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Desmatamento no Acre aumentou 47% este ano, revela Instituto

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Os dados do Prodes, sistema de monitoramento por satélite que fornece o balanço anual do desmatamento na região, foram divulgados nesta terça-feira, 29, e ganharam destaque na imprensa nacional. Os dados foram divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e estão na edição do jornal O Estado de São Paulo desta quarta-feira, 30.


O valor, para todo o país, observado entre agosto do ano passado e julho deste ano (período em que é medido o desmatamento) é 29% maior que o período anterior, que tinha registrado perda de 6.207 km². É o segundo aumento consecutivo. O desmatamento de agosto de 2014 a julho de 2015 já tinha sido 24% maior que o observado entre 2013 e 2014.

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Ambientalistas que trabalham na região amazônica já vinham alertando e o governo federal também trabalhava há alguns meses com a expectativa de que a perda da floresta iria subir além da média que tinha se estabelecido nos últimos anos, de menos de 6 mil km². Mas o número surpreendeu.


Depois de 2008, que registrou a taxa de 12.911 km², o desmatamento teve um queda de 43% no ano seguinte e continuou caindo até chegar, em 2012, ao menor nível desde o início dos registros: 4.571 km². Depois a taxa flutuou um pouco e reassumiu uma tendência de alta em 2014.


O líder de destruição da floresta foi o Estado do Pará, com 3.025 km², seguido de Mato Grosso, com 1.508 km², e Rondônia, com 1.394 km². Na comparação com o ano anterior, porém, merecem destaque o Amazonas, que teve um aumento de 54% no desmatamento (passando de 712 km² para 1099 km²); seguido de Acre, 47% de aumento (de 264 km² para 389 km²) e do próprio Pará (aumento de 41% – a perda em 2015 tinha sido de 2.153 km²).


Com o crescimento nos índices de desmatamento, aumenta também os níveis de emissão de carbono ao ambiente, é o que aponta o Tasso Azevedo, coordenador do Sistema de Estimativa de Emissão de Gases de Efeito Estufa (Seeg) do Observatório do Clima.


“O crescimento do desmatamento em 2016 deve representar um aumento de 130 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente nas emissões brasileiras. Isso equivale a tudo que emitiu em 2015 o Estado de São Paulo. A área desmatada é o dobro da meta que o Brasil fixou para 2020, de reduzir o desmatamento na Amazônia em 80%, para 3.925 quilômetros quadrados. Estamos nos afastando cada vez mais do compromisso”, calculou.


Na última Conferência do Clima da ONU, que ocorreu em Marrakesh, em Marrocos, em meados de novembro, o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, disse que estava preocupado com o desmatamento.


“As altas taxas de desmatamento que permanecem exigem que fortaleçamos nossas ações coercitivas, continuando a combater o desmatamento ilegal e, ao mesmo tempo, proporcionando às pessoas que vivem na Amazônia alternativas econômicas viáveis e sustentáveis que promovem o desenvolvimento das áreas florestadas, ao reconhecer o valor econômico dos recursos florestais”, afirmou em discurso à plenária. Mas esses estratégias ainda não foram anunciadas.


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