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Gabriela Moreyra, protagonista de Escrava Mãe, desabafa: “Já passei por situação de preconceito”


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Gabriela Moreyra já sofreu preconceito
Raphael Castello/AgNews
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Gabriela Moreyra está ansiosa para viver sua primeira protagonista. A atriz de 27 anos vai interpretar Juliana, a mãe da escrava Isaura, na novela Escrava Mãe, da Record, que estreia na terça-feira (31), às 19h30. Em entrevista para o R7, ela contou sobre a personagem, uma escrava que não vive na senzala, pois tem a pele mais clara por ser filha de uma escrava africana com um branco traficante de escravos.


— A Juliana é criada na Casa Grande, é adotada porque é uma escrava mais clara do que as outras. Por isso, ela acaba sofrendo muito preconceito tanto dentro da Casa Grande, pela inveja de uma sinhazinha, como fora, na senzala, porque ela é uma escrava e tem um tratamento diferenciado. Nisso, ela acaba se sentindo muito perdida e a pessoa que a ajuda é a tia Joaquina (Zezé Motta), com quem ela divide a vida. Ela é uma supermãe.


Para a atriz, Juliana muda de postura quando percebe que, apesar do tratamento diferenciado, também é uma escrava.


— Ela é uma menina mulher e está numa fase de transição. A Juliana tem muita garra, muita força, mas é muito doce, gosta muito de gente, cuida das pessoas e é completamente amorosa. A vida dela tem uma grande mudança no momento em que ela se enxerga como escrava. Até então a palavra escrava, para ela, não significava tanto. Até que ela passa por coisas e começa a questionar a vida e as pessoas. A outra mudança grande na vida dela é o encontro com o Miguel (Pedro Carvalho), que é o amor da vida dela, que ela descobre o primeiro amor da vida.


Gabriela já atuou em seis novelas da Record, mas em Escrava Mãe vai dar vida à primeira protagonista da carreira. A atriz contou que se dedicou exclusivamente para o papel enquanto estava gravando a novela em Paulínia, no interior de São Paulo.


— É legal viver a protagonista, é completamente intenso, é arrebatador, você vive para aquilo. É como se você abdicasse de si próprio por alguns meses. É até bem louco você voltar a ser você mesmo. Quando estava me despedindo da Juliana, eu chorava. É uma despedida do personagem, dos amigos, do cotidiano. Foi muito legal, mas é muito intenso, é trabalhoso. O sentimento que fica é bom, é de gratidão.


E o envolvimento de Gabriela com o papel vai além do fato de interpretar a mocinha da trama. Ela explicou que seus bisavós e avós sofreram a escravidão na pele e, por isso, a carga emocional da personagem mexeu com seus sentimentos.


— O difícil é saber que os meus antepassados passaram por isso. Era ficção, mas aquilo aconteceu de verdade. Isso que é forte. Saber que alguém passou por isso na minha família e eu sei que passou. As outras dificuldades em cena são coisas que vão passando. Mas isso não passa. Existe e ponto. Dói e ponto. Só vivendo isso soube o que era essa carga. Falei muito com meu pai por causa dos meus avós e bisavós sobre a escravidão.


Devido ao passado da família, a atriz teve dificuldades de se desligar do personagem no início das gravações do folhetim.


— Inicialmente, não conseguia me desligar do personagem quando saía do estúdio, mas depois tive que me desligar porque senão não teria forças para o dia seguinte. Chega uma hora em que você precisa encontrar esse clique, porque senão no dia seguinte você não rende e o dia seguinte tem que acontecer.


Assim como na novela, Gabriela revelou que também já passou por situações de racismo.


— Já passei por situação de preconceito. Entrei numa loja, perguntei o tamanho da roupa e o rapaz me informou o preço. Se isso é preconceito com a minha cor, com o meu cabelo, com a minha roupa? Não sei. Só sei que ele foi bem preconceituoso.


Escrava Mãe, novela que inaugura o segundo horário de teledramaturgia da Record, já conta com todas as cenas gravadas e mais de 90 capítulos dos 130 já foram editados. A intérprete da protagonista comentou sobre a experiência de gravar a novela inteira sem que ela tenha ido ao ar.

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— Foi difícil gravar sem o retorno do público porque foi a primeira vez. Talvez, se tiver que fazer novamente uma coisa parecida com o que foi essa obra, eu não fique com esse nervoso, com esse sentimento. É que foi a primeira vez e tudo o que é novidade dá medo mesmo.


Com a novela prestes a estrear, a atriz ainda não sabe o que a espera nas ruas.


— Ainda não estou preparada para lidar com o assédio. Não sei o que me espera. Tomara que sejam coisas boas.


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