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Cidade do Acre por onde mais passa turistas tem isolamento como ponto comum

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Bem-vindos a Assis Brasil, cidade localizada na tríplice fronteira entre o Brasil, o Peru e a Bolívia, onde existe uma conturbação com a cidade peruana de Iñapari e a cidade boliviana de Bolpebra, a 319 km da capital, Rio Branco.

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Poucos conhecem bem as regiões isoladas como Guajará, Boca do Riozinho, Santa Rosa, Betel, Peri, Cujubim, Boca do Mumuadati, Jatobá, Santa Cruz, Laranjeira, Alvares Rodrigues, Senegal, Cachoeira, Lago Novo e Extrema. São lugares que como diz o ditado popular: “só vai quem tem negócio”.


O último voo feito em uma das aldeias indígenas, a Santa Cruz, foi em 2015 quando o Helicóptero João Donato, foi salvar a indígena Arlene Matias Salomão Manchineri. Ela sofria de dores abdominais. A área embora pertença a Assis Brasil, as margens do Rio Iaco, fica em média quatro a cinco dias de Sena Madureira, cidade mais próxima pelo rio. Pelo ar, de Rio Branco, o percurso durou 1h10.



Depois disso, quem foi até o local foi o novo prefeito da cidade, o Antônio Barbosa, mais conhecido como Zum, durante a campanha eleitoral de 2016. Ele contou à nossa reportagem que as comunidades indígenas sofrem com o isolamento e condições precárias de saúde pública e falta de saneamento básico.


De acordo o Portal da Transparência da Controladoria Geral da União, o município recebeu R$ 100 mil para elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico e cerca de R$ 50 mil para construção de melhorias domiciliares, mas parece que nem tudo saiu do papel.


Ponto de estrangulamento – O novo prefeito do município, Antônio Barbosa, o Zum, afirmou que o isolamento ainda é o ponto comum entre as 22 comunidades que residem às margens do Rio Iaco desde Guajará até a outra ponta: Extrema, que faz divisa entre as cidades de Assis Brasil e Sena Madureira.


“Para você ter uma ideia, existe o projeto, recursos, mas não existe acesso às comunidades para a implantação do programa Luz para Todos, isso acarreta uma série de outras dificuldades como o acesso à saúde, uma boa educação e outras prioridades”, disse Zum.


São mais de mil indígenas vivendo isolados no período invernoso. Descendo para chegar à Sena Madureira pelo Rio Iaco, são quatro ou cinco dias de viagem. Quem se arrisca a andar por terra, desembolsa R$ 1.500 de frete de uma Toyota traçada, único meio de transporte que chega às comunidades.


“Falta esparadrapo nas unidades de saúde. Quem planta arroz, tem que bater no pilão. Isso tudo está no meu relatório de transição e terá ações de governo para ser resolvido”, garantiu o prefeito eleito.


 Cidade que recebe mais de 7 mil turistas por mês não é conhecida

 

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Pode-se dizer que Assis Brasil é uma cidade pitoresca. Servida pela BR 317 e a Transoceânica, é a única via que liga o Brasil ao Peru. É o mais exótico país sul-americano, o Peru, que mais atrai turistas brasileiros e de todas as regiões do mundo para conhecer a sede de um dos mais fabulosos impérios que já existiram sobre a Terra: o Império Inca. Ruínas de suas antigas cidades, entre elas, a misteriosa Machu Picchu.


“Isso atrai entre 7 a 8 mil turistas, principalmente nesta época de final de ano, que passam pela Alfandega, mas que não conhecem, não entram, na cidade de Assis Brasil”, disse Zum.


O prefeito fala com larga experiência. Funcionário do Ministério da Agricultura, ele trabalhou durante décadas na Alfândega instalada na entrada da cidade onde policiais federais atendem os turistas brasileiros e estrangeiros na entrada e saída do pais.


Segundo o prefeito, poucos, ou quase ninguém desce até o Marco Rondon onde os irmãos Freire, por volta de 1908, se estabeleceram às margens do Rio Acre, criando a cidade de Assis Brasil. “Não há atrativo turístico, a cidade está entregue à própria sorte, suja, abandonada, sem expectativa”, acrescentou Zum.


O prefeito quer transferir da Alfandega para o centro nervoso da cidade de Assis Brasil, o trabalho da Policia Federal com os turistas, assim, ele acredita que aquecerá o setor comercial que é o que mais emprega e gera renda.


“Nos protocolamos em novembro no Ministério da Justiça o pedido de transferência desse atendimento para a cidade de Assis Brasil, acreditamos que essa será uma medida que vai ajudar muito a tornar o nosso município mais conhecido”, disse o prefeito.


Gestão do ex-prefeito Betinho ficou marcada nas páginas policiais

Em abril do ano passado, o prefeito Betinho já dava demonstrações de que não terminaria bem o ano à frente da gestão municipal. Ele era condenado pelo Tribunal de Contas por não enviar as prestações de contas do município. O caso chegou ao conhecimento da Câmara de Vereadores.


No dia 29 de novembro, o prefeito e secretários foram afastados do cargo através da “Operação Homens de Palha”, deflagrada pela Policia Federal. Policiais Federais deram cumprimento a 22 mandados de busca e apreensão, 15 conduções coercitivas, além de outras medidas cautelares.


A expressão “Homem de Palha” (straw man), tem origem na língua italiana e é utilizada para se referir a quem oculta patrimônio e valores em nome de outros, os conhecidos “laranjas”. O nome foi escolhido em razão de grande parte dos supostos desvios terem ocorrido por meio de empenhos em nome de funcionários da Prefeitura de Assis Brasil que não sabiam de nada, a exemplo de faxineiros e zeladores.


A investigação, durou aproximadamente um ano e meio. As pessoas envolvidas estão sendo investigadas pela prática dos crimes de desvio de verbas públicas, corrupção ativa e passiva, Organização Criminosa, lavagem de capitais, falsidade ideológica e outros.


O OUTRO LADO:
O prefeito Betinho foi procurado, mas não foi encontrado em sua residência na cidade de Assis Brasil. Ele também não retornou às ligações feitas para o seu telefone pessoal.


 


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