Menu

A eleição de 2016 em Rio Branco será um embate de nomes e partidos

Receba notícias do Acre gratuitamente no WhatsApp do ac24horas.​

Nos últimos anos, o PT acriano tem colhido vitórias sucessivas e, para isso, além de ter contado com administrações bem avaliadas por parte do eleitorado, utilizou em demasia da pirotecnia publicitária, além de três expedientes que têm se mostrados eficientes: a liderança da família Viana, a imagem de honestidade e a de serem bons administradores. Retirando-se a influência que as lideranças dos irmãos Viana ainda têm sobre o eleitorado acriano, os outros dois expedientes (por razões óbvias) podem não render os mesmos dividendos eleitorais obtidos em eleições passadas.


Se considerarmos essas questões, é provável que a campanha de reeleição do atual prefeito levará para as praças, para a televisão e o rádio o discurso e a imagem do candidato trabalhador, humilde e outras adjetivos que afastem qualquer ralação do candidato com as mazelas do seu partido. A campanha deverá ter como foco a imagem do candidato e a sua relação direta com a população. A estratégia será a de apresentar o candidato do PT como alguém alheio a uma estrutura partidária e com isso tentar eliminar qualquer relação dele com a visão negativa que o eleitorado possa ter do partido. Afinal, o PT não possui mais o monopólio da honestidade e da competência administrativa de pleitos anteriores. Por outro lado, os últimos números sobre a sucessão municipal mostram o petista na liderança, mas com índices abaixo de outras eleições em que o partido também liderava a disputa. Se considerarmos que ele está em campanha desde janeiro de 2013, isso incomoda o grupo político que lhe dá sustentação. É bem provável que teremos um candidato à reeleição que deve ir para o embate com uma boa avaliação e com intenções de voto em torno de 45%. Por outro lado, os dois principais partidos de oposição, PMDB e PSDB, respectivamente anunciaram os seus pré candidatos e a novidade é que, se não houver mudança, teremos por parte da oposição duas mulheres na disputa. Então, qual deve ser a estratégia da oposição pra levar a decisão para um segundo turno? Primeiro, mostrar ao eleitorado que Marcos Alexandre é do PT e com isso associá-lo à visão negativa do partido; segundo, convencer o eleitorado que a sua vitória significa manter uma estrutura de poder viciada, carcomida pelo fisiologismo e incapaz de promover a transformação que o quadro político acriano precisa. Para as oposições aconselha-se fazer o dever de casa, ou seja: apresentar uma proposta alternativa que seja audaciosa, mas exequível e, principalmente, investir nas suas respectivas legendas motivando sua militância a ir para rua na defesa da liberdade, da democracia e da alternância no poder. Essa alternância que, se não impede, pelo menos dificulta a formação de um sistema de dominação e controle nos moldes de um “partido único” e, claro, possibilita a oxigenação de ideias e nomes nos quadros da gestão pública. A Frente Popular perdeu o charme e a confiança de uma parte significativa do eleitorado acriano e este espaço precisa ser ocupado pelas oposições. O charme é responsabilidade das mulheres que ousam enfrentar o poderio petista e a confiança ficará por conta de uma campanha inteligente e propositiva.

Publicidade

Nilson Euclides da Silva
Professor e coordenador do GEPDE/UFAC – Grupo de Estudos Políticos e Democracia
nilson.euclides@uol.com.br


INSCREVER-SE

Quero receber por e-mail as últimas notícias mais importantes do ac24horas.com.

* Campo requerido