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Óbvio ululante

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Nossas maiorias parlamentares, em todos os níveis, são compostas, preferencialmente, a base de negociatas.


Os nossos congressistas – senadores e deputados federais – por enquanto, pertencem a 28 partidos políticos e a tendência é que esta quantidade só tende a crescer. E por quê? Porque mais de uma dezena de outros partidos já se encontra em elevado estado de gestação, diria até, apenas aguardam a hora que o TSE-Tribunal Superior Eleitoral os autorizem a entrar na nossa já velha e velhaca jogatina político-partidária.

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Na referida jogatina, como é francamente sabido, vale o quanto pesa, ou seja, quanto maior for a quantidade de parlamentares que um determinado partido detenha, maiores serão os espaços de poder que este passará a ocupar no âmbito da máquina pública em questão. O mensalão e o petrolão resultaram de tais negociatas. Ou não?


Por esta e outras razões, particularmente, pelo elevadíssimo número de partidos políticos, antes de tomarem posse em seus correspondentes mandatos, o grande desafio de todos os nossos prefeitos, governadores e o do próprio Presidente da República, acontece quando eles se vêem obrigados a compor suas correspondentes maiorias, até porque, sem elas, como se diz na gíria, nossos governantes passarão a comer o pão que o diabo amassou. Afinal de contas, até nos mais modestos municípios do nosso país, suas câmaras de vereadores sabem o poder de pressão que exercer sobre seus correspondentes prefeitos.


Nas mais emblemáticas democracias existentes no mundo, tanto naquelas que adotam o regime presidencialista quanto naquelas que adotam o regime parlamentarista de governo, tais maioria são alcançadas através de alianças feitas com um número reduzido de partidos políticos. Na Inglaterra e na Alemanha, por exemplo, presentemente, os governos David Cameron e Ângela Merkel compuseram suas maiorias parlamentares fazendo suas coligações com apenas um segundo partido.


Cá entre nós, as alianças partidárias só se dão à base de negociatas. E o pior: nossos governantes só conseguem compô-las caso faça suas consiga uma aliança com no mínimo 20 partidos políticos.


Dias antes de ser convidado pelo presidente Michel Temer para ocupar as elevadíssimas funções de Ministro da Transparência, o hoje ministro Torquato Jardim chegou a afirmar que o Centrão, o conjunto formado por 225 deputados federais pertencentes a 13 partidos políticos, foi montado em nome da corrupção e da safadeza.


Ora, se os nossos escândalos e safadezas têm origem nos nossos partidos políticos e se nossos governantes dependem deles, como diria Nelson Rodrigues é óbvio e ululante que enquanto for mantida a estrutura partidária que está aí, a corrupção em nosso país se manterá.


 


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