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“No Acre, não há mais lugar para amadores na política”

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A candidata derrotada a prefeita de Rio Branco, deputada Eliane Sinhasique (PMDB), foi até aonde chegava seu eleitorado: pouco mais de 30%. A sua candidatura, para ir além deste teto, teria que ser associada a uma imagem de que, ela seria uma gestora tão boa ou superior ao prefeito Marcus Alexandre. Não conseguiu uma empatia com o eleitorado que projetasse esse perfil. Há políticos que se elegem deputado federal, deputado estadual, mas para cargo majoritário fracassam pela falta de um perfil de um estadista. E a Eliane fracassou por causa disso. E ancorada numa campanha feita na base do improviso, com os demais aliados participando, eventualmente, nos seus atos, se complicou de vez. Elege-se vereador, deputado, saindo pelos bairros gritando “alô, meu povo”! Mas para prefeito, governador, jamais. Ainda foi longe demais porque do outro lado tinha um Marcus Alexandre bem avaliado na sua administração, com a máquina municipal funcionando durante toda a campanha, e com uma aliança de partidos presentes de forma perene nas caminhadas e visitas nos bairros. Tinha que perder!. Vamos fechar com a frase da figura polêmica do Zamir Teixeira, que chegou a ser suplente do senador Nabor Junior (PMDB): “no Acre, não há mais lugar para amadores na política”. A eleição comprovou a celebra frase. A oposição afundou no amadorismo.


Uma nova forma de política
Foi único prefeito do PT de uma Capital eleito. E nas eleições do segundo turno apenas em Recife, um candidato do PT, disputa a eleição e assim mesmo sem ser o favorito. O Marcus Alexandre pode ser o único prefeito de Capital do PT. Não tivesse se apresentado como um político com um perfil de independência e descolado do PT, estaria na balsa, com certeza.


Virou partido médio
O PT entrou nessa eleição como um partido grande e saiu como um partido médio. Perdeu 400 prefeituras. Até um dos filhos do Lula, com sua mãe como cabo-eleitoral na rua pedindo votos, não conseguiu se eleger a vereador de São Bernardo, o berço onde nasceu o petismo.


Não foi diferente
E no Acre, não foi diferente. O PT ganhou apenas em quatro municípios: Rio Branco, Xapuri, Brasiléia e Mâncio Lima. Foi arrasado no Juruá, onde das cinco prefeituras ganhou em uma. E no Alto Acre só escapou em Brasiléia e Xapuri, no restante levou ferro. Entrou em queda livre.


O abraço dos afogados
Em Xapuri a oposição protagonizou o abraço dos afogados. Perdeu por se dividir. A soma dos votos dos candidatos Elivelton Menezes (PMDB) com os do Ailson Mendonça (DEM), superou a votação do prefeito eleito Bira Vasconcelos (PT). Os deputados Chagas Romão (PMDB) e Antonio Pedro (DEM) se afogaram abraçados na arrogância de não buscarem uma aliança


Mandato até o fim
Na entrevista que deu no AC24horas, da qual participei, o prefeito Marcus Alexandre negou a possibilidade de disputar a eleição de 2018 como candidato a governador. Argumentou, quando perguntado sobre o assunto: “fui eleito prefeito para cumprir todo o meu mandato”.


Duas lideranças incontestes
Esta eleição deixa dois nomes em alta. O prefeito Marcus Alexandre, por ter sido eleito num momento de dificuldades do governo estadual e com a imagem do PT no fundo do poço. E o prefeito Vagner Sales (PMDB), que ganhou a terceira eleição seguida para a prefeitura de Cruzeiro do Sul do PT. E ainda venceu em outros três municípios do Juruá, que eram do PT.


Bem pequeno
Não consigo entender como o PT, com mais de uma década no poder, mantendo representantes no Juruá ganhando os salários mais altos do Estado, não conseguiram forjar uma liderança para disputar a prefeitura de Cruzeiro do Sul, onde o PT é sempre coadjuvante.


Não é do PT
A Delegada Carla Brito fez um belo papel na disputa da prefeitura de Cruzeiro do Sul. Mas não é do PT. Foi improvisada. É do PSB. Não ganhou, mas é um quadro para futuros embates.


Tucanos de bico quebrado
Publiquei neste espaço que o deputado federal Major Rocha (PSDB) com o seu partido iriam sair da eleição menor do que entraram. Na Capital. Com Tião Bocalon e Márcio Bittar quase ganharam a PMRB. Nesta aliança louca que fez do PSDB com o PR sofreu uma derrota fragorosa. Era o previsto. O candidato Raimundo Vaz (PR) não perdeu só, era o candidato dos tucanos.


Dando a volta por cima
Quem deu a volta por cima nesta eleição foi a publicitária Charlene Lima. Vetada pelo deputado Nelson Sales (PV) para ser a candidata a prefeita de Sena Madureira, se aliou com o candidato Mazinho Serafim (PMDB) e ganhou da Toinha Vieira (PSDB), candidata do Nelson


Nome para 2018
Se a Charlene Lima – deverá sair do PV- manter a base que construiu nesta eleição em Sena Madureira, estará dando um passo largo para ser uma candidata em potencial e com chance de sair bem votado do município, em 2018. Foi uma das responsáveis pela vitória do Mazinho.


Eleição do velório
A eleição perdeu aquela aura de festa, aquela aura de comemoração, para se transformar num imenso velório de eleitores indo robotizados para as urnas, apenas para cumprir o ritual da lei eleitoral. Tudo estava proibido. Até a “Praça Plácido de Castro” foi cercada para evitar público. Não foi para este tipo de democracia que o povo brasileiro tanto lutou. Um triste espetáculo.


A grata surpresa
É uma grata surpresa porque seu presidente Pedro Longo é novato no ramo. Pegou o PSL só com o nome, montou o partido, uma boa chapa para a disputa da Câmara Municipal de Rio Branco, elegeu dois vereadores, fez uma boa legenda, e subiu à “Série A” dos partidos da FPA. Só perdeu em votos para o PMDB, PT e PSDB. E assim mesmo por pouco para o PSDB.


G-4 da FPA
Em número de votos, nesta eleição municipal, o PSL deixou na Série B, partidos nanicos antigos como PRP-PSDC-PHS-PDT-PRB e PCdoB. O PSL entrou como zebra na disputa, todos apostando que sairia como entrou: inexpressivo. Mas surpreendeu: acabou a eleição no G-4 da FPA.


Fragorosamente derrotada
Quem saiu fortemente derrotada foi a ex-deputada federal Antonia Lúcia (PR). Formou uma equipe de assessores competentes, montaram um projeto para 2018, se desentendeu com todos, saíram, os prefeitos do PR perderam e não elegeu a filha vereadora da Capital.


Grande barco furado
Mas o grande barco furado foi a aliança do PR com o PSDB, firmada pela presidente do PR, Antonia Lúcia com o presidente do PSDB, deputado federal Major Rocha. O candidato a prefeito de Rio Branco Raimundo Vaz (PR), foi o último, com míseros 9 mil votos.


Uma vitória do pessoal
A vitória da petista Fernanda Hassem para prefeita de Brasiléia era previsível. Conseguir manter-se impassível, antes os ataques pessoais que sofreu ao longo da campanha, não é fácil. E a sua eleição pode ser vista como a vitória da persistência, uma vitória muito pessoal.


Maior desafio é agora
O seu maior desafio vem agora. Administrar uma massa falida que é a prefeitura de Brasiléia.


Não tinha adversário
Sem querer lhe tirar o mérito de ter sido um bom prefeito, a eleição do Zum (PSDB) para a prefeitura de Assis Brasil estava em todas as contas. Os seus adversários eram fraquinhos.


Seria outra história
Mesmo preso o prefeito de Plácido de Castro, Roney Firmino (PR), obteve uma boa votação. Foi um indicativo que se estivesse disputando a eleição livre, o Gedeon Barros (PSDB), poderia ganhar, mas não da forma tão fácil como ganhou. Mas, na eleição o que vale é a vitória.


Como exigir mais?
O candidato a prefeito de Cruzeiro do Sul, Henrique Afonso (PSDB), acabou chegando na reta final da campanha sem estrutura financeira e apoio mais ostensivo da direção regional tucana. Acho até que foi muito bem votado no contexto negativo no qual disputou a eleição.


Trabalho para o Marcus
O prefeito Marcus Alexandre (PT) não terá uma vida tão fácil como teve na Câmara Municipal de Rio Branco, nos últimos dois anos. A eleição do advogado Roberto Duarte (PMDB) como o vereador mais votado não lhe deixará sossegado. Duarte deverá fazer uma oposição dura ao prefeito.


Apoio decisivo
O vereador Artêmio Costa (PSB) entrou na rabada na coligação PT-PSB. Não tivesse tido o envolvimento direto do grupo do ex-deputado Astério Moreira, não sei se ele se reelegeria


Derrotas emblemáticas
As derrotas mais emblemáticas do PT na eleição municipal foram em Feijó e Tarauacá, não só porque tinham os dois prefeitos, mas pelo fato de que só conseguiram ganhar a última eleição para o governo com as votações dos dois municípios. Foi a derrota mais sentida pelo petismo.


Muito desgastante para o PCdoB
A derrota em Tarauacá não foi desgastante apenas para o PT. Mas também para o PCdoB, que tinha o vice-prefeito, além de que o município sempre foi uma referência de votos para os comunistas. Tanto é assim que toda a cúpula do partido se jogou de cabeça tentando evitar a derrota.


Estava escrito
Estava escrito nas estrelas que o vereador Fernando Martins (PCdoB) teria uma eleição difícil. Como ser fácil se toda a estrutura do PCdo B foi jogada para eleger Eduardo Farias (PCdoB) a vereador? Foi massacrado pela direção comunista e acabou não se reelegendo.


Zerado em Rio Branco
O PP saiu zerado em Rio Branco, não conseguiu eleger um vereador, o que não é bom para quem vislumbra disputar o governo com candidato próprio em 2018.


Universal vence a batalha dos salmos
A Igreja Universal foi a vitoriosa na “Batalha dos Salmos”. Reelegeu o Pastor Manuel Marcos (PRB). A Igreja Batista do Bosque não elegeu a Pastora Sandra Asfury (PDT) e a RENOVADA nem chegou perto de eleger a congregada Socorro Lima (PT). Máxima: nem sempre, crente vota em crente. Ou segue na política o que dizem os seus pastores.


Fazendo história
O deputado Daniel Zen (PT) levantou dados mostrando que, a eleição do Marcus Alexandre foi o melhor desempenho do PT em toda história de Rio Branco, e o pior da oposição. Mostrou que a oposição fez 12 prefeitos e a FPA 10, mas o PT elegeu 40 vereadores, contra 31 do PMDB. O PP fez 22 vereadores. Acha que os números foram favoráveis à FPA. E que o PT sozinho teve 163.581 votos, o que corresponde a 46.9 dos votos.


Uma leve contestação
Em relação a Rio Branco, uma leve contestação: o PT não ganhou de ninguém. O Marcus Alexandre até escondeu que era do PT. Aboliu o vermelho, a estrela, os cardeais do partido não participaram do seu programa eleitoral, não colocou o vídeo do Lula pedindo votos para ele e deixou longe da sua coordenação a turma da confusão do PT. Quem ganhou a eleição na Capital foi a imagem do Marcus, forjada no dia a dia, o perfil de bom gestor e ter passado longe da intolerância de que quem é do meu lado presta, quem é do outro lado não presta,  marca registrada do velho petismo. Se encarnasse a figura do petismo do rancor estava na balsa. Soube fazer essa leitura, colocou em prática um discurso do Marcus paz e amor e deu certo. Foi tudo mérito pessoal e ponto.


Toda esfacelada e ainda se mostrou viva
A oposição toda esfacelada, cada um para o seu lado, mesmo assim a soma dos  votos dos candidatos a prefeito pela oposição chegou a 46% em Rio Branco. O que mostra que está viva, faltando apenas uma liderança que mostre confiança ao eleitor que quer mudar sem perder a qualidade da gestão.


Opinião de um cardeal da oposição
“Crica, Bom Dia! Só para seu consumo. Sem usar meu nome. Qualquer um dos dirigentes da oposição não faria melhor do que fez a Eliane Sinhasique. Poderia ser o Flaviano, Petecão, Bocalon, Rocha, qualquer um destes seria derrotado. Sei o que é a força de uma prefeitura numa eleição, gera uma disputa desigual. E tendo ainda o Marcus, um prefeito que a gente da oposição tem de reconhecer ser um prefeito com obras para mostrar e simpático. Acho que ele começou a ganhar a eleição quando fez um movimento de afastamento do PT, como expurgar o vermelho, deixar as lideranças petistas tradicionais fora do seu palanque e horário eleitoral, e fazer uma campanha sem agressão. Precisamos trabalhar um nome que represente confiança e que o eleitorado se sinta representado nele. Você fala sempre que falta um Nabor Junior à oposição. É verdade. O Nabor estava acima de todos os interesses pessoais. Eu me incluo neste mea-culpa, minha máxima culpa. Como pensar em ganhar se não conseguimos nos unir?”. Tirem as suas conclusões sobre este texto, que tem muito de sabedoria política.


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