (PP-BA), bem como de João Genu, ex-assessor parlamentar do deputado José Janene. O MPF pediu ainda à Justiça a perda da aposentadoria especial de todos os congressistas.


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MESADA


De acordo com o procurador Deltan Dallagnol, que integra a Lava Jato, todos os citados do PP na Câmara recebiam propinas, mensalmente, no valor de R$ 30 mil por mês. Ainda havia um “mensalinho” aos líderes do partido que chegava a R$ 300 mil por mês. A bolada era distribuída graças às negociatas tocadas por Paulo Roberto da Costa, demitido por Dilma Rousseff em 2012, antes mesmo de o escândalo da Lava Jato eclodir e revelar um dos maiores escândalos de corrupção da história do país.


A diferença do caso do PP para o PRB, é que a legenda do ministro da Indústria e Comércio é suspeita pelo uso e origem dos recursos. O “mensalinho” do PP serviu para enriquecer políticos. No caso do partido de Pereira, o dinheiro dado era parte de uma bolada de R$ 30 milhões pagos pela Odebrecht para comprar o apoio irrestrito da legenda junto com PROS, PCdoB, PP e PDT para a chapa Dilma Temer em 2014.


Essa compra de apoio surge descrita, com diferentes pedaços da história, nas delações de Marcelo Odebrecht, o ex-presidente da construtora fundada pelo avô Norberto Odebrecht, e de outros dois executivos da empresa: Alexandrino Alencar e Fernando Cunha. Pereira esteve, pessoalmente, mais de uma vez na sede da construtora em São Paulo para combinar os detalhes dos repasses, que foram parcelados. Agora, diz que tais encontros nunca ocorreram.


Marcos Pereira jura inocência e se nega a deixar o governo Temer. Como o próprio presidente da República é citado em encontros suspeitos com a Odebrecht nada constrange o ministro. Pudera. Há ainda outros sete ministros na mesma situação. Pior. Temer teria se reunido para pedir US$ 40 milhões para o PMDB – aproximadamente, R$ 132 milhões –, junto com Eduardo Cunha. O inquilino do Planalto nega. O ex-presidente da Câmara, contudo, confirma. Por que, afinal, seria o pastor o primeiro a deixar o governo, se mesmo o presidente diz que não há razão para afastar ninguém do governo neste


 


 


 


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