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Ex-pedreiro trabalha 12h por dia para realizar o sonho de ter a própria sorveteria na capital

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Há 15 anos, o paraense Luiz Otávio Ribeiro da Silva, 53 anos, decidiu aposentar a colher de pedreiro e trabalhar como vendedor de picolé. A decisão foi tomada depois que ele concluiu o serviço encomendado por um amigo: uma sorveteria. Luiz ficou tão empolgado com a ideia que não só mudou de profissão, mas a partir daquele dia decidiu que iria montar o seu próprio estabelecimento comercial.


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Desde então, ele trabalha 12h por dia, de domingo a domingo, para poder juntar dinheiro e realizar seu grande sonho. Divorciado e pai de quatro filhos, ele ainda tem que reservar um pouco do apurado com as vendas para ajudar os filhos, que moram com a avó, e também manter o próprio sustento.


Mas não existe tempo ruim para esse senhor, que as 10h percorria alegremente as ruas do conjunto Rui Lino em busca de clientes. Para se ter uma noção da disposição desse trabalhador, todos os dias ele inicia a sua caminhada às 7 da manhã e só encerra às sete da noite.


O boné na cabeça e um óculos de sol ajudam a amenizar os impactos da alta temperatura. No interior do carrinho, uma garrafa de agua divide o espaço com os gelados para matar a sede. A marmita com a refeição do dia, prepara pelo próprio Luiz, é cuidadosamente acomodada num saco plástico, junto com outros apetrechos.


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Dinheirinho suado
O faturamento do dia não depende apenas do calor. É necessário muita caminhada e garganta para atrair o maior número de clientes. E se tem uma coisa que o Seo Luiz não conhece é preguiça. Ele não tem rota definida. Sai sem rumo e só volta depois que o carinho está vazio.


Em dias de boas vendas, o faturamento pode chegar até a R$ 120,00. Em dias de baixas vendas R$ 40,00, R$ 60,00, R$ 80,00. Os preços dos produtos variam de R$ 1,00 a R$ 2,00. E a campeã de vendas, segundo ele, é a moreninha, um sorvete com cobertura de chocolate.


Montado a própria frota
E assim, de sol a sol, Luiz vai dando forma ao seu sonho e já comprou oito carrinhos de sorvete, ao valor de R$ 800,00 cada um.


– Uma vez me perguntaram: ‘’ Como o senhor consegue comprar oito carrinhos desse apenas vendendo picolé? Deve ter alguma coisa errada?’’


– Eu de pronto respondi: ‘’ Ao contrário meu filho, é com trabalho, eu não uso droga, não bebo e não fumo, tudo que faço é trabalhar’’, conta orgulhoso.


Os carrinhos que estão formando a frota do Seo Luiz foram comprados do amigo que ele construiu a sorveteria e acabou desistindo do negócio. Segundo ele, um carrinho novo hoje custa em torno de R$ 1.200,00.

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– Os carrinhos eu já tenho, agora estou trabalhando para fazer a construção do estabelecimento e iniciar a produção dos produtos, mas uns dois anos de trabalho e dá tudo certo-, diz otimista.


Quem vê o Luiz, alegre e satisfeito, empurrando o seu carrinho de picolé pelas ruas de Rio Branco, não imagina que ele está parcialmente cego, problema que foi agravado com os muitos anos que trabalhou como pedreiro.


– Já operei as duas vistas, mas não fiquei bom. O médico falou que se eu não parasse de trabalhar como pedreiro, iria ficar cego-, revela.


Com base nos laudos médicos, ele requereu benefício junto ao INSS, mas até hoje não obteve resposta. E enquanto, a previdência não se manifesta, ele continua em busca de realizar seu sonho: montar a sua própria sorveteria.


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