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Violência e Caos: Dimensão e Gravidade do Problema

Fabio Bolzoni
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Fabio Bolzoni

A violência urbana tem sido tema constante na imprensa nos últimos dias. A preocupação precípua que move a sociedade, neste momento, é a busca por uma resposta imediata aos extremos impostos pelos infratores.

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No meio de tantos transtornos, surge uma pergunta: De quem é a culpa do caos que se instalou em nossa sociedade? Muitas respostas apressadas surgirão, mas nenhuma trará solução sólida para esse conflito social que se apresenta às portas de cada cidadão.


Sabemos que o texto Constitucional afirma que, “a segurança pública, é dever do Estado, direito e RESPONSABILIDADE DE TODOS, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio(…)”.


Neste pressuposto, não nos cabe colocações esdrúxulas sobre a natureza dos sujeitos que praticam os atos. Dar características angelicais aos sujeitos, como se os mesmo fossem levados ao crime simplesmente por sua condição de “excluídos sociais” é um termo já desgastado no discurso sociológico. É fato, sim, que há Corrupção na Política brasileira; que há desgaste no aparato estatal; que há morosidade da lei; que as leis penais precisam de uma nova leitura, haja visto a evolução de nova sociedade em relação ao texto do Código Penal da década de 40. Mas, desresponsabilizar o sujeito que atenta contra a ordem social de toda uma sociedade, não é um caminho válido.


Entender que em cada sujeito existe uma subjetividade atuante, é compreender que, muitas vezes, o caminho do crime se torna uma escolha pessoal. O crime é tema tratado de forma romantizada pela mídia. O crime, para muitos, é o caminho paralelo ao encontro do poder. É essa falsa ideia de poder que leva os jovens ao encontro da vida criminosa.


Nesta simbiose de questões, sabemos também, que os poderes instituídos pelo Estado, tais como: a força policial, a força judiciária e todo o aparato legitimador da ordem social, não são tratados com respeito pela sociedade, que muitas vezes, não compreende que essas forças são frutos de uma relação macro da vida em sociedade. Não há vida social sem imposição de limites! O limite, a disciplina, a ordem são os moderadores dos conflitos entre interesses diversos.


Cabe ao Estado o dever constitucional de solucionar os conflitos vividos em sociedade. Mas, cabe à sociedade, como um todo, a responsabilidade na questão da segurança.


A família ainda é a principal responsável por cada sujeito que compõe uma sociedade. Delegar, tão somente, toda responsabilidade pela vida em sociedade para o estado é uma espécie de irresponsabilidade coletiva. E, essa irresponsabilidade é a grande responsável por toda a espécie de conflito no espaço social da cidade.


O Estado não pode ser visto como um “ser independente”. Como um ser em si mesmo, mas, antes de tudo, deve ser visto como a composição de todas as vontades dos cidadãos. Viver em sociedade é reconhecer que todos somos responsáveis, não só pela questão de segurança, mas, por todas as questões da vida em sociedade. O Estado é a soma de todos os cidadãos em busca de uma ordem na vida social.


É necessário compreender que a violência urbana não tem como única causa a pobreza e a miséria que se abateram sobre a grande maioria da população, após o fracasso de “ideais discursivos partidários” que nunca deram certo. Esses desastres econômicos, feitos em nome de uma pequena parcela, sempre deixa um exército de deserdados e divide o país ao meio: os que nada possuem e os que possuem muito pouco. Mas, querer legitimar o caos de ações criminosas sempre por essa mesma via é irresponsabilidade intelectual. Pois, seria o mesmo discurso fundante de uma “classe perigosa” sempre unida à pobreza material. Haja visto que nem todo pobre busca o crime como solução; e nem todo rico tem uma vida ilibada.


O que nos falta é a tão aclamada Responsabilidade Social. Não só de uma classe. Mas de todos que buscam o fim de um estado paralelo. De todos que buscam o fim da “Sociedade do Medo”.

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Sociedade Civil, Empresários, Políticos, Intelectuais, Jornalistas, Agentes da Segurança Pública devem se unir para por fim a qualquer grupo que tenha como objetivo frustrar o bem viver da vida em sociedade.


A “Classe perigosa” não é pobre, o negro, o índio, o gay, a mulher, o imigrante. Mas, sim, qualquer sujeito que usa o crime como meio. Qualquer sujeito que venha destruir a harmonia da vida social.


O Crime não aflige somente o rico, o pobre, o negro, o gay. Mas o crime frustra qualquer cidadão. O crime quebra a lógica da vida em sociedade. O crime estabelece o caos. E, cada cidadão deve ser agente emancipador na luta contra o crime. Contra qualquer ato que venha estabelecer o medo e o terror dentro ou fora da Cidade. Se o crime é uma doença, cada cidadão unido é o único responsável pela cura!


*Fabio Bolzoni é formado em História pela Universidade Federal do Acre e Graduando em Ciências Sociais com Habilitação em Ciência Política.

 


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