Menu

Pesquisar
Close this search box.

O Suplício No Pós Modernismo

Fabio Bolzoni

Fabio Bolzoni

Receba notícias do Acre gratuitamente no WhatsApp do ac24horas.​

A violência é o verdadeiro medidor da crise do atual conceito de humanidade. A racionalização da pena já não satisfaz o corpo social que é movido pelo desejo vil da vingança. Mesmo havendo uma instituição responsável pela aplicação de uma determinada sanção imputada ao ato delituoso. Ainda assim, habita em cada sujeito a justificação da justiça feita pelas próprias mãos. Justiça essa que nos coloca no mesmo degrau daquele que é considerado o monstro social. Afinal, nossa sociedade é uma verdadeira máquina na feitura desses monstros.


Como já nos alertou René Girard, tudo parece levar a crer que os humanos acabam sempre engendrando crises sacrificiais suplementares que exigem novas vítimas expiatórias para as quais se dirige todo o capital de ódio e desconfiança que um sociedade determinada consegue pôr em movimento.

Anúncios


Sacrificar o monstro não nos torna mais humano ou mais justo. A morte do monstro apenas nos caracteriza como sendo também monstros! Um corpo supliciado em praça pública, visto como espetáculo para os demais cidadãos, nos remete ao Antigo Regime. O que podemos esperar mais adiante? A volta da fogueira? Os enforcamentos em praças públicas? A desumanização do ato de punir? Será que há humanidade na punição? O que podemos esperar de uma sociedade, dita pós moderna, que ainda aplaude ações tão arcaicas do ato punitivo?


Nesta perspectiva, cabe mencionar o que fora dito por Freud, se queremos ter sociedade, devemos estar atentos ao que é antissocial em nossas pulsões ou em nossas posturas e estratégias; se queremos ter amor, devemos ter noção do ódio.


Não podemos esperar, contudo, justiça em atos injustos. Não podemos caminhar em meio as falácias de que se o sistema institucionalizado para o controle social punitivo é falho, que seja o “olho por olho e o dente por dente” o caminho a ser trilhado. E, com essas ações, já não conseguimos diferenciar o certo do errado. Não há mais diferença entre a boa e a má ação. Os dois tipos de sangue se misturam na tessitura do irracional.


INSCREVER-SE

Quero receber por e-mail as últimas notícias mais importantes do ac24horas.com.

* Campo requerido