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Pobre federação

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Mamãe, não quero ser prefeito, pode . ser que eu seja eleito. . Rual Seixas.


Nos últimos anos têm sido constantes as revoadas dos nossos prefeitos rumo a Brasília, e todos movidos por um único propósito: a busca de recursos para atender as mais elementares e urgentes necessidades dos seus municípios. Afinal contas, nada mais injusto do que a partilha do nosso bolo tributário nacional. Neste particular os nossos prefeitos estão acobertados de razões, até porque, em números redondos, na referida partilha, a união abocanha 70% das nossas receitas tributárias, os Estados uns 20% e os municípios, menos de 10%.

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Além de injusta, historicamente, de manobras em manobras, a união tem feito o “diabo”, como se diz na gíria, no sentido de ampliar o seu quinhão, e o pior, em detrimento dos dois outros entes da nossa federação, no caso, aos Estados e os municípios. Entre as tais manobras, a mais comum tem consistido em rotular determinados tributos de “contribuição” ao invés de “imposto”, uma forma de excluí-las do bolo a ser partilhado entre os nossos entes federados.


Por esta e outras aberrações, não encontramos um único e isolado, entre os nossos 5.560 municípios que não esteja financeiramente arruinado. Portanto, se nossos prefeitos já viviam à míngua, diria até, feitos pedintes, mesmo no tempo em que se apregoava que caminhávamos, a passos largos, rumo ao primeiro mundo, presentemente, mais ainda, afinal de contas, as crises que estão aí, só fizeram piorar a situação financeira dos nossos municípios. E o mais grave: elas demandarão alguns anos para serem superadas.


. Com ou sem a presidente Dilma Rousseff no comando do nosso país, sem dúvidas, haveremos que passar por um severíssimo ajuste fiscal, e em razão dele, querendo ou não, os municípios ainda terão que entrar que arcar com suas cotas de sacrifícios, ainda que não seja esta a realidade que os nossos milhares de pretensos candidatos a prefeito estejam encarando.


. Na contramão do mar de dificuldades que os nossos municípios irão enfrentar, era de se imaginar que ser prefeito, pelo ao menos nos próximos quatro anos, o tempo que se imagina necessário à superação das nossas crises, não viesse despertar tantas ambições por parte de nossa classe política. Ocorre que, tanto aqui no Acre quanto no restante do nosso país, caso as especulações se confirmem, as próximas eleições serão aquelas onde haverá o maior número de candidatos à prefeito, alguns deles, querendo se reelegerem.


. Das duas uma: ou a grande a maioria dos nossos candidatos a prefeito estão ignorando a gravidade das nossas crises ou suas intenções são tão boas quanto apregoam. Quem sabe até: são candidatos a tirar onde de herói, o como dizia Raul Seixas, de cowboys fora da lei.


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