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Pavilhão da Unidade Mista de Saúde em CZS está interditado e cozinha funciona em antigo box da PM

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A Unidade Mista de Saúde da Vila Santa Luzia, a 42 km do centro de Cruzeiro do Sul, é alvo de muitas reclamações dos moradores. Não existe ambulância no local, um dos pavilhões do prédio está interditado há mais de quatro anos e a cozinha, por falta de espaço, funciona no antigo box da Polícia Militar, que se retirou da comunidade.

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Construída e mantida pelo governo do Estado, a Unidade Mista foi recentemente ameaçada de extinção. Salvou-se pela produtividade, segundo o gerente administrativo Benonimo da Silva Lima.


A principal reclamação dos moradores da Santa Luzia, porém, é a falta de uma ambulância que transporte os pacientes ao Hospital do Juruá em situações de urgência.


É o caso de Raimunda Nogueira Santos, de 83 anos, que passou mal na tarde de 31 de dezembro do ano passado. Atendida na Unidade Mista, ela retornou para casa, piorando horas depois.


“Não tinha ambulância aqui. Foi preciso que um conhecido do meu filho me levasse ao hospital no carro dele”, conta Raimunda.


Casos ainda mais graves esbarram na imprevisibilidade na hora em que um paciente necessita do transporte do Samu. Recentemente, um morador da vila levou um tiro acidental no abdômen, chegando à unidade por volta de 7 horas. Somente depois de quase quatro horas uma ambulância estacionava no local.


Com a demora, a esposa da vítima entrou em desespero. Ela queria a todo custo – conforme relatos ouvidos pela reportagem, e confirmados pela direção da unidade – levar o marido por conta própria ao Hospital do Juruá. Foi impedida por um dos atendentes.


Pacientes que agonizam


Informada sobre a presença da reportagem do ac24hotras na comunidade, uma pessoa que pediu para não ser identificada fez inúmeros relatos detalhados de pacientes agonizando, à espera de tratamento adequado na sede de Cruzeiro do Sul.


Ela assegurou também que faltam medicamentos na Unidade Mista, já que muitas pessoas humildes, vindas dos ramais, são obrigadas a comprar remédios na farmácia em frente, depois de receberem atendimento médico.


Como falta cozinheira, uma técnica de enfermagem está encarregada de fazer o almoço dos funcionários da unidade.

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Outro lado



O gerente geral da Unidade Mista de Saúde, Cleison Cruz, e gerente administrativo, Benonimo da Silva, receberam a reportagem para falar sobre as denúncias feitas por moradores da Santa Luzia.


Eles negaram faltar medicamentos no local, afirmando que chegam até mesmo a emprestar remédios ao posto de saúde do município cruzeirense. Disseram ainda que o chamado “dispensamento de receita” é obrigação da prefeitura, que não cumpre a sua parte.


Na relação de compra de remédios para a unidade em 2017 estão previstos gastos de R$ 279 mil. O documento foi mostrado à reportagem.


Sobre a inexistência de ambulância na vila, Benonimo afirmou que elas priorizam os atendimentos nos arredores de Cruzeiro do Sul, em Rodrigues Alves e Mâncio Lima, em detrimento dos moradores da Santa Luzia, por ser uma localidade mais distante e menos povoada. Ainda assim, disse ele, uma média de 50 pacientes é transportada por mês ao hospital, sendo que aproximadamente outros 30 recebem tratamento médico na própria Unidade Mista.


Cleison alegou que a unidade dispõe de uma caminhonete Amarok para fazer o transporte de pacientes para o Hospital do Juruá, o que só é feito, porém, com autorização médica, após atendimento na unidade.


Em relação às condições físicas de prédio, Benonimo mostrou a troca de correspondência com a Secretaria de Saúde, em Rio Branco, para tratar sobre as obras de reforma, construção e ampliação do prédio.


A dupla afirmou também que nos últimos seis meses, a Unidade Mista de Saúde atendeu mais de 4,5 mil pessoas das vilas Santa Luzia, Lagoinha e Liberdade, além de moradores da Linha da BR e mais 15 ramais, que totalizam 304,5 km de extensão.


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