O termômetro de mercúrio pode estar com os dias contados, ao menos para o uso em saúde. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) abriu, nesta segunda-feira (20), uma consulta pública para discutir a proposta de proibição do termômetro com coluna de mercúrio usado para diagnóstico em saúde. O mesmo vale para o esfigmomanômetro de mercúrio, aparelho usado para medir pressão.
O velho termômetro consiste em um tubo de vidro com um pequeno volume de mercúrio dentro. O calor faz o mercúrio dilatar e indicar, em uma escala graduada, a variação da temperatura.
A proposta da Anvisa é proibir a fabricação, importação, venda e uso em serviços de saúde. Caso aprovada, a resolução deve entrar em vigor em janeiro de 2019. A consulta pública ficará aberta durante dois meses.
Tóxico para humanos e meio ambiente
O mercúrio é tóxico para humanos e para o meio ambiente, onde pode se ligar a outros elementos químicos e formar o metilmercúrio, que o torna ainda mais prejudicial.
Segundo o Ministério da Saúde, o metilmercúrio pode prejudicar os rins, fígado e sistema nervoso central, levando a sintomas como perda de coordenação motora, dificuldades na fala e audição, perturbações sensoriais e fraqueza muscular. Em casos mais extremos, pode levar à morte.
Em quantidades tão pequenas quanto a presente em um termômetro, porém, dificilmente causará problemas de saúde, segundo avaliação do Serviço Nacional de Saúde (NHS) do Reino Unido.
Os termômetros de mercúrio já foram banidos da União Europeia em 2007, quando a venda foi proibida. Nos Estados Unidos, 13 estados têm leis que impedem a fabricação, venda e distribuição desses instrumentos.
A consulta pública aberta pela Anvisa ficará aberta a partir da próxima segunda-feira (27 até o dia 25 de agosto. A proibição não vale para instrumentos usados em pesquisa, calibração de instrumentos e uso como padrão de referência.
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